segunda-feira, 23 de junho de 2025

A INSPIRAÇÃO DO SUPERCRAQUE É MUITO MAIS RARA E VALIOSA NO FUTEBOL QUE A TRANSPIRAÇÃO DO PROFISSIONAL DO ANO

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ão costumo aplaudir as declarações do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, mas desta vez ele acertou em cheio, ao explicar o que diferencia o melhor futebolista do século 21 (e talvez de todos os tempos) de um dos maiores artilheiros da História:
"Um (o Messi) tem o talento natural, o outro (Cristiano Ronaldo) tem preparação e trabalho. Não sou Federer, sou mais Nadal. Tenho que correr. Não só por ser português. Me vejo muito mais no que é o Cristiano Ronaldo. Sorte a nossa que ainda conseguimos desfrutar do que os dois ainda podem dar".
Também Mourinho ficou sempre num patamar inferior...
É o motivo pelo qual assistir a todos os jogos que pude do Messi me fez muito feliz. O talento natural dele, do Pelé, do Maradona, do Garrincha, do Puskas, do Ronaldinho Gaúcho, é algo muito mais raro do que o esforço extremado de um jogador da prateleira inferior à desses gênios para, mesmo assim, obter grande destaque no ofício.

Só que aquilo que mais me encanta no esporte é a arte, a inspiração, e não a transpiração. E os craques, os talentos superiores, fazem coisas que os inferiores esforçados quase nunca conseguem fazer. Se alguém quer saber a diferença, basta comparar as seleções de melhores gols do Messi e do CR7. Um produz obras primas. O outro, apenas, gols. 

Exatamente por ter desde muito cedo me acostumado a ver os golaços de Pelé e Garrincha, jamais considerarei iguais aqueles que um Vavá peito de aço marcava. Eram gols também e igualmente asseguravam vitórias. Mas, passada a emoção do momento, os que ficaram para sempre guardados na minha memória foram os gols dos artistas, não os dos profissionais do ano.
...ao do melhor técnico do século 21, Guardiola

E, como Abel Ferreira, que não é brilhante, mostra saber quais são seus equivalentes (no tênis o Nadal e como técnicos, embora ele não haja dito, o José Mourinho e o Diego Simeone), eu também tenho isso bem claro, pois assisti a todas as partidas do Federer que pude, bem como os jogos de times treinados pelo Guardiola e o Jorge Jesus. 

E no boxe tive o privilégio de acompanhar atentamente a carreira de Muhammad Ali, que além de incrível boxeador, era melhor ainda como cidadão idealista que não media sacrifícios ao travar o bom combate. 
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(por Celso Lungaretti) 

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