bruno boghossian
NA CRISE DO CORONAVÍRUS, BOLSONARO SERÁ MAIS BOLSONARO DO QUE NUNCA
O Jair Bolsonaro que surgiu de máscara nas redes não é diferente daquele que se instalou no Palácio do Planalto há pouco mais de um ano.
Suas últimas reações à crise do coronavírus mostram que o presidente está disposto a dobrar a aposta num comportamento conflituoso na política e na economia.
Apesar de ter recomendado o adiamento dos protestos deste domingo (15), Bolsonaro sai da novela das manifestações cada vez mais inclinado a fazer um chamado às ruas quando quiser pressionar o Congresso.
Durante sua última transmissão ao vivo nas redes, o presidente indicou que pretende guardar esse megafone no coldre.
Durante sua última transmissão ao vivo nas redes, o presidente indicou que pretende guardar esse megafone no coldre.
Ele disse que a mera convocação dos protestos já foi um tremendo recado ao Parlamento e que uma nova manifestação poderá ser feita em um ou dois meses.
Embora integrantes do governo recomendem uma postura de pacificação para enfrentar os efeitos do vírus, o presidente continua apontando em sentido contrário.
Embora integrantes do governo recomendem uma postura de pacificação para enfrentar os efeitos do vírus, o presidente continua apontando em sentido contrário.
Na 5ª feira (12), Bolsonaro usou a cadeia nacional de TV para fazer uma ameaça velada aos congressistas. No pronunciamento, ele avisou que as motivações da vontade popular continuam vivas e inabaláveis.
Líderes políticos acreditam que o presidente deve recorrer cada vez mais ao enfrentamento e à radicalização, especialmente diante das turbulências provocadas pelo coronavírus na economia.
Com a expectativa de recuperação em xeque, Bolsonaro precisará animar seus apoiadores com outros confetes.
Com a expectativa de recuperação em xeque, Bolsonaro precisará animar seus apoiadores com outros confetes.
Esse cenário também deve ampliar a tentação do Planalto em se desviar do ajuste das contas públicas e abraçar medidas populistas.
Quando a cotação do petróleo despencou no início da semana, o presidente se mostrou mais sensível à variação de centavos no preço da gasolina do que aos bilhões que o governo deixará de arrecadar em royalties.
Os próximos tempos poderão ser um teste definitivo para a cartilha liberal de Paulo Guedes.
Tudo indica que, daqui por diante, Bolsonaro será mais Bolsonaro do que nunca. (por Bruno Boghossian)
Tudo indica que, daqui por diante, Bolsonaro será mais Bolsonaro do que nunca. (por Bruno Boghossian)
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