quarta-feira, 25 de março de 2020

MARCHAMOS PARA A EXPLOSÃO SOCIAL E O CAOS: SÓ UM GOVERNO DE SALVAÇÃO NACIONAL EVITARÁ O PIOR

Bolsonaro está certo: a grande imprensa não dimensiona corretamente a gravidade da pandemia. Só que o motivo não é aquele por ele alegado, mas exatamente o oposto: o pânico que poderia advir se os cidadãos comuns se dessem conta da situação real.

Estamos sob ataque de um inimigo desconhecido e poderoso, ignorando até onde vai o seu potencial de causar-nos danos. Por enquanto, tentamos desesperadamente ganhar tempo com medidas que não evitarão o pior, apenas o retardarão, dando-nos uma chance de prepararmo-nos melhor para a guerra e, assim, reduzirmos o número de baixas, que será elevado de qualquer maneira, mas talvez consigamos impedir que se torne dantesco.

Uma passada de olhos em artigos científicos, geralmente longos, escritos numa linguagem empolada, muitas vezes de difícil compreensão para os leigos, não deixa dúvidas: a atual pandemia se prenuncia como a mais terrível desde a gripe espanhola de 1918, que infectou 500 milhões de pessoas no mundo inteiro e causou a morte de 17 milhões de seres humanos.

A vulnerabilidade do Brasil é imensa, pois estamos no final de uma década perdida para a economia, na qual o povo veio empobrecido ano a ano e os investimentos na saúde pública foram cada vez mais relegados a segundo plano, até que o governo de Bolsonaro desmantelou o que de melhor restava. 

E é exatamente quando mais precisamos de um líder capaz de unir os brasileiros durante uma jornada repleta de sacrifícios e perigos, que o desvario de 39% dos eleitores na eleição de 2018 cobra um preço altíssimo.  

Isto porque a incapacidade e inconsequência do pior presidente da nossa república em todos os tempos, tão acentuadas que nos fazem até suspeitar de insanidade mental,  o tornam o principal obstáculo à mobilização nacional para o enfrentamento da crise.

E o pior é que há algum método na loucura do Bolsonaro: o fracasso de sua política econômica, escancarado pelo pibinho de 1,1%, e a emergência sanitária logo depois, detonaram suas chances de insuflar a radicalização política até se criarem condições propícias para uma tentativa de autogolpe ultradireitista. 

Não é por acaso que ele vem se comportando como um cão danado desde o último dia 15: foi exatamente quando flopou sua tentativa de acumular força incitando as hordas de fanáticos contra o Congresso e o STF. Mas, com a crise do coronavírus batendo à porta, ao invés de um ensaio de marcha sobre Roma tivemos uma reprise de O incrível exército de Brancaleone.

E, depois de se comportar como um espalha-vírus arruaceiro no domingo da patetada frustrada, acaba de dobrar a aposta nesta 3ª feira (24), ao convocar uma rede nacional de TV para tentar convencer a população a descumprir as restrições sanitárias que certamente estão salvando vidas e evitando o caos anunciado no nosso sistema de saúde, que tende a entrar em parafuso com o aumento dos casos nas próximas semanas.

Ou seja, é o pior momento possível para o salto no escuro que Bolsonaro propõe, sem nenhuma base científica, apenas porque suas aspirações políticas estão indo para o ralo.

Então, vou concordar com a conclusão do blogueiro Josias de Souza (vide aqui): quando um presidente da República ameaça da forma mais leviana possível a sobrevivência de enormes contingentes de brasileiros, chegamos mesmo a uma situação de impeachment ou morte.

Ou de qualquer outra fórmula para afastá-lo do cargo que não tem mais condições políticas nem morais (quiçá, inclusive, mentais) de continuar exercendo. 

Já passou da hora de os cidadãos responsáveis deste país —inclusive os esquerdistas mais preocupados com cálculos eleitorais para 2022 do que com a explosão social e o caos que inevitavelmente chegarão antes disto se continuarmos todos em cima do muro— retirarem o bode da sala e viabilizarem um governo de salvação nacional. (por Celso Lungaretti)  

4 comentários:

Anônimo disse...

Agora vem você com esta conversa de governo de salvação nacional. Seja coerente seu mané... Você merece é Bolsonaro no lombo por ter combatido o PT durante tantos anos de má-fé.

celsolungaretti disse...

E parece que não fui muito eficiente em combater, com minha fé de revolucionário, essa força auxiliar do capitalismo que hoje é o PT. Caso contrário, teria conseguido evitar que o Lula, com seus erros crassos, entregasse a Presidência da República numa bandeja para o Bozo.

Anônimo disse...

Caro Celso (fiz um envio antes, não sei se foi)
Já vimos isto antes!!
https://www.4shared.com/office/hnc2ciLXiq/Discurso_polmico_de_Bolsonaro_.html
Abraços do Fausto

celsolungaretti disse...

Não, Fausto, não chegou. Quanto a quem esteja apoiando o "liberou geral para o corona", não importa muito.

À medida que os cadáveres se empilharem (a coisa é muito mais feia do que os brasileiros supõem), o posicionamento genocida do Bozo será repudiado por contingentes cada vez maiores da população e ele inevitavelmente vai ser expedido.

Espere e verá.

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