quinta-feira, 14 de março de 2019

VERGONHOSO: ELANO RASTEJOU DIANTE DE MESSI NO MUNDIAL DE 2011, IMPLORANDO QUE O BARÇA NÃO MASSACRASSE O SANTOS

Elano foi suplicar clemência ao Messi
Fez bem nosso imprescindível Dalton Rosado em reverenciar (vide aqui) o grande time do Santos que deslumbrou o planeta bola na década de 1960, quando chegou inclusive a sagrar-se duas vezes campeão do mundo, em 1962 e 1963.

Para mim pouco importa que a Fifa tenha cassado depois tais títulos, sob a alegação de que a disputa entre o campeão da Europa e o campeão das Américas não poderia ser considerada um campeonato mundial, já que excluía os representantes dos outros continentes.

Mas, para quem (como eu) viu essa história acontecer, os barrados no baile não teriam a mais remota chance. Do Mundial de seleções eles participam, mas, dentre as 21 Copas disputadas até hoje, quantas ganharam? Nenhuma!

Aliás, nos Mundiais Fifa daquela época, a única seleção do resto do mundo que sobreviveu às eliminatórias foi a da Coréia do Norte em 1966. Não só se colocou entre os 16 que iriam para a Copa, como conseguiu inclusive ultrapassar as oitavas de final (hoje as chamaríamos de fase de grupos, pois eram disputadas por quatro selecionados jogando entre si e só dois seguiam adiante). 

A Coréia do Norte  surpreendentemente alcançou as quartas de final, mandando a Itália para casa, mas Portugal restabeleceu a ordem natural das coisas, impondo-lhe um sonoro 5x3.

Então, como diria Nelson Rodrigues, pouco se me dão as posteriores revisões politicamente corretas dos idiotas da objetividade: o Santos foi o legítimo campeão mundial de 1962 e 1963, não campeão de uma hipotética Copa Intercontinental que não existia na época e hoje só existe na cabeça dos que engolem acriticamente as falácias oficiais...
Por que confessar isso agora?

[Aliás, a incoerência da Fifa é tamanha que reconhece como primeira competição mundial entre clubes a Copa Rio de 1951, disputada exclusivamente por equipes da Europa e da América do Sul. Ora, das duas, uma: ou foi outra copa intercontinental ou as vencidas pelo Santos foram campeonatos mundiais!]

O certo é que, em 1962, a tal Copa Rio já tinha sido esquecida por Deus e o mundo (exceto pelos palmeirenses), tendo sido o Santos o primeiro time brasileiro a ser reconhecido aqui e lá fora como campeão mundial, depois de qualificar-se para representar as Américas derrotando o Peñarol (2x1, 2x3 e 3x0) e de detonar o Benfica na grande decisão (3x2 no Maracanã e acachapantes 5x2 no Estádio da Luz). 

Foi nesta última partida que o Santos maravilhou a Europa, com Pelé marcando nada menos do que três gols em Lisboa, que vieram somar-se aos dois que havia feito no Rio.

[Um acontecimento inusitado se deu no segundo confronto para decidir a Copa Libertadores das Américas, travado na Vila Belmiro: os santistas reclamaram que jogadores uruguaios haviam jogado areia nos olhos do goleiro Gylmar no 2º gol e cometido outra falta no 3º. A torcida santista atirou algumas garrafas no gramado. O jogo continuou, o Santos empatou e o placar final foi 3x3. Mas, o juiz chileno alegou depois que a partida só valera até o 2x3, pois não havia condições de segurança e deveria haver sido encerrado... só que ele tivera medo de apanhar caso soasse o apito final antes da hora!]

O bi mundial não viria com goleada, mas foi épico. O poderoso Milan fez 4x2  em Milão e terminou o 1º tempo no Maracanã vencendo por 2x0 um Santos desfalcado de Pelé. Aí desabou uma tempestade e, à base da raça e dos petardos de Pepe no campo molhado (fez dois gols de falta), o Santos devolveu os 4x2. 
Zito jamais consentiria em tal papelão
A decisão se deu no Maracanã, dois dias depois, numa partida intensamente disputada e com redobrados cuidados defensivos. Depois dos dois jogaços anteriores, a vitória por apenas 1x0, gol do zagueiro Dalmo cobrando pênalti, acabou sendo um anticlímax. Mas bastou, e o Santos novamente conquistou o mundo.

Para quem conserva a lembrança desse passado glorioso, foi chocante a revelação que o ex-meia Elano acaba de fazer a um site esportivo estrangeiro: na única chance que o Santos teve de reeditar suas grandes conquistas da década de 1960, ao disputar a final do Mundial de Clubes de 2011 com o Barcelona, pediu clemência aos adversários para não ser massacrado!!!

E quem o fez foi o próprio Elano, suplicando ao Messi: "Pelo amor de Deus, deem uma aliviada para a gente".  

Cuidadoso, Messi evitou dar uma resposta comprometedora, mas subentendeu que o fariam: "Vamos ficar com a bola. Se vocês não jogarem, nós vamos...". 

Pode-se ler esta frase de duas maneiras, mas, à vista do que aconteceu depois, creio que a certa é: "Deixem-nos ficar com a bola fazendo o tempo passar e nós aliviaremos, sim". 

É que, após o avassalador domínio catalão no 1º tempo (3x0 que bem poderiam ter sido 6x0), no 2º o Barça tocou a bola displicentemente de um lado para outro enquanto os santistas corriam para não chegarem... Messi ainda marcou, aos 37', o gol derradeiro, para fechar a conta e, creio, para não dar muita pinta de que fizera uma caridade.
Teria sido melhor perder sem arreglo por 8x0, como neste amistoso de 2013...
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Pode estar aí a explicação de por que o Neymar desperdiçou tão bisonhamente a maior chance do Santos na partida inteira. As más línguas disseram que era por já estar vendido ao Barcelona. Mas, talvez tenha sido para cumprir o combinado entre Elano e Messi.

O certo é que Elano foi sensato em só revelar publicamente este episódio vergonhoso após a morte do grande capitão Zito, caso contrário correria o risco de levar uma baita surra, por maior que fosse a diferença de idade entre ambos.
...do que humilhar-se ao adversário e armar uma farsa para perder só de 4x0!

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