quarta-feira, 12 de agosto de 2015

"NOS QUARTÉIS LHES ENSINAM ANTIGAS LIÇÕES". E TAMBÉM NAS ESCOLAS?!

"...transferir o controle de escolas públicas para a Polícia Militar, como vêm 
fazendo alguns Estados brasileiros, encabeçados por Goiás, constitui 
uma violação à ordem republicana. O ponto central é que, quando 
a Secretaria de Educação 'militariza' um colégio, ficamos com 
uma instituição civil a menos. O sujeito que estudava ali e não 
se identifica muito com os ideais castrenses perdeu sua escola.

Para agravar mais o quadro, a 
passagem conspurca o princípio 
da gratuidade do ensino público, 
já que os estudantes precisam 
arcar com o custo dos uniformes 
e, em alguns casos, os novos 
administradores pedem uma 
contribuição mensal não 
obrigatória, mas, ainda assim, 
constrangedora para quem 
não pode pagar.

...a escola básica pública deve ser civil, laica, gratuita e tão neutra quanto possível em relação a ideologias e visões de mundo. Se não for assim, por que limitar a terceirização à PM? Os Estados deveriam organizar licitações para passar o controle de colégios a instituições religiosas, partidos políticos, sindicatos, grupos de hippies etc." 
(Hélio Schwartsman, filósofo)

6 comentários:

Filipe Santos disse...

Celso, passei por um processo semelhante quando estudava. Os professores, em especial de geografia e história, passavam uma visão marxista e até mesmo ateísta para os alunos. A meu ver, isso também é doutrinação! Como você sugere que esse tipo de coisa possa ser combatida?

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

Este assunto ainda vai longe.

celsolungaretti disse...

Felipe,

o que o Schwartsman está criticando (e eu concordo com ele) é a terceirização do ensino público para corporações, associações, partidos, empresas, etc. Parece-me que os professores citados por você agem como indivíduos. não por conta de um acordo firmado com a escola. São casos diferentes.

Filipe Santos disse...

Concordo. Mas era algo muito forte, e creio que alguma atitude deveria ter sido tomada, mas nunca foi.

Lucas Campelo disse...

Eu também não gosto de escolas militares. Nunca fui bagunceiro, mas não aceitaria estudar em uma escola com tantas regras ridículas como ficar batendo continência pra todo policial e pra bandeira do Brasil ou cabelo estar em corte militar. Além disso, existem questões controversas como o aluno só sair da escola se terminar todo o dever de casa. Acho que a pessoa não aprende o que é responsabilidade se só faz por obrigação.
Quanto a questões ideológicas em sala de aula, é melhor o professor seguir o programa. Eu tinha um professor que ficava fazendo propaganda do PT na primeira eleição do Lula e a gente perdia varias aulas com isso. Ele achava que o PT deveria aceitar o apoio de todos os partidos que pudesse como se isso não tivesse preço nenhum. Hoje é fácil dizer que ele foi meio ingênuo, mas na época nem desconfiava.Exceto isso, ele era um bom professor.

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

A conversa sobre as escolas militarizadas adquiriu toda uma expressão ao longo das últimas semanas: Goiás ampliou o seu número, e já se trata de uma realidade em outros estados, especialmente Minas e Rio Grande do Sul. E o ministro da educação, Renato J. Ribeiro, absolutamente mudo: ele não tem nada com isto. Não se posiciona em sua condição de ministro, não denuncia, não critica, não confronta, enfim, não se compromete. É esse aí o "governo popular" que a CUT, a UNE, o MST e MTST foram lá defender em Brasília, hoje à tarde.

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