celso rocha de barros
PT, VOLTE A SER DIGNO DA HORA
O PT está prestes a ganhar algo raríssimo na política: uma segunda chance.
O fracasso de Michel Temer e as revelações da Lava Jato sobre os partidos de direita deram sobrevida ao Partido dos Trabalhadores e colocaram Fernando Haddad no 2º turno, na eleição mais importante de nossa história. Há eleições que se pode perder, mas esta não é uma delas!
É a chance de o PT encerrar a crise que ajudou a começar com a política econômica do primeiro mandato de Dilma Rousseff. O passo inicial, portanto, é abraçar a responsabilidade econômica que faltou a Dilma em 2012.
O segundo passo é até mais importante: precisa abandonar qualquer ressentimento, qualquer desejo de vingança causado pela crise política que seus adversários provocaram com o impeachment de Dilma Rousseff.
Enfim, é hora de esquecer o programa do 1º turno e abraçar o programa da frente democrática que deve se formar no segundo. Esse programa deve reconhecer a necessidade de ajuste fiscal, corrigindo os defeitos do ajuste de Temer, e deixar de lado toda palhaçadinha de nova Constituição, controle da mídia e demais babaquices que intelectual petista burro enfiou no programa de governo porque estava com raiva do impeachment.
Essa é a segunda chance do Partido dos Trabalhadores, mas também é a última. Se o PT perder para Bolsonaro, há uma perspectiva real de que os pobres brasileiros não consigam mais se fazer ouvir no sistema político por uma geração. O PT não tem o direito de impor aos pobres essa tragédia sendo incompetente ou radical.
Agora é a hora do partido voltar a ser a alternativa da esquerda democrática como foi nos anos Lula. A campanha no 2º turno deve ser a mais inclusiva possível para todo mundo, da esquerda, do centro ou da direita, que defenda a democracia contra Bolsonaro.
Haddad é perfeitamente capaz de levantar as bandeiras que o PT precisa defender, mas o partido precisa deixá-lo vencer. É preciso terminar de ganhar os votos que eram de Lula entre os pobres, o que o PT sabe fazer.
Mas também é preciso ganhar terreno no centro, que não está interessado em discurso imbecil contra Lava Jato ou a favor do vagabundo Nicolás Maduro.
É preciso deixar que os centristas democratas votem no PT. O partido que existiu até agora, aliás, acabou neste domingo (7).
Serviu para manter o eleitorado lulista unido e colocar Haddad no 2º turno. Agora Haddad, junto a Jaques Wagner e os governadores do partido —que já vêm fazendo ajuste fiscal faz tempo— devem recriá-lo.
A sobrevivência da conversa democrática brasileira, a sobrevivência tanto da centro-esquerda quanto da centro-direita, nossa participação na comunidade das nações livres, depende da derrota de Jair Bolsonaro.
Partido dos Trabalhadores, torne-se digno da hora. (por Celso Rocha de Barros)
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Toque do editor: ao abrir o computador para começar a propor as alterações necessárias na campanha de Fernando Haddad para o 2º turno, encontrei boa parte do que pretendia dizer já expresso no artigo do Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia pela universidade inglesa de Oxford.
E muito bem dito, por sinal. No que diz respeito ao quadro atual, nossa concordância é praticamente total: barrar a arrancada fascista justifica qualquer sacrifício neste momento!
Evidentemente, haverá muito a ser feito depois, já que o capitalismo continuará impulsionando a desigualdade econômica e social, a barbárie, a destruição do nosso habitat natural e a infelicidade permanente dos seres humanos:
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— os que têm pouco, por estarem sempre a um passo da miséria, obrigados a jornadas de trabalho massacrantes que há muito deixaram de ser necessárias e compelidos à competição canibalesca com seus iguais.
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— os que têm muito, por levarem existências vazias, sem comunhão com os demais seres humanos, nas quais só obtêm o que seu dinheiro pode comprar; e.
— os que têm pouco, por estarem sempre a um passo da miséria, obrigados a jornadas de trabalho massacrantes que há muito deixaram de ser necessárias e compelidos à competição canibalesca com seus iguais.
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Mas, estamos em estado de emergência. Lembremo-nos de que, ao sucumbir às invasões bárbaras, Roma condenou a humanidade a um retrocesso atroz e a um milênio de trevas. Não temos o direito de omitir-nos face à escalada da desumanidade! (por Celso Lungaretti)
Mas, estamos em estado de emergência. Lembremo-nos de que, ao sucumbir às invasões bárbaras, Roma condenou a humanidade a um retrocesso atroz e a um milênio de trevas. Não temos o direito de omitir-nos face à escalada da desumanidade! (por Celso Lungaretti)
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