quarta-feira, 11 de abril de 2018

QUEM CONSIDERA "PRIVILÉGIO" LULA TER VASO SANITÁRIO NA CELA É MESMO PERVERTIDO E ANIMALESCO!

Este blog defende intransigentemente o respeito aos direitos humanos; e valoriza as posturas civilizadas e as manifestações de vida inteligente, provenham de quem provierem. 

A Idade Média felizmente ficou para trás e quem discorda de nós não pode mais ser encarado como um herege que pecou contra Deus e deve ser calado a qualquer preço para não nos contaminar. Deixemos esses primarismos para quem tem não lugar na civilização e está em guerra permanente contra ela, como os fundamentalistas muçulmanos!

O tacanho e rancoroso ad hominem iguala parte da esquerda à barbárie que sempre criticamos na direita. Comigo não, violão! 

Então, até Gilmar Mendes merece ser aplaudido quando diz algo que preste, embora eu o tenha combatido incessantemente e pregado várias vezes o seu impeachment quando ele mantinha conduta parcial e tendenciosa no Caso Battisti. 

Mas, isto não me impede de concordar com ele em gênero, número e grau agora que, referindo-se a cidadãos que criticaram a existência de um vaso sanitário na cela do Lula por considerarem isto um privilégio, Mendes bateu pesado neles:
"Onde estamos com a cabeça? Aonde foi a nossa sensibilidade? É um tipo de perversão que pessoas que foram alfabetizadas, tiveram três ou quatro alimentações durante toda a vida, se comportem dessa maneira animalesca. 
Combater o crime, sim. Punir, sim. Mas, com respeito à dignidade da pessoa humana".
Aliás, também eu respeito a dignidade da pessoa humana mesmo nos casos relativos a inimigos históricos, como o Paulo Maluf.
Cela do Lula. Quem gostaria de ter idêntico privilégio?
Quando Maluf, aos 86 anos de idade e padecendo de várias doenças que jamais teriam tratamento adequado no cárcere, foi mandado para a prisão na véspera do último Natal, não tive dúvidas de tomar sua defesa, embora jamais vá esquecer que ele, quando era governador de São Paulo, foi o responsável último por um sem-número de homicídios maquilados em resistência à prisão que a Rota (tropa de choque da PM) cometeu.

Hoje, contudo, não passa de um ancião combalido, em contagem regressiva para a sepultura. Horrorizado com a desumanidade de Edson Fachin, escrevi em dezembro (o post completo está aqui):
"Antiquado ou não, sou um brasileiro cordial e brasileiro cordial morrerei. (...) O Brasil que condena Maluf a passar seu fim de vida em regime fechado, com grande chance de morrer encarcerado, não é o meu Brasil. Cada vez gosto menos de viver nele, em meio a tanta barbárie e tanto ódio".
Paulo Maluf, atualmente: um farrapo!
Maluf sofre de problemas graves e permanentes, tanto na coluna quanto no coração, e tem câncer de próstata. Já não está conseguindo nem andar, pois, conforme explicou o urologista Miguel Srougi, do hospital Sírio Libanês, os idosos, imobilizados, podem ter sarcopenia, quando o músculo é substituído pela gordura. 

Segundo Srougi, as pernas de Maluf estão atrofiadas, ele tem uma infecção por fungos no aparelho digestivo e falta de ferro. E concluiu:
"A imobilidade, a depressão e a desnutrição podem ser fatais para os mais velhos. A pena de prisão passa a ser pena de morte. As pessoas viram farrapos".

Um comentário:

SF disse...

***
Nas ditas ciências humanas admite-se a subjetividade.
Atribui-se imprevisibilidade aos acontecimentos, resumida no obscurantismo da "fortuna".
Fortuna Imperatix Mundi!

Assim, é possível pensar a virtude filosoficamente e vivê-la no plano das ideias.
Isso se dá porque a maioria dos virtuosos virtuais não tem poder real para mudar as coisas.
Nunca tiveram verbas, nunca mandaram em nada e não tiveram a chance de realizar atos e obras virtuosas de grande vulto.

Ocorre que os nominados no seu artigo tiveram a oportunidade e o poder, mas optaram por não melhorar as condições a que são submetidos os apenados.
Sabe aquela dinâmica onde cada um escolhe uma coisa para outro fazer e descobre que é ele quem tem pagar a prenda?
Velha dinâmica esquecida.
Ela relembra a lei do retorno.

A exata, imparcial e impessoal Lei da causalidade.

E não se trata de um argumentum ad hominem. É assim que funciona.
As pessoas dormem na cama que preparam para os outros, bebem a taça com veneno que achavam que seria servida ao inimigo e colhem o que plantam.

Com o pensamento e vontade, secundados por recursos e poder, imaginam e plasmam a realidade em que vivem.
Ela é feia?
Pois é bem capaz de que feia também é a mente coletiva que a criou.

Portanto, o que está ocorrendo é claro lembrete para os que agora estão pensando em descaminhos e impunidades.



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