quinta-feira, 22 de outubro de 2009

DE LULA-LÁ A PILATOS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu longa entrevista a Kennedy Alencar, que é matéria-de-capa da Folha de S. Paulo e está integralmente reproduzida na Folha On Line.

O que dela se filtra é, principalmente, a metamorfose do Lula num mais do que competente político convencional.

Caíram do cavalo os que apostavam na sua incapacidade de pensar, falar e agir como presidente da República, por ter formação escolar apenas básica.

Pelo contrário, suas palavras e raciocínios são os mesmíssimos dos presidentes que essa gente erige como modelos.

Decepção real é a dos idealistas que apostaram nele e fizeram campanhas voluntárias, com doação extrema dos seus esforços, para colocá-lo no poder.

A faixa presidencial o fez esquecer ideologia e se tornar mais um adepto do realismo político, com tudo que isso tem de sinistro num país tão desigual e tão injusto como o Brasil.

Lula já emitiu, com outras palavras, o conceito de que só um desmiolado continua esquerdista ao se tornar sexagenário.

Agora ele acrescentou outras pérolas na mesma linha. P. ex.: "Não utilizo mais a palavra burguesia".

Coerentemente, qualifica Roger Agnelli (presidente da Vale) e Eike Batista (o homem mais rico do Brasil) com a mesma expressão: "grande executivo".

Eu preferia os tempos em que ele designava tais figuras como burgueses fdp. Mas...

Também é chocante ouvir Lula confessar que suas afirmações aparentemente tão convictas de outrora não passavam de papo furado: "Quando se é oposição, você acha, pensa, acredita. Quando é governo, faz ou não faz. Toma decisão".

Ou seja, se você não tem o poder, o que diz não passa de retórica inconsequente. Quando você está no poder, aí sim é que mostra quem realmente é, por suas atitudes.

Deu-me razão. Há anos venho afirmando que o Governo Lula se define mesmo é por sua política econômica - no caso, neoliberal, idêntica à de FHC.

Fiquem os leitores sabendo que ele concorda com este critério. Discurso é conversa pra boi dormir, o que vale é a ação.

E a atuação concreta do Governo Lula prioriza o grande capital, os banqueiros e o agronegócio. Em suma, os burgueses, que continuam existindo e sendo socialmente perversos e nocivos, pouco importando a forma como os denominemos.

Lula também deixa claro o motivo de hoje fazer coro aos reacionários em suas críticas aos MST:
"Em 2002, fizemos uma pesquisa em que 85% diziam que a reforma agrária tinha de ser pacífica. Levei mais de 15 dias para que minha boca pudesse proferir reforma agrária tranquila e pacífica. Essas mudanças têm de ter. Algumas coisas que a gente fala, pensando que está agradando, não batem com o que povo pensa".
Só esquece de dizer que o que o povo pensa tem 99% a ver com o que a grande imprensa martela na sua cabeça. E que a cobertura das ações do MST é extremamente tendenciosa e distorcida.

Mas, para um político convencional, o que importa mesmo é aquilo que o povo acredita ter concluído por conta própria, embora, na verdade, lhe tenha sido impingido pela indústria cultural.

Então, se houver considerável maioria de posições contra o MST, nas tais pesquisas de opinião nunca totalmente confiáveis, é nesta direção que o político Lula irá. Sorry, MST!

"JESUS TERIA DE CHAMAR JUDAS
PARA FAZER COALIZÃO"


O Lula realista só não aprendeu a falar muito sem dizer nada, como fazem os outros políticos convencionais. Às vezes, seus excessos retóricos permitem que descortinemos a verdade oculta atrás dos bimbos.

Seu maior ato falho, desta vez, foi proclamar em alto e bom som o que realmente são os partidos da base aliada:
"Quem vier para cá não montará governo fora da realidade política. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".
Depois disto, nada mais surpreende.

Nem a defesa que faz de sua própria atuação no Sarneygate, não por considerar inocente o "grande republicano" (é assim que Lula se refere a ele noutro trecho), mas porque, se fosse feita justiça, a presidência do Senado seria assumida por um tucano. Ah, a maldita governabilidade, quantas infamias se cometem em seu nome!

Nem sua justificativa tosca ("Não tenho relações de amizade, mas relações institucionais") para a atual promiscuidade com figuras que o Lula do passado abominaria, como Fernando Collor, Renan Calheiros e Jader Barbalho.

Nem sua entendiado descaso, só faltando bocejar ("Palocci pode reconstruir a vida dele"), diante da incompatibilidade extrema entre o que Antonio Palocci fez (mobilizar todo o poder do Estado contra um mero caseiro) e a proposta original do PT (representar os humildes e os fracos na sua luta contra os poderosos).

O Lula realista, que admite fazer alianças com quaisquer judas, escolheu ser Pôncio Pilatos: lava as mãos dos resíduos imundos da governabilidade e vai em frente.

Que nunca lhe falte sabonete, e que não venha a ter também nas mãos o sangue dos inocentes - é o que lhe desejo.

19 comentários:

Patrícia disse...

Obrigada por seu texto. É claro, preciso. É nesse nível que gosto de falar sobre o governo Lula. Não converso com quem já começa chamando o Presidente de "apedeuta". Isso de fato ele não é. Você o definiu perfeitamente. E numa web cheia de Lulistas cegos, é bom voltar à realidade e vê-la como de fato é. Tomo a liberdade de repassar esse texto, com devido crédito, para alguns amigos.

celsolungaretti disse...

Patrícia,

todos os meus textos estão liberados para publicação e repasse. Seria farisaico eu, um revolucionário, fazer questão de direitos autorais.

Quanto aos antigos companheiros que hoje atuam na política oficial (Lula, Serra, Dilma, Gabeira, Zé Dirceu, etc.), defini um parâmetro aplicável a todos eles: não tomo partido em suas disputas eleitorais, já que não considero ser esse o caminho para a concretização dos ideais de lbierdade e justiça social; mas, critico-os sempre que passam por cima dos ideais de esquerda.

Fui um crítico implacável do Serra, quando ele botou sua polícia mais truculenta no campus da USP; e não deixo passar em branco uma entrevista como a que o Lula deu hoje, negando um sem-número de valores do velho PT.

Eu só lhes cobro coerência com seu ideário original. E tento não envolver-me de maneira nenhuma nos tiroteios eleitoreiros, que desprezo profundamente.

Um forte abraço!

João Aguiar disse...

Uma crítica consistente, à esquerda de Lula, é muito difícil de ser feita quando se analisa uma entrevista passo a passo.
Falta um abordagem de pontos centrais indicados na própria entrevista, como reforma agrária e câmbio, mas se vc prefere se deter na dificuldade de Lula com as palavras burguês e reforma agrária tranquila, tudo bem. Ou tudo mal, continuo aguardando um texto detonando a política do Meireles e a avaliação do programa de assentamentos do governo Lula.

Uérique disse...

"Náufrago da UTOPIA"
Nome perfeito para o seu blog.

Espero que se afunde de uma vez por todas no mar da blogosfera e nunca mais volte a superfície.

Pessoas utópicas e revolucionárias como você e o homem da tanguinha, digo, o Fernando Gabeira, foram os responsáveis pela radicalização da esquerda no Brasil durante os anos da ditadura, o que contribuiu para a radicalização da utlra-direita que, convenhamos, naquela época era muito mais forte que a esquerda. Graças aos utópicos e flutuantes revolucionários como voce e o homem da tanguinha, milhares de jovens foram assassinados durante o regime militar. E o mais engraçado de tudo é que os mais radicais costumam ser os que se escondem na hora que a coisa fica feia. Acorda, rapaz! Vocês vivem num mundo paralelo. Se o PT não tivesse feito as alianças que fez, o presidente Lula já teria sido derrubado pelo PIG há muito tempo. Ah, perdão. Vocês devem achar que o PIG é de esquerda e que o resto dos veículos da grande imprensa são subservientes ao presidente Lula.

celsolungaretti disse...

Uérique,

a utopia de 68 naufragou em termos práticos, mas continua até hoje sendo o grande referencial para a retomada das lutas.

A nova maré revolucionária brasileira, quando vier, começará nos marcos que atingimos em 1968, não no dos pífios eventos posteriores.

Acho engraçado você me atribuir tanta importância naquele tempo. Você acha que um jovem de 18/19 anos é que ditava o rumo dos acontecimentos?

Mas, apesar da pouca idade, eu é que não me escondi. Tenho até hoje uma lesão adquirida nos porões para comprovar isso.

De resto, estou plenamente de acordo com o Plínio de Arruda Sampaio: se o preço para chegar ao poder era trair as bandeiras mais sagradas e mancomunar-se com os inimigos históricos, melhor seria continuar honradamente na oposição.

Há derrotas que valem mais do que vitórias, e vitórias mais desastrosas que as piores derrotas.

Serão necessários anos, talvez décadas, para que o cidadão comum volte a acreditar de novo na superioridade moral e na integridade de propósitos da esquerda.

Perdemos o respeito que havíamos conquistado na luta contra a ditadura, ao preço, como você bem disse, da morte de milhares de jovens, como os meus saudosos amigos Eremias Delizoicov e Gerson Theodoro de Oliveira.

A conquista e manutenção do poder só é prioridade máxima para os políticos convencionais.

Para os revolucionários importa o uso que se dará ao poder. Se for apenas para se gerir o estado burguês em nome dos burgueses e promovendo os interesses da burguesia, é melhor deixar essa tarefa para os próprios burgueses.


Abs.

Anônimo disse...

Celso, recebi seu texto numa lista enviada por email.
Só que tiraram seu nome e escreveram em seu lugar "Arnaldo Jabor"
Foi você que escreveu ou o Jabor?

Patricinha das Dores

Anônimo disse...

Vá explicar para o sujeito da esquina que você não está preocupado com eleições e sim com o espírito revolucionário.

Não podemos deixar de lado o momento histórico em que estamos vivendo, o que está em jogo para colocar novamente o Brasil na rota do atraso.

Não podemos deixar de lado este oligopólio agindo em cartel para trazer de volta FHC pois que, para os revolucionários, tanto faz Lula como FHC.

Incrível como, de outra forma, os revolucionários se aliam, também, à burguesia.

Não é à toa que a turma que idolatra Mainardi, Veja, etc, adorou seu texto.

Ah sim, estou me esquecendo, você é revolucionário.

Então tá...


José Mujica/candidato a presidente, Uruguai:

"Lula é um senhor presidente, com um grande número do parlamento que vota contra, e mesmo assim logra manejar um país com as dimensões do Brasil, com os problemas que tem. E por que ele consegue isso? Porque negocia, negocia e negocia, tem a paciência de um velho dirigente sindical. E esse é o espírito que devemos ter nesse tema. Aliás, aqui entre nós, deveríamos clonar o Lula pela América Latina."

André Rezende

celsolungaretti disse...

A colocação do nome do Jabor como autor do meu texto é um bom exemplo do jogo sujo com que nos defrontamos quando ousamos divergir daqueles a quem já apelidei de "homens unidimensionais ditos de esquerda".

Outros exemplos (muitos!)podem ser encontrados no site do Azenha, http://www.viomundo.com.br

Então, vou reproduzir as minhas duas manifestações na discussão lá travada. Servem para definir bem minha posição.

celsolungaretti disse...

1ª MANIFESTAÇÃO (23/10, às 2h35):

Houve aqui críticas políticas propriamente ditas, parabéns aos que as fizeram.

E houve também muita tentativa de desqualificar quem pensa diferente e não se curva aos vários rolos compressores do espectro ideológico.

Engraçado, dizerem que procuro lugar entre os comentaristas da direita - logo eu que botei pra correr o Olavo de Carvalho e já lancei desafios públicos aos reacionários Augusto Nunes, Reinaldo de Azevedo e Caio Túlio Costa, bem como aos confusos Elio Gaspari (por ter escrito uma falácia contra militantes da luta armada), Mino Carta e Walter Maierovitch (por defenderem a extradição de Cesare Battisti).

Quanto à posição da extrema-direita a meu respeito, está em todos os sites e blogues fascistas: dezenas de textos difamatórios.

E há muito tempo venho sendo mantido nas listas negras da grande imprensa, exatamente por ser quem sou: um pensador independente de esquerda.

A rejeição é a mesma nos espaços da esquerda aparelhista.

Mas, mantenho firmemente o compromisso que assumi: defender, EM PÉ DE IGUALDADE, os ideais revolucionários, os direitos humanos e o exercício do pensamento crítico.

Então, quando recebo os ataques mais injustos e despropositados, provenientes tanto da direita trogolodita quanto da esquerda que abdicou da revolução em nome de um reformismo aguado, isto só reforça minha convicção de estar cumprindo bem o papel histórico que tracei para mim: o de contribuir para a gestação de uma nova esquerda, que retome o compromisso revolucionário.

celsolungaretti disse...

2ª MANIFESTAÇÃO (23/10, às 11h18);

Detesto intervir em discussões de leitores sobre artigos que escrevo, pois é espaço alheio e eu já me manifestei na minha tribuna.

Mas, é muito irritante essa mania dos autoritários e monolíticos, de desqualificarem o adversário, ao invés de confrontarem honestamente sua verdadeira argumentação.

Eu realmente não acredito na democracia burguesa como solução para os problemas brasileiros, mas sim na organização autônoma dos cidadãos, contra o capitalismo e contra o Estado. Sou 100% coerente com a minha opção política pelo anarquismo.

Isto não quer dizer que pregue a entrega do poder para este ou aquele. Apenas que tanto importa, para um anarquista, quem esteja gerindo o estado burguês, se esse estiver priorizando os interesses burgueses.

Desde que fiz minha opção revolucionária, aos 16 anos, sempre li e ouvi que o que realmente define o caráter de um governo é sua política econômica.

A do Lula, tanto quanto a do FHC, é a política que fez com que os bancos ganhassem tanto quanto nunca antes haviam ganhado neste país. São os mais rentáveis do mundo.

Corri todos os riscos de lutar contra a pior ditadura que o Brasil já conheceu, aos 17 anos de idade. Saí mais morto do que vivo, com uma lesão que carrego até hoje, para nunca esquecer. Vários amigos e companheiros queridos morreram.

Hoje, aos 59 anos, luto com outras armas, mas a mesma convicção. E percorro o País motivando as novas gerações a escolherem um caminho mais solidário, em palestras e outros eventos.

José Carlos Lima disse...

Discordo totalmente do autr e faço minhas as palavras de Lênin em Esquerdismo, doença infantil do comunismo

"(...) O extremismo esquerdista, em reação às capitulações social-democratas, rejeitava quaisquer compromissos: "uma tese pueril, que é inclusive difícil de levar a sério". Acrescenta ainda Lênin: "...toda história do bolchevismo, tanto antes quanto depois da Revolução de Outubro, está repleta de manobras, de acordos e de compromissos com outros partidos, sem excluir os burgueses". "Há compromissos e compromissos". Na realidade é preciso distinguir entre o compromisso que é capitulação diante da hegemonia do adversário, renúncia da própria autonomia política, e o compromisso que se tornou indispensável em função do nível das forças em luta, a fim de preservar as próprias fileiras e conseguir avançar, apoiando-se nas forças possíveis de serem unidas.(...)"

Anônimo disse...

Que tipo de anarquismo você defende, já que várias matizes?
Pela primeira vez você fala disso, pois o que você passa no seu blog tem mais a ver com o racionalismo
Quem o acompanha não o identifica como um anarquista mas como um marxista ortodoxo, mais para Mao Tsé Tung, algo assim

Ana Paula

José Carlos Lima disse...

Caro Lungaretti, dizer-se adepto do anarquismo é muito vago e não apaga incompreensões do leitores em realação ao seu texto.
Sim, houve exagero por parte dos leitores, no entanto isto ocorreu por sua culpa ao não deixar claro no seu texto seu ideário, pois que sem isso o seu texto coincide com os textos que estão hoje na midia imprensa da direita.
Na tentativa de entender o ideário de Lungaretti, que até então era ausente no seu texto, achei isso que, baseado nas referências apontadas, deve ser a base teórica do autor, posso estar enganado.


http://www.rio.rj.gov.br/arquivo/anexo/anarquismo_texto_agcrj.pdf

José Carlos Lima disse...

Depois da manifestação de sua revelação sobre seu ideário anarquista, desconsidere meus comentários aqui postados, inclusive a citação "esquerdismo, doença infantil do comunismo".
Por causa da revelação de Lungaretti, eu teria que fazer novos comentários.
Estou sem tempo prá isso agora, tenho que ralar, afinal de contas o anarquismo libertário, um sonho de todos nós, ainda não chegou.
Enquanto isso tenho que trabalhar para, atendendo aos ditames deste Estado burguês, pagar impostos, comprar roupas, pentes para pentear meus cabelos, perfumes, creme dental, etc.
Fui, o relógio de ponto me espera.

celsolungaretti disse...

Não é nada vago, companheiros: já defendia posições anarquistas na comunidade "Comunismo Libertário" do Orkut há uns seis anos, tendo dois desses textos sido reproduzidos no apêndice do meu livro "Náufrago da Utopia" (cujo texto finalizei em maio/2005): "Nossa missão" e "Imagine" (pág. 281).

Também há um sem-número de artigos no meu blogue com posições anarquistas bem explícitas (na linha do neo-anarquismo de 1968, cujo principal expoente teórico foi Herbert Marcuse).

O mais óbvio é o "Tente Outra Vez!" (http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/2009/04/repensando-raul-seixas-e-sociedade.html), cuja 1ª versão também escrevi lá por 2003, para a comunidade "Comunismo Libertário".

Depois, republiquei várias vezes, sempre acrescentando ou melhorando algo, até chega a esse formato que produzi para o aniversário da morte do Raulzito.

Anônimo disse...

A pergunta que muita gente se faz é se existe uma alternativa - democrática e a esquerda, obviamente - a isso. Enquanto a alternativa for voltar com os demos-tucanos, o eleitorado brasileiro também vai baixar a cabeça, achar que a vida é assim mesmo e chamar o Lula de gênio da política, grande governante, etc. Aí essa é a pergunta que eu faço: qual é a alternativa a esta realpolitik brasileira atual ?

Anônimo disse...

Pior que oposição e PIG é ler o fogo amigo!!

Quem quer o melhor para o povo e Brasil faz como Lula e apoia o Presidente, estamos em outras épocas. No período da ditadura era preciso agir com mais firmeza e afoiteza, hoje graças a Deus não precisa mais, não entendo pq os xiitas petistas ainda se corroem com Lula, querem o que? uma revolução no país? não basta o sangue derramada em outras épocas que trouxe tanto sofrimento à nação? Desculpe eu tinha seu Blog Linkado em meu perfil, mas retirarei depois de ler o que vc escreveu. Fique na paz e com suas utopias, eu prefiro um povo sorridente e feliz apesar de ainda faltar muito, mas acredito que tenha que ser dado um passo de cada vez e não na luta armada como os petistas xiitas querem. Ando com nojo do PT por culpa de um grupo radical que esqueceu de ir para o PSOL. Uma péssima propaganda para o PT. Torço para que Lula um dia nos brinde com um novo partido, moderado, sério e liderado por ele! Passe bem.

celsolungaretti disse...

Alternativa ao atual sistema de poder não existe neste momento.

Temos de criá-la - daí eu haver colocado que meu principal objetivo é contribuir para a formação de uma nova geração revolucionária, que crie essa alternativa no seio da sociedade - e não em Brasília, o palco dos podres poderes.

Que a maioria prefira o realismo político de Lula a minhas utopias é previsível. Já acontecia o mesmo quando Rosa Luxemburgo escreveu "Reforma ou Revolução", um dos livros mais importantes para a minha formação, aos 17 anos.

Foi quando decidi alinhar-me com os que pretendem substituir o capitalismo por uma nova forma de organização social, capaz de concretizar os sonhos imortais da humanidade: igualdade (verdadeira e única base da justiça social) e liberdade (sem a qual nada importa, pois escravos bem nutridos continuam sendo escravos).

Na prática, Lula se definiu como um reformista - distribui aos pobres algumas migalhas a mais do banquete capitalista do que os tucanos, p. ex.

Isto jamais será suficiente para mim.

De resto, há pessoas vindo aqui comunicar que estão debandando porque não considero Lula o guia genial do Brasil.

Mostram querer apenas a reiteração daquilo em que acreditam, fugindo assustadas diante de qualquer heresia.

Exatamente como os medievais fugiam dos supostos discípulos de Satã.

Têm tanto medo assim de pensar?

Adriana Tanese Nogueira disse...

Celso,

te admiro pela paciência e firmeza com a qual continuas em meio a tanta baixaria.

Neste país, refletir é ainda proibido. Essas pessoas mamaram no unilateralidade da ditadura e da precariedade cultural na qual ela floresceu.

Os infantis identificam a crítica com a ofensa pessoal.

Raciocinar livre e consistentemente é a utopia brasileira. Quem sabe um dia...

Grande abraço

Adriana

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