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| Como diria Sartre: o ser... |
Só que não foi o de abraçar uma detenta que não recebia visitas há sete ou oito anos. Jesus Cristo teria feito exatamente o mesmo.
Nem o de não haver indagado o motivo pelo qual ela cumpria pena. Inexiste nas leis brasileiras a figura do opróbrio eterno ou a condenação a ser pária.
O erro de Varella foi, pressionado com extrema torpeza e covardia por uma malta de bestas humanas que não suportam aqueles cuja superioridade moral os esmaga, pedir desculpas por um ato que deveria, isto sim, ser motivo de orgulho para ele.
Pois demonstrou inequivocamente sua condição de ser humano compassivo e solidário, em meio ao embrutecimento generalizado por que passam o Brasil e o mundo.
Pessoas como ele nos dão motivo para continuarmos vivendo, apesar do retrocesso que está ocorrendo em tantas frentes, fazendo-nos temer pelo futuro da civilização que levamos milênios para construir.
Já seus perseguidores são tão toscos que, ao pregarem um retrocesso histórico de 38 séculos, supõem estar seguindo a Bíblia, quando, na verdade, a lei de talião (sintetizada na expressão olho por olho, dente por dente) remonta ao código babilônico de Hamurabi, em 1.770 a.C.
Já seus perseguidores são tão toscos que, ao pregarem um retrocesso histórico de 38 séculos, supõem estar seguindo a Bíblia, quando, na verdade, a lei de talião (sintetizada na expressão olho por olho, dente por dente) remonta ao código babilônico de Hamurabi, em 1.770 a.C.
| ...e o nada. |
Tais capadócios, Abraham Weintraub à frente, nos fazem indagar se não fazemos mesmo por merecer as catástrofes que as alterações climáticas e a agonia do capitalismo auguram.
Pois apedrejar simbolicamente um iluminado é a consumação óbvia de uma aposta nas trevas.
E é às trevas que eles nos conduzirão, se continuarmos condescendendo com a indignidade e conformando-nos com o inaceitável. (por Celso Lungaretti)
11 comentários:
Não se pode afirmar com certeza, mas tudo indica que houve uma certa pressão da Globo para que ele fizesse algum tipo de excusa. Não acredito que partiu dele exclusivamente. Ele é uma personalidade que não precisa ter medo de ninguém.
Celso, disse tudo!
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Estou esperando sua opinião a respeito das medidas de restrição da liberdade tomadas em nome do combate ao vírus.
Parece que são exageradas.
Você percebe algum subtexto no discurso oficial?
Como as autotidades permitem o carnaval e agora nem um campeonato de várzea?
Desde quando os ricos se preocuparam com a vida ou a saúde dos pobres?
Qual o feeling do guerreiro e estrategista experiente Celso L.?
Desde já Gratidão.
Bom dia Celso. Houve ma fé sim dele e da Globo. Foi admitido que se colocassem o crime e as circunstâncias do mesmo, o quadro não teria sucesso. Dr Drauzio não foi como médico mas como repórter. "Suzy" já tinha respondido por atos libidinosos (estupro) em duas situações anteriores. Estuprou, matou enrolou o corpo e jogou fora. Não é lei de Talião, é a verdade. A Globo começa a ser odiada pela esquerda e pela direita. Eu pessoalmente (por email) já questionei Dr Drauzio do porque se preocupa com cadeieiros mas nunca foi ver a situação em que policiais trabalham em Delegacias ou batalhões da polícia militar.
Me respondeu educadamente e me chamou para tomar café. Não me convenceu. Suzy não pode conviver em sociedade. Nesse aspecto me considero um extremista. Aquele que mata em assalto, sequestra e comete crimes hediondos tem de pagar com rigor da lei. Vítima da sociedade? Por este tipo de idéia da esquerda Bolsonaro ganhou a eleição. Abraço.
Henrique,
evidentemente houve pressão. Fui profissional de comunicação empresarial durante décadas e sei como empresas grandes agem nessas situações: quando não querem descartar o alvo das campanhas de desqualificação, botam panos quentes e o induzem a dar algum tipo de satisfação aos celerados.
É uma pena que o Drauzio seja um homem pacato, que preferiu não comprar a briga contra os falsos cristãos e os pregadores do totalitarismo.
Certa vez o Rui Martins publicou uma alusão frequente à Dilma, de que ela seria como os portadores de certa doença que levam a pessoa a não apreender corretamente o que se passa ao redor (estou evitando dar nome ao boi para não atrair os defensores da boiada novamente, detesto perder meu tempo).
Aproveitando uma palavra descuidada, os caçadores de pelo em ovo articularam o envio em massa de e-mails ao Rui, ameaçando-o até com processos). As centenas de mensagens o desnortearam e ele fez concessões à horda de intimadores para apaziguá-la.
Eu também havia publicado o artigo do Rui. Quando tentaram vir pra cima de mim, fui curto e grosso: só lhes daria idêntico espaço para apresentarem o lado deles da questão, mais nada. Não pediria desculpas nem renegaria o artigo do Rui. E, dependendo do que me mandassem para publicação, eu faria uma tréplica defendendo a liberdade de imprensa.
Resultado: a minha caixa de mensagens continuou como sempre, enquanto a do Rui tinha mensagens dos patrulheiros cricris saindo pelo ladrão...
Meu caro Orth,
como eu disse, a Suzy não está condenada ao opróbrio eterno nem a ser pária pelo resto da vida. Sua pena é de detenção, não de enlouquecimento induzido. No lugar do Drauzio eu faria exatamente o que ele fez, porque o sofrimento humano também me comove. Um mínimo gesto de solidariedade e compaixão pode significar muito para quem não tem nada.
De resto, você sabe muito bem que a campanha de desqualificação foi orquestrada por gente pior ainda do que a Suzy, pois não é movida por uma disfunção do instinto sexual, mas sim pelo sadismo e pela pulsão homicida.
A situação me fez lembrar o clássico de Fritz Lang, "M, o vampiro de Dusseldorf". O assassino serial não passava de um doido varrido. Os seus linchadores, aquela ralé do submundo (como os milicianos bolsonaristas) nem sequer pertenciam à espécie humana, eram, eles sim, monstros.
SF,
são políticos e suas decisões são políticas, não se iluda.
Ontem levei as minhas filhas num shopping frequentado principalmente por jovens casais de classe média alta. Gente que, em princípio, tem pouco a temer do covid-19 e um nível de instrução bem mais alto do que a média. O shopping estava às moscas, mais esvaziado até do que nos meses de férias escolares.
Ou seja, temos uma epidemia virótica de baixa letalidade e uma epidemia paranoica de altíssima intensidade. A paúra chegou aos píncaros mesmo antes do auge da epidemia.
Então, que as medidas governamentais venham ao encontro desse surto de covardia explícita é o que se poderia esperar. Menos de um tonto como o Bozo, que ainda tentou resistir à onda, seguindo as pegadas do Trump, mas acabou dando o braço a torcer e botando aquela ridícula máscara para falar aos apavorados do Brasil...
Se essa gente tivesse uma mínima noção do que é uma epidemia grave, como a peste bubônica ou a gripe espanhola, não faria papel tão ridículo.
Não seria bom não subestimar tanto essa epidemia. Ela já fez cerca de 1250 vítimas só na Itália e mais de 5000 na China (se não me engano). Concordo que já houve coisas piores na humanidade, mas é bom se cuidar um pouco, principalmente para pessoas com menos condições de combatê-la naturalmente, como é o caso de pessoas > 60 anos de idade.
O cara começa a vida como um guerrilheiro revolucionário e termina como um velhote discutindo um quadro diversionista do fantástico.
Henrique, a peste bubônica (1333/51) causou 50 milhões de mortos em 18 anos e a gripe espanhola (1918/19) 20 milhões em um ano. Levando em conta, também, o quanto a população do planeta aumentou desde ambas, perto delas Covid-19 é refresco.
E se sua preocupação for comigo, agradeço, mas lembre-se de que vaso ruim não quebra fácil...
Anônimo das 22h, eu comecei a vida tomando o partido dos fracos contra os fortes e faço isto até hoje, quando hordas de canalhas atacam gente como o Drauzio Varella e a Patrícia Campos Mello.
Os brasileiros, ao verem alguém sendo linchado, costumam pegar pedras e juntar-se aos linchadores; eu, durante a minha vida inteira, fui sempre salvar o linchado.
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