sábado, 11 de abril de 2020

O PT FOI 'FORA DITADURA' NAS 'DIRETAS-JÁ' E JOGARÁ SUA HISTÓRIA NO LIXO SE AGORA MANTIVER A OPÇÃO PELO 'FICA BOLSONARO'

Fundação do PT, que em 1980 era combativo e fiel à sua origem: em momentos como o das... 
Como filiado de primeira hora ao Partido dos Trabalhadores, naquela fase em que ainda eram coletadas assinaturas para a obtenção do seu registro na Justiça Eleitoral; e também como um dos primeiros a se desligarem, decepcionado com os rumos que o PT tomou (de expurgar as tendências de esquerda e de se afastar cada vez mais da luta de classes, trocada pela conciliação de classes), acredito ter alguma responsabilidade por aquilo que se tornou o partido ao qual pertenci durante quase uma década.

Então, em momentos cruciais, sempre apoio os que tentam recolocar o PT no rumo traçado em seu manifesto de fundação ("O PT buscará conquistar a liberdade para que o povo possa construir uma sociedade igualitária, onde não haja explorados nem exploradores", etc.), no qual se definia explicitamente como uma força anticapitalista.

Se hoje o PT está  em queda livre, isto se deve às várias encruzilhadas nas quais escolheu o caminho errado, sempre o da direita, até ter-se tornado pouco mais do que uma força auxiliar do capitalismo.
...diretas-já, nunca seria o fura-greve de uma causa justa!
E agora a direção nacional do PT comete outro erro histórico de extrema gravidade, ao negar apoio à luta pelo afastamento do presidente que está destruindo o Brasil e que, ao sabotar as medidas de combate à pandemia, vai produzir um genocídio sem precedentes em nosso país, propiciando o morticínio em larga escala de pobres e idosos (principalmente). 

Tal posicionamento equivale a deixar o impeachment para o Dia do São Nunca, tudo levando a crer que seu real motivo seja o cálculo eleitoreiro do Lula de que, permanecendo na Presidência, Bolsonaro será o adversário ideal para ele derrotar em 2022.

Então, pelo que valer (se servir de algo) o meu apoio, ele vai todo para o grupo de parlamentares petistas que acaba de lançar um manifesto no sentido de que, numa decisão com características bem próximas da que o partido tomou em 1983 quando assumiu a bandeira das diretas-já, não faça exatamente o contrário neste momento em que enfrentamos novamente o mesmíssimo inimigo.

Quem conhece meu passado de lutas sabe que a lista de signatários do manifesto inclui indivíduos dos quais guardo profundas mágoas (p. ex., um deles me chamou de cachorro louco por praticar a solidariedade revolucionária, outro covardemente fez pressão de bastidores para que me negassem a palavra num evento para o qual eu fora convidado). 

Mas, há situações em que a importância histórica da linha de ação a ser adotada fala mais alto do que a identidade de quem defende tal ou qual posição. Esta é uma delas.

Por último, estou me posicionando individualmente e não como editor do blog porque quis dar inteira liberdade para os colaboradores fixos e os leitores se manifestarem a respeito. 

As opiniões pertencentes ao campo da esquerda serão respeitadas e publicadas, na íntegra ou no fundamental; e as de defensores do capitalismo e de todas as desumanidades a ele inerentes, avaliadas caso a caso. (por Celso Lungaretti)

EM DEFESA DA VIDA, FORA BOLSONARO!
1. A política do governo Jair Bolsonaro diante da expansão do coronavírus desmascara seu servilismo frente aos interesses capitalistas mais sórdidos. Sua atuação é marcada por seguidos ataques ao isolamento social e pela adoção de medidas destinadas a proteger, acima de tudo e de todos, os lucros dos oligopólios bancários. Esse comportamento criminoso configura ato de sabotagem contra a saúde pública e a economia popular, representando o mais grave perigo ao povo e à nação em nossa história recente.
2. As atitudes do ex-capitão e sua administração são um capítulo previsível do projeto neoliberal que tomou de assalto o comando do Estado em 2016, através do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. O desmonte do Estado e dos serviços públicos, a desidratação financeira do SUS e a precarização das relações de trabalho, entre outros fatores, tornaram o país mais vulnerável para enfrentar situações de crise sistêmica, como a provocada pela pandemia em curso. 
A cada pronunciamento, um panelaço. Por que ele insiste?
Mesmo diante do risco de um genocídio sanitário, Bolsonaro e seus asseclas reafirmam a opção por proteger os privilégios dos mais ricos. Nesse caminho antinacional, antipopular e antidemocrático, acelerando o desmonte final da Constituição de 1988, confronta-se contra o pacto federativo, reforça a transição para um Estado policial e amplia a tutela militar.
3. Está se tornando evidente, para a maioria do povo brasileiro, que a guerra contra o coronavírus somente poderá ser realmente vencida se for colocado um fim ao governo Bolsonaro, com sua substituição por uma alternativa democrática e popular capaz de aplicar um programa de reconstrução nacional que rompa com o neoliberalismo. Para além de medidas emergenciais que estão na ordem do dia, o país precisa de um novo rumo para se reerguer, derrotando a hegemonia do capital financeiro e a subordinação ao modelo neocolonial.
4. “Fora Bolsonaro” é a palavra de ordem, já gritada a plenos pulmões nas principais cidades do Brasil, que expressa a única possibilidade de defender a vida do povo. Diante de tantos crimes e violências, é legitimo o direito de colocar abaixo um governo que pode levar à morte, por doença ou miséria, milhões de brasileiros e brasileiras. Não se trata apenas de trocar um presidente farsesco e ditatorial, mas de mandar à lata de lixo da história todo o seu governo e o projeto que encarna, devolvendo à soberania popular o destino sobre o futuro da nação.
5. Feitas essas considerações, o Partido dos Trabalhadores orienta toda a sua militância, dirigentes, parlamentares e gestores, nas condições que forem possíveis, ao engajamento na luta pela implementação do programa de emergência e pelo fim imediato do governo Bolsonaro. Devemos fortalecer todas as iniciativas convocadas pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, atraindo novos setores e impulsionando ações unitárias.
Até quando o deixaremos desacreditar a quarentena?
6. O programa de emergência é instrumento fundamental para o combate ao vírus e para a sustentação econômico-social dessa jornada. Elaborado pelo PT e demais partidos de esquerda, consolidado pelas FBP e a FPSM, também contribui para unificar o campo democrático-popular, desmascarar o governo Bolsonaro e demarcar diferenças com as medidas insuficientes propostas pela oposição de centro-direita, pressionando por providências mais avançadas.
7. Estamos diante de uma batalha histórica: os povos de todo o mundo somente se libertarão da peste viral e seus desastres se forem capazes de avançar no combate ao sistema capitalista e por uma nova ordem mundial, enterrando a longa e desumana dominação dos interesses imperialistas. O Partido dos Trabalhadores, a esquerda brasileira e os movimentos populares de nossa terra mais uma vez estarão à altura de participar dessa batalha com firmeza, generosidade e espírito unitário..
FORA BOLSONARO!

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