"...à vista das fortíssimas instâncias com que me vejo atacado e já sabendo os juízes tudo quanto sabem, até meus pensamentos mais íntimos, não posso continuar negando, pois, se o fizesse, seria faltando clara e conhecidamente à verdade. Por isso, resolvo dizê-la, ingênua e livremente, como ela é.
É verdade que se premeditava o levante.
É verdade que me encontrei com Maciel no Rio e lhe disse que o Brasil não necessitava de domínio estrangeiro.
É verdade que a todos falava de um motim e sedição contra a Coroa portuguesa.
É verdade que o povo sofre e que induzi muita gente a combater em Vila Rica.
É verdade que o povo ignora que se pode libertar a si mesmo e que induzi muita gente a que armasse o povo para que se libertasse.
É verdade que eu queria para mim a ação de maior risco e é verdade que se existissem mais brasileiros como eu, o Brasil seria uma nação florente.
É verdade que eu desejava meu país livre, independente, republicano.
É verdade que eu confiei demais, e é verdade que abandonei aqueles para quem outros diziam querer a liberdade.
E é verdade que só os abandonados arriscam, que só os abandonados assumem, e que só com eles eu deveria tratar.
É verdade que eu tenho culpa e só eu tenho culpa."
É verdade que se premeditava o levante.
É verdade que me encontrei com Maciel no Rio e lhe disse que o Brasil não necessitava de domínio estrangeiro.
É verdade que a todos falava de um motim e sedição contra a Coroa portuguesa.
É verdade que o povo sofre e que induzi muita gente a combater em Vila Rica.
É verdade que o povo ignora que se pode libertar a si mesmo e que induzi muita gente a que armasse o povo para que se libertasse.
É verdade que eu queria para mim a ação de maior risco e é verdade que se existissem mais brasileiros como eu, o Brasil seria uma nação florente.
É verdade que eu desejava meu país livre, independente, republicano.
É verdade que eu confiei demais, e é verdade que abandonei aqueles para quem outros diziam querer a liberdade.
E é verdade que só os abandonados arriscam, que só os abandonados assumem, e que só com eles eu deveria tratar.
É verdade que eu tenho culpa e só eu tenho culpa."
(confissão de Tiradentes, conforme Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal a sintetizaram na magnífica peça Arena Conta Tiradentes, juntando fragmentos de suas declarações nos
Autos de Devassa da Inconfidência Mineira com trechos
dos depoimentos de outros inconfidentes sobre ele)
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