sábado, 28 de julho de 2018

ESTA AUTOCRÍTICA EU FAÇO COM PRAZER: SUPERESTIMEI O RISCO BOLSONARO.

Não se pode acertar sempre e pessoas intelectualmente honestas reconhecem quando erraram. Então, admito aos leitores que me deixei levar pelo destaque que Jair Bolsonaro vinha obtendo antes da campanha eleitoral começar pra valer, superdimensionando um risco que, na verdade, era muito reduzido. Tentarei fazer melhor da próxima vez. 

Deveria ter escutado a mim mesmo: sempre escrevi que o apito inicial jogo eleitoral soaria depois do apito final da Copa do Mundo e após o encerramento das férias escolares. Na verdade, o quadro começou a se definir entre um e outro desses marcos, ou seja, nas duas últimas semanas.

Felizmente, o fãzoca do Brilhante Ustra já está descendo a ladeira e tudo indica que a tendência se acentuará daqui para a frente. Motivos:
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— ele esperava repetir o fenômeno Trump, mas o presidente estadunidense derrete a olhos vistos e o que parecia ser trunfo virou empecilho (agora, além de o poderem comparar com dois outsiders brasileiros desastrosos, Jânio Quadros e Fernando Collor, os adversários também têm o Trump como antecedente negativo para lhe atirarem na cara);
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— os políticos fisiológicos, raposas velhas, perceberam que Bolsonaro não vai a lugar nenhum e fecharam em massa seus acordos com o Geraldo Alckmin, garantindo-lhe mais da metade do tempo da propaganda eleitoral gratuita, enquanto o mito que virou mico vai ficar reduzido a segundos (dará, pelo menos, para exclamar "Meu nome é Jair", como o Enéas fazia...);
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— por conta da percepção dos profissionais de que sua barca está furada, Bolsonaro está tendo enorme dificuldade para encontrar algum(a) masoquista que aceite completar sua chapa; e
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— já emite sinais de que poderá ausentar-se dos debates eleitorais, o que faz sentido, pois, com seus conceitos jurássicos e sua cabeça quente, seria alvo preferencial de candidatos que querem se fazer notar e certamente lhe dirigiriam provocações.
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Notícia da Folha de S. Paulo deste sábado (28) dá uma boa ideia do clima de fim de feira em que ele entrou: depois da convenção na qual sua candidatura foi homologada, Bolsonaro simplesmente não teve agenda de campanha. 

Foi fazer uma palestra no Clube Militar do RJ, notório reduto de oficiais que tiveram participação na ditadura militar e/ou cultuam a memória do arbítrio, e ficou em casa durante quase todo o resto do tempo, dando telefonemas.

Ah, como ninguém é de ferro, foi também assistir à partida do seu time, o Palmeiras, que perdeu do Fluminense no Maracanã.

Não é bem assim que candidatos agem quando ainda acreditam em suas possibilidades de êxito... 

5 comentários:

Vitorio Malatesta disse...

Bolsonaro, um ignorante, terá menos votos que o caricato Enéas Carneiro que pelo menos era gentil e civilizado.

Vandeco disse...

Se o Bolsonaro não participar dos debates perderemos a grande oportunidade de ver um verdadeiro duelo, que poderíamos até chamar de "Duelo de Titãs - Tupiniquim", entre dois estabanados. Bolsonaro e Ciro. Será uma pena se isto não acontecer. Quem viver verá!

Anônimo disse...

Celso, frequento seu blog faz muito tempo e, sua capacidade de antever cenários futuros é muito consistente, como já constatei diversas vêzes, contudo é preciso ter cautela.

Há sinais de que a campanha do Bolsonaro está fazendo água logo de começo( Janaína Pascoal e General Mourão manifestaram pé atrás com os sentimentos do eleitorado dele e falta de objetividade ), mas também indicativos de que o cenário externo pode favorecê-lo ( Trump faz movimentos aparentemente contraditórios, mas há analistas que o consideram um mestre da geopolítica e dissimulação ), pois a economia norte-americana dá sinais de expansão forte e, aparentemente os EUA se aliam à UE para bloquear e cercar a China, militar e economicamente em várias frentes, principal alvo do governo norte-americano, tentando afastar os russos dos chineses.

Imagina se o Trump dá apoio nítido ao Bolsonaro na reta final da campanha, fora o poder paralelo das redes sociais, que o Barack Obama soube explorar muito bem! Espero estar equivocado no meu palpite, mas há motivos para precaução.


celsolungaretti disse...

O Trump já tem encrencas demais em casa para meter o bedelho numa eleição brasileira, muito menos em favor de um azarão. Deverá ignorar nossa disputa.

E há analistas de todo tipo, inclusive os que defendem bizarrices porque causam espanto e repercutem mais, tornando-os conhecidos. O governo do Trump está sendo mesmo o que se vê, uma mediocridade. Não há nenhum toque de gênio nos passando despercebido.

Abs.

Anônimo disse...

Falando no grande Doutor Enéias, nosso Presidente foi eleito com quase "56"% dos votos no segundo turno! Parece que não será dessa vez que vocês, esquerdopatas, destruirão o Brasil.

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