terça-feira, 24 de abril de 2018

A LUTA PELO TRONO DO FUTEBOL ESTÁ ABERTA: MESSI CONTRA O FARAÓ.

semifinal desta 3ª feira (24) da Liga dos Campeões da Europa comprovou definitivamente que o atacante egípcio Mohamed Salah é o único jogador em atividade capaz de disputar com o argentino Lionel Messi a posição de melhor do mundo. 

Na vitória do Liverpool sobre a Roma por 5x2 no estádio de Anfield, na terra dos Beatles, ele assinalou dois gols (o primeiro foi de arrepiar!) e deu assistências para Sadio Mané e Roberto Firmino marcarem outros dois. Foi o nome do jogo.

E já vinha sendo o nome da temporada, com (agora) 43 gols em 47 partidas, além de 15 assistências (ou seja, ele garante para o seu time 1,23 gol a cada jogo). Astro do Liverpool, ele compareceu às redes nas três vitórias sobre o badalado Manchester City de Pep Guardiola. 

A série começou em janeiro, com os 4x3 em Liverpool, encerrando a sequência de 22 jogos invictos do City no campeonato inglês. Mas o melhor viria na Champions, com os 3x0 em casa e os 2x1 como visitante, com Salah marcando o primeiro gol do Liverpool nas duas partidas. Até chegarmos, hoje, à queda do Império Romano, que desabou a seus pés.

O comentarista esportivo Júlio Gomes, especializado em futebol internacional, assim resumiu a trajetória do faraó, hoje com 25 anos:
"Foi contratado pelo Chelsea quatro anos atrás, não deu certo, foi emprestado para a Fiorentina, vendido para a Roma. Na Itália, eu costumava chamá-lo de uma espécie de Mirandinha. Velocista, ciscador, mas péssimo na tomada de decisões. Meio burro, falando o português claro (ou corro ou penso, professor). Eu, como muitos, achei um absurdo o Liverpool pagar mais de 200 milhões de reais por ele.
Eu, como muitos, estávamos errados. Ele não só provou seu valor na Premier League como passou a tomar todas as decisões corretas. Passa quando tem de passar. Finaliza quando tem de finalizar. E faz gols. Um caminhão deles.
O cara virou o Messi de um ano para o outro. É gol de canhota no ângulo, de cavadinha… é só golaço. Sem contar a função tática pela esquerda, fechando espaços e criando muitos problemas com tanta velocidade".
Quanto a ser reconhecido numa das principais premiações do futebol, a Bola de Ouro, é evidente que, caso seja o Liverpool ou o Real Madrid quem vença a Liga dos Campeões, o agraciado será Salah ou Cristiano Ronaldo, respectivamente. Se der Bayern, a disputa tende a ficar entre Salah, Messi e algum craque do time alemão que se destaque nas partidas decisivas.

Já a escolha da Fifa levará em conta também a Copa do Mundo, na qual Portugal e Egito vão entrar como meros figurantes e a Argentina só conquistará o tri se o seu único fora-de-série carregar o escrete nas costas como fez na última partida das eliminatórias (Equador 1x3 Messi).

Mas, tais prêmios são apenas promocionais, impulsionam o marketing do futebol e não se destinam a identificar o melhor futebolista. Agraciam o maior destaque do time que conquistou os títulos mais importantes. 

E, às vezes, nem isto.  Em 2013, na fase em que a Bola de Ouro e o troféu da Fifa eram atribuídos conjuntamente, o placar estava Messi 4x1 Cristiano Ronaldo e o português nada conquistara na Champions nem na Espanha, só brilhando na repescagem (!) da Copa do Mundo, quando foi decisivo contra a Suécia. 

Muito se falou na época que a escolha foi manipulada para não desfazer a (aliás falsa) impressão de que havia competição entre ambos, boa para alavancar os negócios que giram em torno do futebol.

Mera forçação de barra dos movidos pela ganância, enfim. Messi é um gênio finalizando, driblando, lançando, pensando, comandando o ataque. Disparado, o melhor futebolista do século 21, assim como Pelé foi o do século 20.

Cristiano não passa de um jogador razoável nos demais fundamentos, só se destacando:
  • pelas excelentes finalizações com os pés e com a cabeça; 
  • pelo físico (é alto e vigoroso);
  • pela impulsão (sobe muito para cabecear); e
  • pelo senso de colocação (tem a intuição de para onde a bola acabará indo).
Mas, precisa que a redonda chegue até ele em condições favoráveis para suas conclusões. Caso contrário, nada renderá.

Os grandes craques conseguem ser decisivos de várias outras maneiras. Ronaldo não é nem tem mais idade e aptidão para tornar-se um deles. 

Ao passo que Messi, p. ex., poderá deixar a definição das jogadas para os mais jovens e, recuando um pouco, desempenhar em seu final de carreira a função de meio-campista no Barcelona (ainda mais com a provável ida do magistral Iniesta para a China). 

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