terça-feira, 28 de janeiro de 2020

AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ: A 'FOLHA' ESFREGA NA CARA DO LULA QUE ELE ESTÁ CADA VEZ MAIS PARECIDO COM O BOZO...

LULA SINCERÃO
Governantes não gostam de imprensa livre. Ter a administração constantemente exposta a reportagens que iluminam aspectos inconvenientes ao grupo no poder não é algo que lhes dê prazer. É um fator de incômodo que, nas democracias, são obrigados a tolerar.

Luiz Inácio Lula da Silva não foi exceção à regra enquanto ocupou o Palácio do Planalto. Restringiu entrevistas coletivas, deu preferência, inclusive financeira, ao espectro de veículos chapa-branca em torno do petismo e flertou com dispositivos para controlar a mídia.

O curioso foi ter embarcado agora, na oposição, numa espécie de flashback aos tempos em que chefiava o Executivo. Em entrevista ao UOL, [Lula] endossou parte da ofensiva que o presidente Jair Bolsonaro tem capitaneado contra a imprensa.

Lula não apenas deu razão ao atual mandatário como agiu à maneira dele ao atropelar os fatos e acusar a TV Globo de não ter dado cobertura às mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil que questionam a parcialidade da Lava Jato.

Trata-se de erro crasso de informação, pois a emissora veiculou reportagens sobre o tema. 

Também ao contrário do que disse Lula, a Globo noticiou a denúncia estapafúrdia de um procurador contra o fundador do site, Glenn Greenwald —acusação ofensiva ao exercício do jornalismo que deveria ser de pronto rejeitada pelo Judiciário.

A verborragia fora de órbita e de lugar histórico do ex-presidente prosseguiu com comparações entre a atitude da emissora e o nazismo e com mais elogios a Bolsonaro por supostamente estar, com o emprego das redes sociais, “provando que é possível fazer notícia sem precisar dos jornais”.

Fazer notícia, nas palavras confusas de Lula, equivale a transmitir a visão adocicada e autoindulgente do situacionismo sobre a realidade sem o crivo crítico do jornalismo profissional. Não difere da propaganda, mas é o sonho acalentado por todo governante, de falar sem ser contraditado.

A sensação que fica é a de que Lula gostaria de voltar ao cargo e valer-se de ferramentas de comunicação direta, ataque e boicote à imprensa desenvolvidas por Bolsonaro. A intenção de alvejar uma rede de TV também é compartilhada.

Num rompante de sinceridade, o principal líder da oposição revela não apenas o que o distancia, mas também o que o aproxima do atual presidente. Lula sincerão, para usar a gíria dos jovens, não deixa de esclarecer o debate público.
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Toque do editor  para quem ainda é visto pelos desinformados como um homem de esquerda, Lula comete o pecado mortal de fornecer motivos de sobra para o jornal da ditabranda, no editorial desta 3ª feira (28), igualar várias de suas posturas às do seu mais repulsivo e desprezível inimigo. Que fim de feira!

Numa recente troca de mensagens com o amigo Rui Martins, afirmei que não me surpreenderei se o Lula adentrar em 2022 o picadeiro do Bozo para ajudá-lo a combater o Moro, assim como Luiz Carlos Prestes subiu em 1950 no palanque de campanha do Getúlio Vargas, responsável último pela entrega da mãe de sua filha aos nazistas.

Tal previsão tem chance cada vez maior de se confirmar, ao contrário dos horóscopos do charlatão Olavo de Carvalho, tão furados que ele teve de vestir outra fantasia e ir depenar uma espécie diferente de otários. (por Celso Lungaretti)

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