sábado, 16 de abril de 2016

PT COGITA LANÇAR CAMPANHA POR NOVAS "DIRETAS JÁ"

Colunista muito bem municiada por algum figurão do Partido dos Trabalhadores, Mônica Bergano trouxe neste sábado (16) uma interessante informação de cocheira:
"O PT discute lançar uma campanha pedindo diretas já caso o impeachment seja aprovado no domingo e Dilma Rousseff seja posteriormente afastada pelo Senado. 
A ideia é sustentar que o mandato de Michel Temer, que assumirá interinamente até Dilma ser julgada, é ilegítimo e que eleições já seriam a melhor solução para a crise política".
Expliquemos. Caso o impeachment seja aprovado amanhã por dois terços dos deputados federais, será enviado ao Senado.

Aí, por maioria simples, os senadores decidirão se aceitam ou não receber o processo. Se 41 deles, do total de 81, cravarem sim, Dilma vai ser afastada por 180 dias, com a caneta presidencial passando às mãos de Temer.
Quem acreditar que, seis meses depois, ela vá ser inocentada e possa reassumir o mandato, compra até terreno na Lua...

De resto, é provável que eu jamais venha a saber se a proposta que lancei no meu artigo de ontem foi ou não levada em conta nessa discussão interna do PT. Evidentemente, enderecei-a a alguns grãos petistas cujos endereços de e-mail possuo, mas não houve resposta.

De qualquer forma, o meu passo-a-passo é melhor do que o revelado pela Mônica.

Se quiser mesmo dar a volta por cima, o partido precisa mudar sua prioridade tão logo a Câmara Federal fulmine Dilma.

Caso contrário, certamente o Senado a mandará para casa por 180 dias e, se só então o PT passar a contestar a interinidade de Temer, o Brasil inteiro avaliará isso como oportunismo e exercício do direito de espernear... 
Se, pelo contrário, Dilma renunciar, atirar na cara de Temer que seu dever é renunciar também e a esquerda de imediato lançar a campanha das novas diretas já, o impacto vai ser muito, muito maior. Poderemos até virar o jogo.

Só obtemos grandes vitórias quando nos dispomos a encarar grandes perdas e grandes renúncias. O PT quer fazer política com a cautela e a mesmice dos guarda-livros (contadores) dos grotões. Precisa pensar grande.

3 comentários:

joao rodrigues disse...

Meu irmão,me explica milhões como eu que que não está defendendo o partido que muitos ajudamos a fundar, nõa estamos nem com a Dilma e sim contra o golpe. Sem golpe a esperança volta e os canalhas de sempre recuam.Não muda nada, meu irmão. Na tal legalidade o povo é ator, para o bem mais que para o mal. Mas o golpe nunca vêm só : traz a infâmia e a desesperança da tirania. Te respeito por tal comento minha opinião modesta. Um abraço.

celsolungaretti disse...

João,

"golpe", no caso, não passa de uma mentira que os petistas martelaram milhares de vezes até passar por verdade, exatamente como Goebbels recomendou.

O impeachment atual, em tudo e por tudo, é idêntico ao do Collor. Então, se for golpe agora, foi golpe em 1992 e o PT foi o principal culpado por aquele golpe.

Mas, não me interessa participar de duelos de slogans. Sou revolucionário e, seguindo Marx, considero que é a política econômica que define ideologicamente um governo.

O de Dilma é neoliberal, tanto quanto o foram o da Margaret Thatcher, do Reagan e do Pinochet.

Então, nada me obriga a defendê-lo. Como também não defenderia o do Aécio Neves que, se houvesse ganhado a eleição, teria adotado as mesmíssimas diretrizes econômicas.

Minha luta é para dar um fim ao capitalismo. Não é o que está colocado na mesa por nenhum dos protagonistas da política oficial neste instante.

SF disse...

Celso,
Os políticos são conhecidos por sua sagacidade. Não é a toa que os "melhores" dentre eles são reconhecidos como raposas políticas.
Nas inúmeras vezes em que eles estiveram para serem pegos pela polícia,deram um jeito de escaparem ilesos.
A vantagem que eles tinham era o fato de anteciparem-se e bloquear, ou exaurir ao máximo, as investigações em torno deles.
No rol das matreirices estavam:
A blindagem pelo político que era, enfim, investigado e preso;
O impeachment;
As CPIs;
E as eleições diretas!

Tudo para tirar o foco da verdade que eles são uma inútil e desonesta casta.
Como disse o Dalton Rosado, no artigo anterior, temos que impichar é a política capitalista!

A situação com a qual as "excelências" se deparam agora é inédita.
Os "grandes" da política estão sob investigação, outro tanto de políticos periféricos estão sendo investigados pela polícia, e há sobejas provas de que são culpados de toda nojeira de que são acusados.

Chegou-se a essa situação inédita graças a expertise do juiz curitibano.

Quando ele começou só vazava os fatos que incriminavam empreiteiros. Nem uma remota palavra sobre envolvimento de políticos.
A tranquilidade dos gabirus era tanta que até o ano passado empreiteiras ainda mandavam grana para eles!

E só quando os processos já estavam encaixotados para serem remetidos ao Procurador Geral saiu a lista dos políticos envolvidos.
Brilhante!

Os caras tiveram as investigações autorizadas pelo supremo e chegamos a este momento atual, no qual eles encenam o drama do impeachment, mas já preparando o próximo ato: eleições.

Essas polarizações que se vêem são nanobras diversionistas, no fundo tentam afastar o foco do fato que estão sendo investigados, serão processados e condenados.
Não mais um ou dois, e sim 10% do congresso.

Nunca duvidarei da capacidade dessa turma de virar o jogo. Eles apostaram e apostam hoje na venalidade das pessoas. Quase nunca erram.

Não sei qual será o desfecho, mas será uma novidade na política nativa.

Veremos se eles serão tão bons quanto os mafiosos depois da "mãos limpas"...

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