Por incrível que pareça, nem oposição nem imprensa ousaram admitir que a versão oficial sobre a facada ou facada em Bolsonaro (que continuarei encarando como uma incógnita até haver um esclarecimento real e cabal do episódio) não se sustentava em pé.
Apenas Lula, em duas entrevistas, furou a corrente da pusilanimidade generalizada. À BBC apenas afirmou ter dúvidas sobre se houvera mesmo facada.
Já à TVT ele explicou pormenorizadamente o porquê de sua desconfiança:
"...aquela facada... pra mim tem alguma coisa muito estranha... uma facada em que não aparece sangue em nenhum momento... uma facada em que o cara que dá a facada é protegido pelo segurança do Bolsonaro. Eu conheço segurança de palanque, [se fosse comigo] eu teria que pular em cima do segurança".
E, pasmem, agora o próprio Bolsonaro veio a público declarar que existiu alguma coisa diferente daquilo que um lado martelou na cabeça dos brasileiros enquanto o outro se fingia de morto. Eis o que ele disse:
"Houve, sim, uma conspiração. O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses".
De que conspiração houve, nunca tive a mais remota dúvida, pois jamais nego o que vejo com os próprios olhos, nem deixo de sustentar minhas convicções quando são sólidas como neste caso. O vídeo A Facada no Mito é simplesmente irrefutável!
Fantasiosa é apenas a menção à mão da esquerda, a qual nada tinha a ganhar e tudo a perder com uma inconsequência dessas (aliás, um dos erros gravíssimos do PT foi subestimar as chances de o Bolsonaro ser levado ao poder pelas tramoias e ilegalidades dos donos do PIB, confiante que estava de que alguém tão insignificante só estaria correndo para não chegar, mas, isto posto, por que haveria de atentar contra a vida dele?).
Do Bolsonaro se pode esperar tudo, até que tenha falado o que não deveria por causa daquela velha compulsão que alguns criminosos têm de serem desmascarados.
Eis o que escrevi quando o infausto episódio, fundamental para a vitória de um candidato sem qualificação política, intelectual nem moral para o cargo, completava um ano, no último dia 6 de setembro (hoje não mudaria uma única palavra):
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O documentário levanta várias dúvidas pertinentes e reconstitui, de forma impecável, a facada em si.
Quem o assiste, conclui inevitavelmente que se tratou, o tempo todo, de uma ação concertada entre Adélio Bispo de Oliveira, seguranças do candidato, personagens estranhos que circulavam o tempo todo ao redor dando assessoria e... o próprio Bolsonaro.
Nas duas vezes em que Adélio Bispo de Oliveira arremeteu para o ato culminante, Bolsonaro gesticulou levantando o braço e... desguarnecendo a área do corpo em que receberia a facada ou facada. Mera coincidência? Acredite quem quiser...
Mas, é possível uma conspiração com tantos personagens dar certo no Brasil de hoje? Ora, se deu certo nos Estados Unidos de 1963, mesmo sendo um país bem menos crédulo com relação às versões oficiais, por que tanto espanto?
Aliás, há semelhanças perturbadoras: no atentado contra John Kennedy usaram um dono de night club envolvido com a máfia e ciente de que adiante morreria de câncer (Jack Ruby) para queimar o arquivo chamado Lee Harvey Oswald, suposto único atirador de um inconfundível fogo cruzado, o que não difere muito de um doido de pedra assumir o papel de vilão inimputável. (por Celso Lungaretti)
Facada no Mito, o vídeo que não quer calar
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