...é o de Vinícius Torres Freire, que já foi correspondente da Folha de S. Paulo em Paris e também secretário de Redação, em sua coluna desta 4ª feira (11), Tumulto é agora imprevisível.
Ele reitera o que eu cansei de alertar no final do ano passado: uma tempestade perfeita estava se formando e iria eclodir em 2015, com componentes econômicos, políticos e morais que interagiriam, realimentando uns aos outros.
Eis os trechos mais marcantes:
"O tumulto nacional destes quase idos de março estava escrito e poderia ser lido desde pelo menos a reeleição de Dilma Rousseff. O que virá adiante, porém, parece incalculável, talvez quase aleatório e, pois, aberto a acidentes extremos. Na falta de lideranças políticas e alianças sociais fortes que tentem colocar ordem nessa confluência revolta de incompetências e pequenezes, o risco de desastre aumenta.
Era previsível (...) que, ao final do primeiro trimestre do ano, por aí, haveria a conjunção exponencial das seguintes crises:
Era previsível (...) que, ao final do primeiro trimestre do ano, por aí, haveria a conjunção exponencial das seguintes crises:
- Apareceriam os primeiros efeitos concretos, 'de rua', da crise econômica, fosse pela degradação contínua decorrente da má administração, pelos primeiros impactos do arrocho ou, caso a presidente persistisse nos erros piores, no colapso resultante do fato de que agentes econômicos antecipariam a crise de modo grave, agudo e concentrado;
- O clima político progressivamente odiento, agravado pela eleição apertada e pelo udenismo de parte significativa do PSDB e de certa elite, degringolava já na campanha em ataques à legitimidade da eleição. Essa atitude biliosa regressiva de parte da oposição deu alento a birutas a princípio periféricos, que passaram a pregar tipos variados de golpe. A conjunção de piora econômica com o estelionato eleitoral de Dilma Rousseff agregou parcelas importantes da população à revolta antes marginal;
- Era evidente que o rolo político do Petrolão desarticularia um Congresso já desbaratado. Crise econômica e tumulto político-partidário se realimentariam;
- A ruína da Petrobras, financeira, administrativa e, enfim, corrupta, teria efeitos na cadeia enorme de empresas relacionadas e no crédito de firmas em geral, quiçá em bancos.
De mais imprevisto foi o tamanho da incompetência política do governo. Além do mais, um mistério, pergunta-se por que Dilma rechaçou o conselho de Lula, que tenta sem sucesso tutelar ou ao menos orientar a pupila pelo menos desde junho de 2013.
Agora se torna muito difícil calcular a resultante de tantas lutas ávidas, imediatistas e particularistas para a salvação do próprio pescoço e interesses, políticos e econômicos..."
Um comentário:
Os jornais noticiam mais uma derrota da presidente Dilma, o reajuste da tabela do Imposto de Renda não será de 4,5% e sim 6,5%.
A presidente está desorientada tanto por suas ações como de seus despreparados e amadores assessores diretos.
Em janeiro/2015 Jorge Rachid assumiu, pela segunda vez, no governo petista a chefia da Secretaria da Receita Federal.
Não haveria outras pessoas nos "quadros do PT" para assumir tal função?
O partido deve estar bem ruim técnicos para requentar Rachid.
Rachid é um contador, um burocrata insensível. Na sua primeira gestão quis aumentar as alíquotas do IR. Caiu por essa e outras. Volta agora.
Eis uma de suas façanhas: a declaração de imposto de renda era feita em formulários.
De quinze linhas para declarar os bens e rendimentos reduziram para oito. No outro ano somente declaração pela internet.
Milhões de pequenos contribuintes, centenas de milhares de idosos, por esse Brasil afora, que com os anos aprenderam a fazer sua declaração [redigidas manualmente] se viram, de um ano para outro, diante de um fato novo:
- não tinham e nem sabiam operar um computador.
Foram cair nas mãos de contadores, despachantes, picaretas com uma portinha,e pagam R$ 70/80 ou R$ 100,00 para uma declaração de minutos.
E pior, abrem seus sigilos a pessoas que não conhecem bem a conduta.
Eu mesmo, professor aposentado, faço, gratuitamente, declarações para parentes e amigos que me pedem.
Parece uma coisa simples, para quem está na internet, no face todo dia, operando micro até fibra ótica. Mas não é assim para maioria do nosso povo que mal são alfabetizados nas escolas públicas.
E qual seria a solução? Continuar como estava.
Não é um governo de um partido "preocupado" com emprego para o povo?
Para esta medida, do formulário escrito, para a internet, de um ano para o outro, deixou sem emprego muitos [contratados, terceirizados, et.] que faziam esse serviço nas Secretarias Regionais da Receita Federal.
Por essa e milhares de outras que, isolados nas salas refrigeradas, presidente, ministros que desconhecem, ignoram as necessidades do povo, estão assustados com o próximo dia 15.
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