sábado, 6 de junho de 2015

5ª CHAMPIONS DO BARÇA, 5ª BOLA DE OURO DO MESSI.

Foi de arrepiar a festa catalã em Berlim, com direito a despedida épica do lendário Xavi Hernandez, choro do também lendário Andrea Pirlo, defesaças do Gianluigi Buffon, consagração definitiva do Suarez e do Neymar, etc. Quem assistiu, um dia vai contar aos netinhos: "Meninos, eu vi!".

Mas, o jogador decisivo na vitória (3x1) do Barcelona sobre a Juventus e consequente conquista da Champions foi, como sempre, o genial Messi, que desde já pode ir abrindo espaço na sua prateleira para a quinta Bola de Ouro. Não tem pra mais ninguém, depois de tudo que ele fez neste semestre.

A fortíssima marcação italiana impediu que marcasse pinturas de gols como contra o Bayern de Munique, mas Messi não vale só pelas conclusões. É, também, o maestro do ataque catalão, o homem das assistências decisivas e o ponto de desequilíbrio quando as partidas são encardidas como a de hoje.

Logo aos 4 minutos ele já vislumbrou o mapa da mina. Virou o jogo com um passe longo, colocando os craques Neymar e Iniesta no mano a mano com os pobres defensores da vecchia signora. Uma covardia: a triangulação só poderia mesmo terminar em gol (de Rakitic), fácil, fácil.

Depois, aos 23' do 2º tempo, quando a Juve mais ameaçava, Messi arrancou no contra-ataque, conduziu a bola do meio de campo até a risca da área e desferiu um canudo que queimou a mão do grande Buffon. Suarez aproveitou o rebote: 2x1. Fácil, fácil.

Neymar, em grande jornada, recebeu dos deuses dos estádios o prêmio de conseguir também deixar o seu, no apagar das luzes, quando o árbitro turco já se preparava para soar o apito final. Não houve tempo nem para a nova saída.

O Barcelona da rotação constante e do toque de bola paciente/envolvente, que impôs ao futebol mundial um domínio avassalador entre 2008 e 2012, já era tido como superado, mas renasceu das cinzas ao acrescentar às suas virtudes anteriores um trio ofensivo simplesmente infernal, capaz de abrir espaços nas defesas mais cerradas e de contra-atacar em velocidade vertiginosa. De quebra, corrigiu tradicionais debilidades, como o bate-cabeça dos zagueiros no jogo aéreo. 

O triunfo foi merecidíssimo. E provou que o futebol-arte continua firme e forte --aliás, na campanha da tríplice coroa (*), Messi andou fazendo alguns daqueles gols que todos pensávamos nunca mais ver depois que o Pelé pendurou as chuteiras.

* conquista, numa mesma temporada, dos títulos da Liga dos Campeões da Europa, do campeonato espanhol e da Copa do Rei.

5 comentários:

Axel Terceiro disse...

Celso, na sua opinião, Messi já superou o Maradona?

celsolungaretti disse...

Axel,

o futebol mudou tanto do século passado para o atual que é temerário fazermos tais comparações. Melhor reconhecermos que Puskas, Pelé, Garrincha, Cruyff, Platini, Maradona e Messi, dentre outros, foram extraordinários em suas respectivas épocas, enfrentando os desafios que enfrentaram.

Messi é, sem dúvida, o melhor futebolista do século 21, muito acima do Cristiano Ronaldo. Exatamente por cumprir várias funções em campo, sempre com qualidade e em alta velocidade. Dá a impressão de que está um segundo à frente de adversários e companheiros, tanto no pensamento quanto na ação.

Seu elevado índice de acerto em bolas que faz passar por um cipoal de pernas me faz supor que ele chute em direção a um espaço que não existe naquele momento, mas se abrirá quando a bola chegar lá, como se ele tivesse um computador na cabeça.

Mas, quem garante que, jogando nas circunstâncias atuais, o Pelé não desenvolveria as mesmas habilidades? Ele fez o suficiente para ser o melhor de todos do final da década de 1950 até o início da de 1970. Se precisasse fazer ainda mais, talvez fizesse. Como termos certeza?

Unknown disse...

Messi é o melhor de todos os tempos.
E essa história que o Pelé tem 3 copas do Mundo não cola.
O Gorducho ganhou 2 e o Zico , não ganhou nenhuma e nunca podem ser comparados.
O Tulio fez mil gols e o Zidane nem 100 e a diferença entre ambos é a mesma " pedaço de concreto e um Beija Flor."

celsolungaretti disse...

Johhannees,

o Pelé tem três?! Formalmente sim, mas sua contribuição à de 1962 foi mínima.

Atuou bem contra o México, que então era um freguês de caderneta do Brasil, e marcou um gol (vencemos por 2x0 e a torcida brasileira ficou ressabiada, pois esperava muito mais).

Em seguida, saiu contundido aos 25' do 1º tempo da partida contra a Checoslováquia, que terminou em 0x0.

Então, numa ótica futebolística, e não de contabilista, ele merece crédito mesmo é pelos Mundiais de 1962 e 1958.

Vindo ao encontro da sua colocação, lembro que ambas eram grandes seleções, com cracaços como Gylmar, Nilton Santos, Zito, Didi e Garrincha (1958) e Carlos Alberto, Clodoaldo, Gerson, Rivellino e Tostão (1970).

O Pelé não carregou o escrete brasileiro nas costas nenhuma vez; destacou-se, mas tinha gente muito boa ao seu lado. Garrincha, este sim, em 1962. E a "Romáriodependência" foi grande em 1994.

Quanto ao Messi, foi sacado da Seleção Argentina no jogo em que ela acabou sendo desclassificada pela Alemanha em 2006 (o técnico José Pekerman seria muito cobrado por isto).

Naufragou junto com um escrete ruinzinho em 2010. E desempenhou papel fundamental para que a Argentina chegasse à final em 2014, mas aí foi fácil marcá-lo, porque faltava pelo menos um grande atacante a seu lado, que impedisse a defesa alemã de se concentrar toda nele: o técnico Alejando Sabella, absurdamente, deixara de convocar o Tevez e, para piorar, o Di Maria ficou fora por contusão.

Enfim, a grandeza de Di Stéfano, Puskas, Cruyff, Platini, Zico, Sócrates e Messi não pode ser questionada apenas porque os acasos do destino não lhes permitiram estar em escretes que conquistassem o Mundial da Fifa.

axel_terceiro disse...

Pois é, Celso. Não vi Pelé e nem Maradona jogar. Mas, dos que vi, coloco fácil, fácil o Messi como melhor. Vi Ronaldo, Romário, Zidane e Ibra, mas, de fato, Lionel foi o melhor mesmo. Acredito até que o Cristiano Ronaldo seja o que mais se aproximou do argentino. Aliás, que jogador espetacular é o CR7, não? Bastante letal. Pena pra ele que participe mais da finalização das jogadas que da armação, como faz o Messi.

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