quarta-feira, 17 de abril de 2019

BOLSONARO DETONA 700 CONSELHOS DA SOCIEDADE CIVIL COM UMA CANETADA SÓ

Ôps, foto errada. Este é o Átila, não o Bolsonaro. Só o modus operandi é que é parecido...
ricardo kotscho
JÁ ESTAMOS CAMINHANDO PARA UMA NOVA DITADURA?
Numa só canetada, ao completar 100 dias de governo, o presidente Jair Bolsonaro, também chamado de mito, acabou na semana passada com mais de 700 conselhos da sociedade civil organizada.

Não escapou nem o Conade (Conselho Nacional das Pessoas Deficientes).

Entre todas as maluquices e indignidades cometidas até agora pelo governo do capitão de olhos arregalados, o mais grave para mim foi este decreto, um verdadeiro AI-5 redivivo, que acabou com os conselhos criados desde a redemocratização do país.
Este também não! Este é o Gengis Khan. Quase igual...
O mais impressionante nisso é que a demolição deste sustentáculo da democracia participativa não gerou maiores reações da sociedade civil, como se fosse uma coisa normal.

...Despencando em todas as pesquisas, ele se volta cada vez mais para o núcleo duro do seu eleitorado, os chamados bolsonaristas de raiz, a extrema direita brasileira que lhe dava 20% dos votos na campanha presidencial, antes da facada e da prisão de Lula, que decidiram a eleição.

E o que se poderia esperar de quem tem como seus ídolos e modelos políticos figuras abomináveis como Pinochet e Stroessner? De um deputado do baixo clero que sempre defendeu a ditadura e as torturas do regime militar, tendo como guia o coronel Brilhante Ustra e Olavo de Carvalho?
Nem este. Onde já se viu confundi-lo com o Vlad Dracul?!

Chegamos a um ponto de esquizofrenia política que já tem muita gente achando que só os generais, liderados pelo vice Mourão, podem salvar o Brasil de uma nova ditadura.

O fim dos conselhos foi um passo emblemático deste governo paramilitar para afrontar o Estado de Direito, o respeito às liberdades individuais e o direito de organização e participação da sociedade num regime democrático.

Para Bolsonaro, as conquistas sociais e civilizatórias dos últimos anos são um apenas um estorvo na sua escalada autoritária, em que só ele quer mandar no pedaço, como se o Brasil fosse uma propriedade privada dele.

Acabar com os radares nas estradas, o liberou geral das armas, as seguidas agressões aos órgãos de defesa do meio ambiente, tudo isso faz parte de uma estratégia ensandecida do quanto pior, melhor, que antes era uma arma da oposição, não dos governos.

Acreditando mesmo que é um mito e que cumpre uma missão divina. parece que o presidente joga no caos generalizado para ver o circo pegar fogo e depois surgir como o salvador da pátria.
Ei-lo, finalmente! Não o grande ditador (fala sério!), mas uma caricatura do dito cujo. Bingo!
Ele mesmo falou em Washington que primeiro é preciso destruir para depois começar a construir um novo Brasil.

A destruição já começou, mas ninguém sabre o que virá no lugar dos escombros. (por Ricardo Kotscho)

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Celso, aqui éo Hebert, tudo bem?

"O mais impressionante nisso é que a demolição deste sustentáculo da democracia participativa não gerou maiores reações da sociedade civil, como se fosse uma coisa normal."

Talvez o trecho acima da sua crônica seja um sintoma, daquela pesquisa postada por você,
sobre o nível de percepção que uma sociedade tem da realidade a sua volta.

Por coincidência, meu pai assistiu ontem o filme O Ditador no Telecine Cult,
acho que foi uma série de filmes de Chaplin, em sequência.

Abraço.

celsolungaretti disse...

"O grande ditador" pode ser visto aqui no blog, Hebert: https://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2018/05/maduro-quer-ficar-no-poder-ate-2025.html

Não é um dos melhores filmes do Chaplin. Por mais que detestemos o Hitler, ele foi um personagem histórico importante. A mera esculhambação cairia melhor se aplicada a um Bolsonaro qualquer.

Quanto à omissão dos que sabem o que está acontecendo mas enfiam a cabeça na areia, na ditadura militar foi igualzinho. A maioria só começou a mostrar um pouco de brio a partir do assassinato do Vladimir Herzog.

Um forte abraço!

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