ESTADO QUE FUZILA INOCENTE ABRE
MÃO DE SEU PAPEL NA SEGURANÇA
Primeiro, o Exército fuzilou o carro de uma família no Rio. Foram mais de 80 tiros no Ford Ka em que estavam Evaldo Rosa dos Santos, a mulher, o filho, o sogro e uma amiga.
Depois de matarem o músico, os militares mentiram. Alegaram que só revidaram um ataque de criminosos, matando “um dos assaltantes”. Por fim, consumada a tragédia, os governantes decidiram ficar calados.
Um Estado que encoraja o bangue-bangue e atira oito dezenas de vezes contra um inocente abriu mão de seu papel na segurança pública.
Um Estado que encoraja o bangue-bangue e atira oito dezenas de vezes contra um inocente abriu mão de seu papel na segurança pública.
A morte de Evaldo é mais um sintoma das décadas de fracasso no combate ao crime e à violência, turbinadas pelo estímulo à barbaridade das execuções extrajudiciais.
Os políticos que incluíram o incentivo à matança em seus programas de governo agora preferem o silêncio.
Aqueles que soam valentes para dizer que a polícia “cancela CPFs” ou manda bandidos “para o cemitério” em suas operações não tiveram coragem de reconhecer o desastre.
Wilson Witzel, o governador que manda “mirar na cabecinha”, disse que não cabia “fazer juízo de valor ou tecer crítica”, porque sua Polícia Militar não estava envolvida no caso.
Wilson Witzel, o governador que manda “mirar na cabecinha”, disse que não cabia “fazer juízo de valor ou tecer crítica”, porque sua Polícia Militar não estava envolvida no caso.
O principal plano de políticos que se consideram rigorosos com o crime é distribuir licenças para matar. Num dia, eles sorriem ao condecorar militares e policiais que acertaram bandidos. Noutro, eles se recusam a encarar os abusos e erros cometidos sob essa autorização.
Mortes em conflito deveriam ser tratadas como exceção, não como regra. Governantes que pregam o fuzilamento como política de segurança precisam saber que o assassinato de um inocente na frente do filho de sete anos pode estar dentro do arco de consequências de seus métodos. (por Bruno Boghossian)
2 comentários:
Caro Celso. o Ministro da defesa jã se manifestou pelo apoio a prisão de 9 que participaram da ação que culminou com a morte do músico no Rio. Com relação a Doria, ele esta absolutamente certo. Ministério Público, imprensa, e até" especialistas de sofá e ar condicionado" admitiram que a ação da ROTA e COE foi cirúrgica e perfeita dentro da legalidade. As filmagens mostram claramente bando com fuzis ,explosivos tocando o terror. Quem enfrentaria estes cidadãos? Doria falou uma verdade : quem sai armado até os dentes esta disposto a tudo. Pesquisas mostraram e o governador soube surfar bem, 83% por cento do povo Paulista aprovou a operação. Não essa pesquisa o DATAFOICE não fez. Abraço.
PS. gostaria de seu email para adquirir seu livro . Obrigado.
Orth,
nem os leitores nem eu entendemos onde é que o Doria entra no assunto tratado no post, já que não há nenhuma citação do nome dele nem alusão ao estado de São Paulo no artigo do Boghossian.
Quanto à tempestade de balas naquele coitado do Rio, é impressionante como o Bolsonaro não encontrou até agora uma palavra sequer para dizer sobre o assunto. Nem reprovou o homicídio bestial, nem manifestou seu pesar à família, nada.
O Brasil está parecendo o velho Oeste.
Meu e-mail é o lungaretti@uol.com.br
Mas, como dizia o Chico Buarque nos velhos e maus tempos, "o correio andou arisco". Se eu não lhe responder logo, é porque a mensagem tomou outra direção. Aí poste um novo comentário, ou me procure no Facebook (https://www.facebook.com/celso.lungaretti) ou WhatsApp (11 94158-6116).
O Brasil está parecendo país ocupado pelos nazistas na década de 1940.
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