Os dois veículos que tentam preencher a lacuna de cérebro na direita brasileira assestaram suas baterias contra o jornal Movimentos, editado pelas secretarias nacionais do PT que atuam nos movimentos sociais (Sindical, Mulheres, Cultura, Combate ao Racismo, Meio Ambiente e Desenvolvimento, Juventude e Movimentos Populares).
O alerta foi lançado pela Folha de S. Paulo (Em jornal, PT vê risco de um novo golpe militar) e o reaça-mor da Veja, Reinaldo Azevedo, logo aproveitou a deixa em seu blogue, num artigo com o sugestivo título de O PT quer dar um golpe na democracia: confessa isso em um jornal.
Em tom de guri pirracento, ele contrapõe ao título do artigo "Dilma ou barbárie" um slogan que a malta direitista virtual com certeza trombeteará ad nauseam: “Dilma É a barbárie”.
Deixando de lado o alarmismo e as baixarias da direita, vale propor uma reflexão aos dirigentes do PT.
É forçada a igualação que a segunda edição do jornal Movimentos procura estabelecer, entre o maior adversário eleitoral e a ditadura militar.
José Serra resvalou algumas vezes para o autoritarismo -- e eu lhe fiz as mais pesadas críticas nesses momentos --, mas nem de longe sua vitória implicará automaticamente a volta dos genocídios e atrocidades da Era Médici.
A direita que queria isso era a do Cansei!, tentativa de reedição da Marcha da Família, Com Deus, Pela Liberdade que deu com os burros n'água.
Aí, sem ver possibilidade imediata de êxito, o núcleo radical da direita recuou, passando a travar apenas escaramuças para manter o moral da tropa (papel cumprido, principalmente, pelo Supremo Tribunal Federal da dupla Gilmar Mendes/Cezar Peluso).
Quanto ao principal da direita (os grandes capitalistas, os banqueiros, os magnatas do agronegócio), não teve seus interesses afetados pelo governo do PT a ponto de se direcionar para soluções golpistas. A política econômica, xis da questão, não está sendo ruim para essa gente -- que, portanto, prefere deixar como está pra ver como fica.
Uma vitória da coligação DEM/PSDB certamente contemplará melhor seus interesses. Mas, isso não é caso de vida e morte para ela. Ainda.
Então, na eventualidade de um triunfo de Serra, haverá recuos em políticas sociais e uma reconfiguração conservadora/reacionária do governo federal -- mas não, pelo menos de imediato, uma ditadura.
A direita só dará tal passo se perder o controle da situação, seja em decorrência de nova recessão capitalista, da resistência dos movimentos sociais ou da conjugação de ambas.
Melhor fará o PT se despertar esperanças, ao invés de insuflar o medo.
E tratar, desde já, de ir organizando o povo para respaldar um eventual mandato de Dilma contra as tentativas golpistas que decerto começarão a ser tramadas no instante seguinte ao da proclamação do resultado eleitoral.
Mal começou o segundo governo do Lula, a direita troglodita já quis virar a mesa, mas ficou falando sozinha e acabou cansando....
A reação ao terceiro mandato do PT (com o consequente reforço da perspectiva de uma volta do Lula em 2014) será, necessariamente, bem mais abrangente e contundente -- o que não significa que prevalecerá.
Enfim, ganhar a eleição talvez venha a ser bem menos problemático do que garantir o respeito ao veredicto das urnas.
O alerta foi lançado pela Folha de S. Paulo (Em jornal, PT vê risco de um novo golpe militar) e o reaça-mor da Veja, Reinaldo Azevedo, logo aproveitou a deixa em seu blogue, num artigo com o sugestivo título de O PT quer dar um golpe na democracia: confessa isso em um jornal.
Em tom de guri pirracento, ele contrapõe ao título do artigo "Dilma ou barbárie" um slogan que a malta direitista virtual com certeza trombeteará ad nauseam: “Dilma É a barbárie”.
Deixando de lado o alarmismo e as baixarias da direita, vale propor uma reflexão aos dirigentes do PT.
É forçada a igualação que a segunda edição do jornal Movimentos procura estabelecer, entre o maior adversário eleitoral e a ditadura militar.
José Serra resvalou algumas vezes para o autoritarismo -- e eu lhe fiz as mais pesadas críticas nesses momentos --, mas nem de longe sua vitória implicará automaticamente a volta dos genocídios e atrocidades da Era Médici.
A direita que queria isso era a do Cansei!, tentativa de reedição da Marcha da Família, Com Deus, Pela Liberdade que deu com os burros n'água.
Aí, sem ver possibilidade imediata de êxito, o núcleo radical da direita recuou, passando a travar apenas escaramuças para manter o moral da tropa (papel cumprido, principalmente, pelo Supremo Tribunal Federal da dupla Gilmar Mendes/Cezar Peluso).
Quanto ao principal da direita (os grandes capitalistas, os banqueiros, os magnatas do agronegócio), não teve seus interesses afetados pelo governo do PT a ponto de se direcionar para soluções golpistas. A política econômica, xis da questão, não está sendo ruim para essa gente -- que, portanto, prefere deixar como está pra ver como fica.
Uma vitória da coligação DEM/PSDB certamente contemplará melhor seus interesses. Mas, isso não é caso de vida e morte para ela. Ainda.
Então, na eventualidade de um triunfo de Serra, haverá recuos em políticas sociais e uma reconfiguração conservadora/reacionária do governo federal -- mas não, pelo menos de imediato, uma ditadura.
A direita só dará tal passo se perder o controle da situação, seja em decorrência de nova recessão capitalista, da resistência dos movimentos sociais ou da conjugação de ambas.
Um soturno clássico de Bergman: "O Ovo da Serpente".
Então, não vale a pena utilizarmos coisas sérias como mote para eleições. O ovo da serpente está mesmo intacto e a barbárie é mesmo um dos cenários possíveis. Mas, gritando lobo! antes da hora, poderemos não ser ouvidos no momento decisivo.Melhor fará o PT se despertar esperanças, ao invés de insuflar o medo.
E tratar, desde já, de ir organizando o povo para respaldar um eventual mandato de Dilma contra as tentativas golpistas que decerto começarão a ser tramadas no instante seguinte ao da proclamação do resultado eleitoral.
Mal começou o segundo governo do Lula, a direita troglodita já quis virar a mesa, mas ficou falando sozinha e acabou cansando....
A reação ao terceiro mandato do PT (com o consequente reforço da perspectiva de uma volta do Lula em 2014) será, necessariamente, bem mais abrangente e contundente -- o que não significa que prevalecerá.
Enfim, ganhar a eleição talvez venha a ser bem menos problemático do que garantir o respeito ao veredicto das urnas.
2 comentários:
Lendo teu post, eu lembrei de um professor de História que tive num cursinho pré-vestibular, há uns 3 anos, dava História do Brasil...ele me disse que especialistas davam alguns anos pra termos uma nova ameaça de golpe da direita...realmente é algo pra se pensar.
Ah, Celso...o link que tu colocou do (Em jornal, PT vê risco de um novo golpe militar) não dá pra ver, pois só assinantes do Uol ou da Folha podem acessar...se tu puder me mandar o texto eu te agradeço mtu...meu e-mail é natybj1704@globo.com
Vlew...
Brçs
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