"O número que talvez melhor explique a derrota do chavismo no verdadeiro plebiscito que foi o pleito parlamentar de domingo surge de um estudo do sociólogo Luis Pedro España: o número de lares em situação de pobreza na Venezuela passou de 48,4% em 2014 para 73% este ano.
Em número de pessoas não é diferente: de 52,6% de pobres passou-se a 76%.
É natural, ante essa involução, que a maioria de venezuelanos tenha abandonado o governo que dizia representá-los. Afinal, sua monumental incompetência não conseguiu protegê-los." (Clóvis Rossi, comentarista político)
4 comentários:
Tenho, de certa forma, que te parabenizar, Celso. Você, até onde me lembro, foi o ÚNICO articulista a falar sobre a iminência do impeachment. Isso há mais de um ano! Parabéns pelo ''faro'' político...
Axel,
eu passei a falar do impeachment depois da reeleição da Dilma e da escolha do Joaquim Levy para ministro da Fazenda, e não como possibilidade única.
Minhas certezas eram duas:
1) não daria certo um governo de esquerda fazer um ajuste fiscal tipicamente neoliberal, ou seja, pretendendo que o povo pagasse a conta da orgia dos ricos;
2) se Dilma insistisse nisso, de um jeito ou de outro seria afastada.
Outro palpite meu é que o afastamento se daria quando a crise econômica atingisse o auge e começasse a gerar tensões sociais.
Hoje está muito fácil de antecipar que ela não começará 2017 na Presidência. Talvez não chegue nem ao 2º semestre do 2016.
Quanto a exatamente quando e de que forma ela sairá, não tenho bola de cristal. Poderá ser pela via do impeachment, da cassação pelo TSE, da renúncia. Considero muito remotas as possibilidades de um golpe de estado à antiga (tanques nas ruas), de atentado político, etc. Creio que isso tudo, felizmente, ficou para trás, no século passado.
Houve também um momento em que ela poderia ter-se desligado do PT, ingressado num partido menor (como o PDT) e recomposto seu ministério com a direita. Se ela abrisse mão do poder de fato, resignando-se a cumprir o restante do seu mandato como uma espécie de rainha da Inglaterra, salvaria a face, pelo menos. Mas, tenho a impressão de que ela nunca se deu conta de sua verdadeira situação, caso contrário não cometeria a enxurrada de erros que cometeu ao longo de 2015.
Lembre-se que, durante a última campanha eleitoral, eu sempre alertei que o 2º mandato seria desastroso. Não só via com simpatia uma vitória da Marina Silva, como várias vezes estimulei a corrente do "volta Lula!". Tinha clara noção de que este ano político seria dificílimo e o próximo também. Sabia que termos uma governante primária como a Dilma numa fase tempestuosa era o pior cenário possível e imaginável. Não deu outra.
Abs.
Começou com Leonhard Euler e continua até hoje a construção da Teoria das Redes.
Mesmo não sendo matemático, intuo que quanto mais nós tem uma rede maior sua estabilidade.
Trocando a palavra estabilidade por sustentabilidade devaneio afirmando que: quanto mais complexa e livre for uma economia maior será sua sustentabilidade.
Imagino que esperar essa simples compreensão de doutrinados talvez seja querer demais.
Eles não sabem administrar redes, mas sim mutilar sua arquitetura seja cortando as ligações entre os nós, dificultando as suas saudáveis conexões ou priorizando alguns nós que, ao romperem, destruirão toda a rede.
Ditadores são especialistas em destruir economias ao amarrarem toda a rede a um único nó.
Ao meu ver este é o caso da Venezuela. Fez tudo girar em torno do petróleo e, com este cotado a menos de 40 USD, vai a falência.
Isto é que dá conversar com passarinho!
Mas vejo que há muito disso em quase todos os aspectos da economia global.
A teia que mantém a vida tem sido mutilada e o desequilíbrio já é visível até para os leigos.
O engraçado é que temos já muitas ferramentas teóricas para evitar as crises, mas algo na natureza humana é incapaz de fazer algo lógico.
Então vamos conscientes em direção à nossa destruição.
Mas cuidando muito bem do "bigodon"!
aqui pergunta assim: em que vc está pensando?? e eu respondo; estou pensando que os anos PT trouxeram como sua marca mais visível um inegável protagonismo popular... o povo ocupou o centro do palco..o problema, ao menos para alguns ouvidos, é que que quando isso acontece o que se ouve é Wesley Safadão. E se ouve bem alto...e ao que parece isso é o vai ficar quando o petismo se for.
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