segunda-feira, 20 de julho de 2015

EM CASA ONDE FALTA PÃO, TODO MUNDO BRIGA E NINGUÉM TEM RAZÃO.

No espírito do meu post recente A república se esfarela, acabo de encontrar no vibrante Congresso em Foco um artigo que também avalia como desatinados e nefastos todos os personagens envolvidos no arranca-rabo que os hierarcas dos podres Poderes ora travam: A atual guerra institucional, do advogado e professor Tiago César Costa.

Não é um primor de comunicação (a falta de essencialização o torna desnecessariamente longo, com repetições do que já foi dito, estilo antiquado, etc.), mas acerta na mosca quanto ao fato de que não há santos nesse imbroglio. Como na novela de Ira Levin e no filme de Roman Polanski dela derivado, O bebê de Rosemary, "todos eles são bruxos". 

E vítima, existe uma só: o povo brasileiro, que a recessão fustiga enquanto  os me(r)dalhões, indiferentes ao seu penar, encarniçam-se numa guerra de foice no escuro que só faz aumentar o pandemônio atual.

Quem quiser ler a íntegra, que clique aqui. Reproduzo os trechos principais:
"As instituições da república (...) travam uma batalha árdua, onde uns atacam os outros, a fim de desviarem o foco da crise institucional que contamina o país.
A batalha campal tem como palco, o momento de extrema dificuldade econômica pela qual passamos, sendo que algumas medidas de austeridade surtem efeitos negativos e, devastadores para o nosso povo, que se vê acuado pelo aumento da inflação, estagnação da economia, juros altos, desemprego e redução do poder de compra dos brasileiros.
Enquanto o país necessita de líderes que conduzam o povo para que atravesse mais esse deserto, os poderes da república (citem-se o Legislativo, representado pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha; o Senado, representado pelo presidente Renan Calheiros; o Executivo, representado pela presidente Dilma Rousseff; o Judiciário, representado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski; e a Procuradoria Geral da República, representada por Rodrigo Janot) travam uma guerra institucional de grandes proporções (*).
...ao vislumbrarmos a estrutura dos poderes do Estado, nos deparamos com um verdadeiro aparelhamento das instituições. Numa dessas aventuras os indicados aos principais cargos comprometeram a nossa estatal Petrobrás, ocasionaram a paralisação de obras, demissões em massa, e colocaram grandes e intocáveis empreiteiras e seus executivos na mira da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
...com todo o respeito ao Poder Judiciário, (...) quando me deparo com um Supremo Tribunal Federal composto pela maioria de ministros indicados pelo partido político da atual Presidente da República, isso me causa angustia.
Basta citar o encontro recente na cidade do Porto em Portugal, que teve a participação do ministro presidente do STF Ricardo Lewandovscki; o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e a presidente da República Dilma Rousseff...
...visualizo um pouco suspeita essa reunião secreta não agendada, onde se encontraram em território neutro para tratarem de alguns assuntos relacionados ao país. Por que não se reuniram no Brasil? Qual o receio? 
Vários questionamentos jurídicos envolvendo a legalidade ou ilegalidade da coleta de provas, da conduta da Polícia Federal e do juiz federal Sérgio Moro certamente se desenrolarão na Suprema Corte do País, tendo em vista se tratar do foro competente para o julgamento de alguns desses políticos envolvidos no esquema de corrupção. Preocupo-me muito com a forma com que o STF conduzirá todas essas questões, pois, além de ser o guardião da Constituição Federal, seu objetivo máximo é fazer Justiça, e de forma independente.
...O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha foi envolvido por um dos delatores da Lava Jato, como um dos beneficiários da propina cobrada dos contratos da Petrobras, logo atacou o Ministério Público Federal, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot, a Receita Federal, a presidente da República Dilma, o juiz federal Sérgio Moro, quando disse que as acusações foram arquitetadas por eles para incriminá-lo.
Logo em seguida, anunciou ter rompido com o governo e  começou a atirar para todo o lado, com a instalação da CPI do BNDES, da CPI dos fundos de pensão, pelo impeachment da presidente Dilma...
O senador Renan Calheiros, sendo presidente do Senado e, pertencente ao mesmo grupo político de Cunha, certamente apontará sua metralhadora com intuito de também retaliar as instituições, tendo em vista seu nome também estar sendo investigado. 
Uma pergunta muito simples aos ilustres representantes do povo brasileiro nas casas legislativas: porque os senhores só irão cumprir com suas obrigações (instaurar CPIs, fiscalizar os atos do Poder Executivo, legislar em favor do povo) agora? A obrigação dos senhores era --independentemente de barganharem com o Executivo, pedirem cargos, ministérios, ameaçarem romper com o governo-- estarem pensado no povo que os elegeu e cumprirem com as funções do cargo que estão revestidos...
...Passou da hora de os senhores pensarem no povo brasileiro, e não nos próprios interesses e no poder que pensam possuir".
* faltou um nome nessa lista, o do ministro da Justiça José Eduardo Cardoso. 

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