quarta-feira, 2 de junho de 2010

O PREMIÊ ISRAELENSE NA TV: PATÉTICO.

Está hilária a coluna desta 4ª feira (2) do humorista Tutty Vasques no Estadão:
"Se Mahmoud Ahmadinejad não abrir o olho, Benjamin Netanyahu vai acabar lhe roubando o papel principal na cobertura do fim do mundo. Os dois voltaram a disputar mais intensamente no noticiário desta semana a função de protagonista dos últimos capítulos da civilização.

"(...) Ahmadinejad já deve estar preparando uma lambança atômica capaz de recuperar seu prestígio de exterminador do futuro na imprensa. Se é que Netanyahu não tem outra barbárie engatilhada".
O premiê israelense leva vantagem: não só ordena massacres, como massacra a lógica, os fatos e a verossimilhança.

E o faz pela TV, então tem ibope garantido. Os telespectadores não desgrudam os olhos, tentando concluir se:
  1. ele acredita mesmo nas besteiras que diz ou está de gozação;
  2. trata-se do Peter Sellers no papel de Netanyahu ou vice-versa;
  3. é melhor dar um tempo para ver se melhora ou interná-lo logo;
  4. ele fala por si mesmo ou é um médium incorporando o Pinochet.
Não me critiquem por fazer galhofa com assuntos sérios (e trágicos!).

É que, simplesmente, não há outra reação possível diante da enxurrada de disparates e alucinações que Netanyahu despejou na telinha, insistindo em justificar uma ação que o mundo inteiro condenou, em vez de pedir perdão ao seu povo pela odiosa imagem que dele projetou.

Se não, vejamos:
"Israel está enfrentando um ataque de hipocrisia internacional."

"Se o bloqueio tivesse sido furado, teria sido seguido por dezenas, centenas de barcos. Cada barco poderia carregar dezenas de mísseis."

"Nosso dever é inspecionar todos os barcos que chegam. Se não o fizermos, Gaza se tornará um porto iraniano, o que seria uma ameaça real para o Mediterrâneo e a Europa."

"O Hamas continua se armando e o Irã continua transferindo armas ao Hamas, especialmente foguetes e mísseis."

"Não era um cruzeiro de amor, era um cruzeiro de ódio. Não era uma operação pacífica, era uma operação terrorista."
Só faltou mesmo ele dizer que os ativistas comiam criancinhas vivas...

2 comentários:

Ralf R só-a-consciência-no-ato-salva! disse...

Hoje tuitei o seguinte: "Lendo últimas falas d Netanyahu, entendo pq os sionistas têm tanto medo da bomba q está longe de ser objetivo maior do Irã: SABEM Q MERECEM."

Pode ser besteira, mas a náusea é tanto que não dá pra dizer menos.

Enfim, apareci pra contar que fiz uma nova tradução daquele texto do Gandhi, direto do inglês. (O responsável daquele outro blog admitiu que a dele foi feita com base em várias versões em línguas intermediárias). Em alguns pontos talvez pareça menos impactante, mas creio que no conjunto ficou mais clara e precisa. Coloquei também algumas notas de contextualização histórica, e link para o site dos arquivos de Gandhi que contém todos os textos dele sobre o assunto.

Está à inteira disposição, inicialmente em http://bit.ly/c6aEet - depois vou colocar também em outros blogs.

Luiz Carlos disse...

Celso, creio que já é hora de mudar a denominação do lugar para Gueto de Gaza. Qualquer semelhança com o Gueto de Varsóvia em hipótese alguma é mera coincidência. Os israelenses assumiram o papel dos nazistas e os palestinos o papel dos judeus confinados no gueto. Só está faltando a suástica e a obrigação dos palestinos usarem uma identificação. É a História se repetindo como genocídio, desta vez do povo palestino.Que cruel ironia: os perseguidos de ontem tornaram-se os carrascos de hoje.

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