O pupilo do Brilhante Ustra é o inimigo a ser vencido... |
A menos de seis meses do 1º turno das eleições 2018, o dilema persiste: como evitarmos o único desfecho possível mas inaceitável (por representar enorme retrocesso), qual seja a vitória do ultradireitista Jair Bolsonaro?
Tenho afirmado que é o poder econômico quem realmente manda no Brasil, cabendo ao presidente da República as funções cerimoniais e as decisões de menor relevância. A macroeconomia é terreno minado para os mandatários escolhidos nas urnas: são afastados, de um jeito ou de outro, se tentarem reduzir a escandalosa desigualdade econômica prevalecente no País desde sempre (não recuou um milímetro durante os governos petistas, ao contrário do martelado pela propaganda companheira).
Mas sob um Bolsonaro da vida, herdeiro espiritual da ditadura militar, essas questões de menor relevância podem tornar-se explosivas, pois tudo levar a crer que, para começar, ele tentará passar como um trator sobre a Justiça, os direitos civis e os direitos humanos.
...seja pelo picolé de chuchu... |
Já afirmou, p. ex., que extraditaria imediatamente Cesare Battisti para a Itália, embora sua bravata seja irrealizável dentro da normalidade constitucional: o Supremo Tribunal Federal autorizou o ex-presidente Lula a dar a decisão final sobre o caso e, isto feito, seu plenário novamente apreciou o assunto e, em junho de 2011, por seis votos a três, confirmou o que Lula decidira, tornando o escritor italiano um residente legal no Brasil.
Portanto, na hipótese nefanda de Bolsonaro tornar-se presidente, ele poderia eventualmente determinar a expulsão de Battisti no Brasil, mas nunca extraditá-lo sem uma nova decisão do Supremo.
Bolsonaro está, portanto, prometendo o que não tem condições de entregar, a menos que já esteja resolvido a violentar as prerrogativas de outro Poder.
O que nos dizem as pesquisas eleitorais, embora prematuras (o eleitorado só começará a escolher pra valer em quem votará depois da Copa do mundo e das férias escolares de julho), sobre a melhor forma de cravarmos a estaca no coração do vampiro?
...pelos messiânicos (des)unidos... |
A última, divulgada nesta 3ª feira, 24, pelo Ibope, é referente apenas ao estado de São Paulo e traz dois cenários inúteis, com a inclusão do nome do Lula, cuja candidatura será inevitavelmente barrada pela Justiça Eleitoral por haver se tornado um ficha suja. Seria um exercício de futilidade nos debruçarmos sobre eles.
Nos cenários que realmente contam, Bolsonaro lidera com 16% num deles e no outro tem 15%, empatando com Geraldo Alckmin.
Alckmin, com 15% em ambos, é o adversário mais próximo de Bolsonaro.
Vêm em seguida Marina Silva (11% e 12%) e Joaquim Barbosa (9% e 10%).
Depois, Ciro Gomes (4% e 6%) e Fernando Haddad (3% e 3%).
...ou pelos herdeiros do espólio do Lula. |
Henrique Meirelles oscila entre 0% e 1%, aparentemente não tendo chance sozinho e podendo vir a ser um bom vice para Alckmin.
Também Marina e Barbosa, bem como Ciro e Haddad, se tornarão mais viáveis caso consigam juntar as forças, formando chapas. Tudo isso tem sido cogitado, mas nada ainda se decidiu.
Toda a minha torcida é no sentido de que Alckmin, Meirelles, Marina, Barbosa, Ciro e Haddad, isoladamente ou em dupla no 1º turno, ou todos juntos no 2º turno, deem um fim à pretensão do Bolsonaro de fazer a roda da História girar para trás, levando-nos de volta aos sanguinários anos de chumbo.
Observação: post atualizado às 13h50 do dia 26/04. Desatento, eu não percebera que se tratava de uma pesquisa efetuada pelo Ibope apenas com eleitores do estado de São Paulo.
Também Marina e Barbosa, bem como Ciro e Haddad, se tornarão mais viáveis caso consigam juntar as forças, formando chapas. Tudo isso tem sido cogitado, mas nada ainda se decidiu.
Toda a minha torcida é no sentido de que Alckmin, Meirelles, Marina, Barbosa, Ciro e Haddad, isoladamente ou em dupla no 1º turno, ou todos juntos no 2º turno, deem um fim à pretensão do Bolsonaro de fazer a roda da História girar para trás, levando-nos de volta aos sanguinários anos de chumbo.
4 comentários:
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Suas análises a respeito do Lula talvez sejam precitadas, pois observadores atentos vislumbram manobra no Supremo para tirá-lo da cadeia.
Quiçá guindá-lo à condição de candidato.
Por outro lado o Bolsobaro mente.
Ô novidade!
Todos mentem.
Acredito que ele nem sequer vai facilitar a venda de armas aos cidadãos como promete.
Companheiro,
não são as minhas que são precipitadas, são as dos outros que não passam de wishful thinking. Muita pressão para ver se uma improbabilidade se transforma em realidade. Não vai rolar.
Lembre-se que eu disse isto. Pode acontecer até de ele ser libertado, mas candidato, não.
Abs.
Os candidatos com mais intenções de voto estão com 16% ou 15%? Putz, que representatividades baixíssimas! Ficará ridículo alguém ir ao segundo turno com essa quantidade baixíssima de votos!
Eu fiz as contas aqui e não passa de 60% os votos válidos - isso quer dizer que 40% vai ser tudo nulo, branco e abstenções! Confere isso?
E como tem uns candidatos aí cujo votos não serão transferidas pro Bolsonaro de jeito nenhum, quer dizer que se esse cara ganhar vai por cima de metade (para mais ou para menos) de nulos/brancos/abstenções - um récorde de votos em "ninguém", semelhante com o que aconteceu no Amazonas nas eleições suplementares ocorridas ano passado! Além da legitimidade de uma vitória do Bolsonaro ficar contestável, abre espaço pruma crise de representatividade brava, uma crise eleitoral e política que não se sabe aonde vai dar (ao menos eu não sei se já houve caso assim na história da humanidade - o blogueiro que é mais velho e sabido de História poderá responder melhor do que eu).
Alessandro,
infelizmente, o blogueiro "mais velho e sabido" não percebeu que se tratava de uma pesquisa efetuada exclusivamente com eleitores de São Paulo.
Quando percebi, alterei um parágrafo do texto e coloquei uma observação no final.
Mas, nem todos os leitores percebem. E, realmente, fica estranho tentar interpretar o quadro eleitoral a partir da amostragem de um único Estado. Talvez tivesse sido melhor simplesmente deletar o post.
Minhas desculpas.
Celso
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