marcos augusto gonçalves
GUERRA DE BOLSONARO CONTRA MOURÃO E DE
OLAVO CONTRA MILITARES DIVIDE GOVERNO
O investimento incessante do governo Bolsonaro em desinteligência, provocação e cizânia não se volta apenas contra os inimigos externos –a esquerda e os defensores de direitos civis e princípios civilizatórios, vistos como feiticeiros macabros do marxismo cultural e do globalismo.
A luta é travada também dentro de casa, sem cerimônia, com a característica rudeza da direita das cavernas que está no poder.
É o que se vê nas disputas acaloradas entre os chamados olavistas, em referência aos seguidores do ideólogo Olavo de Carvalho, e o grupo de generais que integra a administração, a começar pelo vice Hamilton Mourão.
"os milicos nas últimas décadas só fizeram cagada" |
O confronto vem de longe e é atiçado pelos filhos de Bolsonaro os fiéis seguidores do santarrão da Virgínia.
Steve Bannon, o estrategista alt-right demitido por Trump, mas paparicado pela família presidencial, já sugeriu que o vice renunciasse. E os arranca-rabos entre Olavo e generais tornaram-se rotineiros.
Com sua peculiar fineza, o beato Salú do bolsonarismo diz que os milicos nas últimas décadas só fizeram cagada.
"Esse pessoal subiu ao poder em 1964, destruiu os políticos de direita e sobrou o quê? Os comunistas, que tomaram o poder. Eles dizem: ‘Livramos o país dos comunistas’. Não, eles entregaram o país ao comunismo."
"Se tivessem vergonha na cara, confessariam seu erro, mas é só vaidade pessoal, vaidade grupal e vaidade esotérica. Os milicos têm que começar a confessar os seus erros.
...Essa é a lei de Cristo. Primeiro, os seus pecados. Depois, os dos outros. Criaram o PT e não têm coragem de confessar."
O vídeo apareceu na página de Bolsonaro no sábado (20). Foi divulgado por Carlos na manhã de domingo (21) e retirado do ar no fim da tarde.
O episódio aconteceu paralelamente à divulgação de áudios pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, nos quais o presidente, em mensagens de Whatsapp, se congratula com uma pessoa que atacou Mourão.
Nas conversas, Bolsonaro faz ainda menção ao pleito de 2022 e diz que o vice terá uma surpresinha–comentário que pode ser interpretado como um sinal de que a reeleição está no radar.
"Elites ainda creem nas promessas de Guedes" |
A guerra entre os generais e o séquito de Olavo, cujo prestígio no governo ainda está por ser melhor explicado, chegou a um ponto de difícil retorno.
O vice já assumiu agenda própria, contradiz o presidente quando bem entende e é visto como boa alternativa em caso de eventual problema com o titular. Qual problema não se sabe ao certo.
Sabe-se é que Mourão dança a dança do golpista esclarecido –e sua coreografia parece despertar simpatias entre setores supostamente mais sensatos do mundo político e econômico.
Com menos de quatro meses de governo já se presencia um cisma de grandes proporções numa administração cuja índole caótica, primária e regressiva parece ser ainda tolerada por representantes do empresariado e das elites graças às promessas –aqui e ali fantasiosas, diga-se– do ministro da economia. (por Marcos Augusto Gonçalves)
3 comentários:
Para mim essa briga desse povo não passa de um telecatch, tanto que nem dou atenção, pois penso que à esquerda deveria atacar Bolsonaro e toda direita fascista pelas ideias fracassadas deles.
Como por exemplo: Os supermercados que estão acabando com setores e até fechando lojas, as indústrias como a Ford e a Roche que estão fechando e os baixos salários dos "felizardos empregados".
Essa briga deles não é pauta nossa, ou seja, uma grande possibilidade de controle de narrativas, como a briga de Olavo de Carvalho com sua filha.
Devemos é atacar essa direita fascista pelas suas ideias fracassadas, não pelas brigas deles, ou acham que irão perder o poder para por alguém da esquerda? Vamos lutarmos para que toda direita fascista caia e não para trocar Bolsonaro por quem eles querem.
Gilberto,
o problema é que há uma direita selvagem tentando criar o caos para conduzir o país ao totalitarismo e, se não determos esse inimigo principal, poderemos ter o mesmo fim dos comunistas alemães sob Hitler. É simples assim.
Sob um governo Mourão teríamos condições de reerguer a esquerda, que hoje não tem força para enfrentar inimigo nenhum.
Se Bolsonaro, Olavo de Carvalho, Steve Bannon e outros insanos do apocalipse prevalecerem, o jogo acaba (nós morreremos).
É simples assim. Temos de garantir a continuidade do jogo.
Camarada Celso Lungaretti, não concordo, mas encerro por aqui.
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