quarta-feira, 26 de junho de 2019

AVALIAÇÕES DE BASTIDORES: 1) LIBERTAÇÃO DE LULA INFLARIA ATOS DO DIA 30; 2) VOTO DO DECANO SERÁ PELA SUSPEIÇÃO DE MORO

Daniela Lima, cujo Painel político na Folha de S. Paulo é uma fonte importante de informações sobre  o que rola nos bastidores dos Poderes, veio nesta 4ª feira (26) ao encontro das avaliações aqui publicadas logo ao término da sessão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal que negou liberdade provisória a Lula e adiou para o segundo semestre a conclusão do julgamento sobre a parcialidade de Sergio Moro (vide, especialmente, os trechos destacados em vermelho):
"A decisão da maioria da 2ª Turma do STF de manter Lula na prisão evitou derrota duríssima para a Lava Jato e Sergio Moro, mas as diversas ressalvas explicitadas por Celso de Mello em seu voto recomendam comemoração moderada aos partidários do ministro da Justiça. 

Integrantes da corte avaliam que, ao frisar que a rejeição da soltura imediata do petista não comprometia sua avaliação sobre a suspeita de parcialidade do ex-juiz, o decano manteve uma espada sobre a cabeça de Moro.

A avaliação de que Celso de Mello deixou pistas de suas dúvidas sobre a atuação de Moro foi feita por ministros do Supremo e do STJ. Eles viram na fala do decano sinais de que, no mérito, ele pode acompanhar a ala garantista da corte.

Esta interpretação se instalou de tal forma que, após a discussão do caso na 2ª Turma, ministros especulavam sobre a possibilidade de Edson Fachin, relator da Lava Jato, levar o julgamento da alegação de parcialidade de Moro para o plenário. Essa discussão, porém, já foi feita na turma no ano passado —e rejeitada.

Sem ter ideia de como Celso de Mello votaria no mérito, o ministro Gilmar Mendes propôs julgar a soltura imediata de Lula para desentranhar o tema da discussão sobre a suspeição de Moro.

Políticos e magistrados avaliam que o resultado deu nova prova da resiliência de Moro e da Lava Jato. Uma eventual soltura de Lula, previam adversários políticos do PT, inflaria os atos do dia 30 a favor da operação e do ministro da Justiça".

2 comentários:

Ricardo Pires disse...

O STF estava com uma composição deplorável tendo passado pelo órgão figuras como Francisco Resek que pediu exoneração do STF para ser chanceler. Depois foi nomeado novamente para om STF. Só no Brasil.

Lula e Dilma, em seus governos, só pioraram o quadro com as nomeações que fizeram. Foram 12 [doze] de figuras como Joaquim Barbosa, Fux, Carmem Lúcia, Peluso, Erros Graus, Toffolli , Fachim e Barroso.

Raras são as críticas ante esse monumental e repetido erro histórico. Partindo do PT, então, nunca li.

Parafraseando um trágico grego, diria que Lula que busca a agora justiça em julgamentos por homens, mulheres sem envergadura ética necessária para os cargos que ele próprio nomeou, irá descobrir que ele é um grande culpado dessa mixórdia que se transformou justiça no país.

Mas essa situação vem de longe. No passado, após a anistia, Luiz Carlos Prestes numa entrevista à Alexandre Machado, na TV, já dissera que a justiça no Brasil era corrupta. Com a chegada da era do lulismo a situação só piorou com as nomeações citadas. Fico pasmo quando chamam os dois presidentes petistas de estadistas.

Para encerrar, há o famoso caso do voto do decano do STF, Celso de Mello [em destaque em julgamento de 25.6], que mostra de que fibra é feito esse grande jurista, quando votou na questão do domicilio eleitoral de Sarney. Vamos ao caso:

Sarney deixando a presidência da república se candidata a senador pelo Amapá. Sendo maranhense a questão do seu domicílio eleitoral vai ao STF.

A Folha diz que que Celso de Mello iria votar a favor de Sarney, pois Celso fora nomeado por Sarney a pedido de seu ministro da Justiça, o advogado Saulo Ramos.

Celso é o último a votar e vota CONTRA Sarney, pois a questão já estava resolvida favor de Sarney.
Celso é cobrado por Saulo Ramos, seu padrinho de nomeação.
Celso explica como a situação já estava resolvida ele votou contra para contradizer a Folha.

SAULO RAMOS disse : "se entendi você votou contra, mas se a vitoria não estivesse garantida a Sarney você votaria a favor?"

Celso: "Exatamente. O sr. entendeu?

Saulo Ramos: "Entendi. ENTENDI QUE VOCÊ É JUIZ DE MERDA".

Eis o o tipo de homens que compõem os órgãos da justiça do nosso infeliz país.


P.S - O caso de do julgamento de Sarney caso está disponível em várias paginas do Google.




celsolungaretti disse...

Ricardo,

se isso pudesse servir de algo, eu teria muitas histórias semelhantes para contar. Inclusive uma minha.

Numa determinada ação que eu movia, a razão estava toda ao meu lado mas o relator pediu uma homogeneização do entendimento entre os processos semelhantes que estavam sendo julgados em três varas diferentes.

Um juiz que me era solidário, tendo de ir tratar de outro assunto com o tal relator, perguntou-lhe por que, afinal, procedera daquela maneira, alongando em pelo menos mais um ano a minha via crucis.

O relator, com a maior cara de pau, reconheceu que a sentença deveria ser mesmo favorável a mim, mas ele temia queimar seu filme com os colegas reaças dos quais dependia sua escolha para presidir o tribunal no qual ele atuava, nem com o governo do qual dependia uma eventual nomeação dele para o STF.

"Então, se vier uma definição de que devemos aprovar tais pleitos, eu poderei sentenciar a favor do Celso sem queimar meu filme com ninguém", concluiu. E foi exatamente como agiu.

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