"...transferir o controle de escolas públicas para a Polícia Militar, como vêm
fazendo alguns Estados brasileiros, encabeçados por Goiás, constitui
uma violação à ordem republicana. O ponto central é que, quando
a Secretaria de Educação 'militariza' um colégio, ficamos com
uma instituição civil a menos. O sujeito que estudava ali e não
se identifica muito com os ideais castrenses perdeu sua escola.
fazendo alguns Estados brasileiros, encabeçados por Goiás, constitui
uma violação à ordem republicana. O ponto central é que, quando
a Secretaria de Educação 'militariza' um colégio, ficamos com
uma instituição civil a menos. O sujeito que estudava ali e não
se identifica muito com os ideais castrenses perdeu sua escola.
Para agravar mais o quadro, a
passagem conspurca o princípio
da gratuidade do ensino público,
já que os estudantes precisam
arcar com o custo dos uniformes
e, em alguns casos, os novos
administradores pedem uma
contribuição mensal não
obrigatória, mas, ainda assim,
constrangedora para quem
não pode pagar.
passagem conspurca o princípio
da gratuidade do ensino público,
já que os estudantes precisam
arcar com o custo dos uniformes
e, em alguns casos, os novos
administradores pedem uma
contribuição mensal não
obrigatória, mas, ainda assim,
constrangedora para quem
não pode pagar.
...a escola básica pública deve ser civil, laica, gratuita e tão neutra quanto possível em relação a ideologias e visões de mundo. Se não for assim, por que limitar a terceirização à PM? Os Estados deveriam organizar licitações para passar o controle de colégios a instituições religiosas, partidos políticos, sindicatos, grupos de hippies etc."
(Hélio Schwartsman, filósofo)
6 comentários:
Celso, passei por um processo semelhante quando estudava. Os professores, em especial de geografia e história, passavam uma visão marxista e até mesmo ateísta para os alunos. A meu ver, isso também é doutrinação! Como você sugere que esse tipo de coisa possa ser combatida?
Este assunto ainda vai longe.
Felipe,
o que o Schwartsman está criticando (e eu concordo com ele) é a terceirização do ensino público para corporações, associações, partidos, empresas, etc. Parece-me que os professores citados por você agem como indivíduos. não por conta de um acordo firmado com a escola. São casos diferentes.
Concordo. Mas era algo muito forte, e creio que alguma atitude deveria ter sido tomada, mas nunca foi.
Eu também não gosto de escolas militares. Nunca fui bagunceiro, mas não aceitaria estudar em uma escola com tantas regras ridículas como ficar batendo continência pra todo policial e pra bandeira do Brasil ou cabelo estar em corte militar. Além disso, existem questões controversas como o aluno só sair da escola se terminar todo o dever de casa. Acho que a pessoa não aprende o que é responsabilidade se só faz por obrigação.
Quanto a questões ideológicas em sala de aula, é melhor o professor seguir o programa. Eu tinha um professor que ficava fazendo propaganda do PT na primeira eleição do Lula e a gente perdia varias aulas com isso. Ele achava que o PT deveria aceitar o apoio de todos os partidos que pudesse como se isso não tivesse preço nenhum. Hoje é fácil dizer que ele foi meio ingênuo, mas na época nem desconfiava.Exceto isso, ele era um bom professor.
A conversa sobre as escolas militarizadas adquiriu toda uma expressão ao longo das últimas semanas: Goiás ampliou o seu número, e já se trata de uma realidade em outros estados, especialmente Minas e Rio Grande do Sul. E o ministro da educação, Renato J. Ribeiro, absolutamente mudo: ele não tem nada com isto. Não se posiciona em sua condição de ministro, não denuncia, não critica, não confronta, enfim, não se compromete. É esse aí o "governo popular" que a CUT, a UNE, o MST e MTST foram lá defender em Brasília, hoje à tarde.
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