terça-feira, 28 de janeiro de 2020

PROGRAMAMOS ESTE FILME ESPECIALMENTE PARA A DAMARES: ELE MOSTRA OS EFEITOS DA REPRESSÃO SEXUAL NAS MULHERES

Há filmes que, embora tenham indiscutíveis méritos artísticos, eu assisto uma vez e nunca mais, por serem desagradáveis ou me despertarem más lembranças. 

No primeiro caso estão este que agora disponibilizamos, Repulsa ao sexo (dirigido por Roman Polanski e lançado em 1965) e Salò, os os 120 dias de Sodoma (d. Pier Paolo Pasolini , 1975).

No segundo, os que mostram a bestialidade de que são capazes os ditos representantes da ordem estabelecida contra os que lhes caem nas garras, como O caso dos irmãos Naves (d. Luiz Sérgio Person, 1967) e Até os deuses erram (d. Sidney Lumet, 1973).

Repulsa ao sexo foi o primeiro filme superlativo de Catherine Deneuve, então com 21 anos, mostrando aos críticos e aos cinéfilos que ela tinha pique para ir muito além dos papéis sem maiores exigências interpretativas que até então os estúdios vinham lhe confiando. 

Depois, em 1967, o igualmente impactante A bela da tarde (d. Luis Buñuel) a tornou conhecida pelo grande público.

Mostra, em clima de pesadelo, uma jovem manicure virgem enlouquecendo aos poucos, como consequência da carência sexual que a Damares Alves tanto gostaria de impor a todas as jovens. Seus delírios chegam a lembrar filmes de terror.

O que acontecerá se os pastores evangélicos impuserem às suas respectivas legiões de zumbis o mesmo moralismo rançoso e neurótico, fazendo com que as famílias fanatizadas passem a reprimir suas adolescentes, incutindo-lhes o horror ao sexo?

É exatamente o que o filme mostra. Mas, tenho certeza de que a Damares não o assistirá, ocupada que está em lançar seu programa Foda Zero, conforme o rótulo hilário que o humorista José Simão tuitou... (por Celso Lungaretti)

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