terça-feira, 10 de março de 2015

SE DEPENDER DE DILMA E DOS GRÃOS TUCANOS, A AGONIA LENTA CONTINUARÁ. O POVO QUE SE DANE!

A presidenta Dilma Rousseff alterna períodos de mutismo com os de boquirrotismo. Alguém deveria aconselhá-la a restringir-se às falas protocolares, pois, por culpa própria ou dos assessores, sua comunicação tem sido desastrosa. Faz lembrar a frase do Romário sobre o Pelé: "Calado, ele é um poeta". 

Foi patético a Dilma botar lenha na fogueira em que a querem queimar, ao colocar ela própria em discussão o seu impedimento. Agora, quem ainda sentia um certo constrangimento em falar sobre esta possibilidade, não terá mais nenhum. Liberou geral. 

Pior ainda é ela o ter feito com panfletarismos como o de que o impeachment equivaleria a um terceiro turno da última eleição presidencial, ou inverdades como a de que seria uma ruptura da ordem democrática. 

Quanto à tirada demagógica, pode-se argumentar que se trataria, isto sim, de uma reação ao estelionato eleitoral cometido no 2º turno. Boa parte dos que votaram conscientemente em Dilma queriam evitar o pacote econômico neoliberal que a candidata jurava estar nas intenções de Aécio Neves, mas nunca nas suas. Conseguiria o saco de maldades do tucano ser tão desequilibrado como o do Joaquim Levy, em termos de sacrificar os explorados e aliviar para os exploradores e os herdeiros de grandes fortunas? 

E impeachment jamais representou ruptura da ordem democrática coisíssima nenhuma! Trata-se de uma hipótese contemplada na Constituição, cujo papel é exatamente o de prevenir as rupturas da ordem democrática (rebeliões e golpes de estado), dando aos governados uma possibilidade de, sem recurso à violência, ficarem livres de governantes que tenham incidido em práticas inaceitáveis . 

Cabe ao Congresso decidir se há ou não razões suficientes para o impedimento. Collor foi expelido e a ordem democrática nada sofreu.

O MAQUIAVELISMO DOS TUCANOS DE MAU AGOURO

Dilma peca pelo primarismo e os tucanos, pelo maquiavelismo. Lideranças importantes como o ex-presidente FHC e o senador Aloysio Nunes se manifestam contrários ao impeachment por um motivo torpe: preferem deixar Dilma sangrando até o fim do seu mandato, para que a Presidência não passe às mãos do seu vice, Michel Temer.

A agonia lenta, na minha opinião, é o pior de todos os cenários. Governo fraco num período de recessão brava e desmoralização do sistema político é um convite, precisamente, à ruptura da ordem democrática. Enseja múltiplas oportunidades para os chamados pescadores em águas turvas.  

agonia lenta aumentará em muito as chances de um candidato do PSDB derrotar Lula na eleição de 2018, daí os tucanos de mau agouro estarem favorecendo o sangramento de Dilma.

O preço que o povo brasileiro pagará, no entanto, vai ser terrível. Pessoas morrem como moscas nas recessões de países pobres como o nosso. 

E o risco de o tiro sair pela culatra, enorme: quem garante que agonizante não acabará ficando a nossa democracia?

Até agora, têm sido apontadas quatro linhas de ação civilizadas para sairmos da insustentável situação atual:
  1. impeachment de Dilma;
  2. renúncia de Dilma;
  3. articulação de um governo de união nacional;
  4. montagem de um gabinete de crise.
Qualquer uma é preferível à agonia lenta.

4 comentários:

Fernando Agostini disse...

È incrível o despreparo político da presidente Dilma. Ela própria, como frisa Celso, tocou no assunto do seu impedimento.

No seu primeiro governo não dava para percebermos.

De 2011 a 2014, beneficiando-se do ainda do grande motor chamado China, que tudo nos comprava e das medidas internas, já se exaurindo, do financiamento de bens á "classe média de R$ 1.091,00, de renda mensal" tocou o barco com a ajuda de medidas econômicas inconsequentes.

Tem cabimento dar desoneração na folha de pagamento sem nenhum critério, a ponto da Globo e suas empresas de comunicação economizar R$ 300 milhões por ano de impostos?

Está comprovado seu despreparo e sua falta de discernimento das medidas econômicas tomadas.

Que é o que esperávamos de alguém que saiu dos labirintos burocráticos do Estado, não tendo exercido nem mandato de vereadora ou num sindicato e foi logo direto para a presidência da República?

Lula, com a aprovação com que encerrou seu segundo mandato tinha condições de eleger seu sucessor. Tinha muitos para escolher.

Por que foi Dilma? Aqui entra o egoísmo, o caudilhismo de nossos políticos.
Jamais seria alguém com tirocínio de fazer um governo melhor que o dele.

O que explica sua febre de poder, dissimulada, ou nem tanto, de voltar em 2018.

Assim também procede a presidente no seu machiavelismo de republiqueta colocando Jacques Wagner em ministério onde fica apagado.

Jacques è apenas um exemplo, tem outros,pois foi um dos poucos políticos do PT que fez seu sucessor.

Deveria estar no lugar do inoperante Mercadante, na Casa Civil, mas aí houve o grande dedo de Lula que não quer sombra em 2018. Isto é, se até lá ainda houver sol para o PT.

Lula e Dilma estão distantes da figura de um estadista como o uruguaio Mujica que passou 12 anos preso, alguns em solitária e nem por isso se tem notícias dele tratar seus auxiliares de maneira rude, prepotente.

Mujica fez seu sucessor, renovando as esperanças de dias melhores para o povo uruguaio.

É uma tragédia que nosso tão sofrido povo tenha agora uma presidente em quem confiaram seus votos e veem-na começar a desmantelar alguns direitos duramente conquistados a fim de agradar os agentes co capitalismo.

Valmir disse...

ô Celsão meu herói...dispensa a novilíngua midiática pelamordideus: inverdade??? ruralista???? crise hidrica????? por tudo quanto é santo, até vc não...

Filipe Santos disse...

Celso, há alguma chance de Lula ganhar uma eleição em 2018?

celsolungaretti disse...

Claro! O povão o continuará vendo como "pai dos pobres". E, como o Getúlio Vargas, ele bem pode reposicionar-se politicamente de alguma forma, adequando-se aos novos tempos.

Foi o que fez Vargas: saiu como fascista, voltou como nacionalista. Com as bençãos do Luiz Carlos Prestes, ainda por cima...

Related Posts with Thumbnails