Um deles é Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia? (vide aqui), uma divagação de Stephen M. Walt, professor de relações internacionais de Harvard, publicada numa importante revista de diplomacia, a Foreign Policy.
Walt ressalva que não está "recomendando esse curso de ação, agora ou no futuro", mas implicitamente propõe uma maneira soft de atingir o mesmo objetivo, ao ponderar que "o Brasil pode ser um pouco mais vulnerável à pressão do que alguns outros Estados".
No seu entender, a questão ambiental e o combate ao aquecimento global podem ser vistos como tema central da política internacional do futuro.
Já o analista político e escritor Tyler Bellstrom, no magazine New Republic, assina o artigo Brasil é uma ameaça maior do que o Irã ou a China (vide aqui), cujo foco é este:
"Um nível adequado de atenção às mudanças climáticas como uma preocupação urgente de segurança exigiria que os EUA reordenassem suas prioridades. Enquanto a China é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, devemos prestar mais atenção ao que está acontecendo em nosso hemisfério.
Em particular, isso significa abordar o perigo mais imediato que estamos enfrentando de um estado que oficialmente é parceiro e do presidente aliado de Trump: o Brasil de Jair Bolsonaro e seu desmatamento acelerado na Amazônia".
Além do quanto há de humilhante para nós em estrangeiros já começarem a avaliar formas de tutelar-nos, convido os leitores a considerarem o seguinte cenário futuro, perfeitamente plausível:
1. o Senado brasileiro, atestando a própria inutilidade, verga-se à pressão de Bolsonaro e aprova a indicação do filho 03 para embaixador em Washington;
2. tendo fracassado em entregar aos estadunidenses o boom econômico que prometera na campanha, Donald Trump é despejado da Casa Branca e os democratas reassumem no ano que vem;
3. aí as pressões no sentido de forçar Bolsonaro a deter a fúria predatória do agronegócio se tornariam uma possibilidade bem concreta, cabendo a um amador fanatizado a incumbência de negociar a melindrosa questão com os competentes profissionais dos EUA.
1. o Senado brasileiro, atestando a própria inutilidade, verga-se à pressão de Bolsonaro e aprova a indicação do filho 03 para embaixador em Washington;
2. tendo fracassado em entregar aos estadunidenses o boom econômico que prometera na campanha, Donald Trump é despejado da Casa Branca e os democratas reassumem no ano que vem;
3. aí as pressões no sentido de forçar Bolsonaro a deter a fúria predatória do agronegócio se tornariam uma possibilidade bem concreta, cabendo a um amador fanatizado a incumbência de negociar a melindrosa questão com os competentes profissionais dos EUA.
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O erro trágico de 39% dos eleitores brasileiros em outubro de 2018 tende a gerar consequências cada vez mais nefastas, que recairão também sobre os 61% que, por ação, omissão ou impotência, deram tamanha sopa pro azar. (por Celso Lungaretti)
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