terça-feira, 6 de maio de 2025

HÁ 50 ANOS, O SUCESSO AVASSALADOR DE "TUBARÃO" ALÇAVA STEVEN SPIELBERG INSTANTANEAMENTE A GRANDE DIRETOR

Em 1975, quando Steven Spielberg estava com 28 anos, sua carreira como diretor se resumia a curtas metragens, filmes e episódios de seriados para TV e um único longa para cinema, Louca escapada, sem grande repercussão. 

Mas Encurralado (1971), um dos seus trabalhos para a tela pequena, impressionara tanto que acabou sendo lançado na tela grande. Esperava-se dele algo maior e a promessa foi cumprida com Tubarão, que o alçou instantaneamente à condição de grande diretor de Hollywood. 

Foi novamente um filme de ação, tendo como receita do seu êxito a temática do duelo . Em Encurralado, havia sido o confronto, que acaba se tornando mortal, entre os motoristas de um conversível e de m enorme caminhão, ao longo da rodovia.

Tubarão tem 124 minutos e vale sobretudo pela metade final, quando um xerife, um oceanografo e um caçador profissional de tubarões saem no encalço de uma fera gigantesca que atacava os banhistas de uma cidade turística e, ao invés de fugir, os enfrenta.
Ou seja, o enredo tinha a mesma inverossimilhança de
Moby Dick: peixes não duelam com homens, estão apenas ocupados com alimentarem-se de peixes menores. Mas, se tanto a baleia quanto o tubarão não fossem vingativos e perseguissem os homens que os haviam tentado matar, ambas as histórias não seriam tão impactantes.

O talento de Spielberg em culminar seu filme com ação eletrizante, de tirar o fôlego, foi recompensado: Tubarão bombou no mundo inteiro e motivou os produtores a lançarem três sequelas (com histórias encomendadas do mesmo escritor e roteirista, Peter Benchley) e vários trabalhos menores com outras criaturas marinhas gigantescas, mas a moeda não caiu outra vez em pé. 

Sem Spielberg, que não quis continuar explorando filão que inaugurara, não houve mais nenhuma  bilheteria expressiva. 

De resto, a grande atuação do filme ficou por conta do Robert Shaw, que precisava compor um personagem impressionante, obcecado em vingar-se dos peixes que quase o haviam devorado, e deu total conta do recado. 

E o tema musical do ataque do tubarão, composto pelo John Williams, é do tipo chiclete: gruda nos ouvidos. (por Celso Lungaretti)    
O filme Tubarão pode ser alugado/comprado no próprio
Youtube; está disponível também no streaming da Prime.

4 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite Celso, tudo bem por aí? Sempre bom, poder ver suas crônicas cinematográficas, assim como o relato do Capitão (interpretado por Robert Shaw) sobre a sua experiência, em alto mar, durante a segunda guerra causam arrepios até hoje. Forte abraço do Hebert.
PS: Ontem , dia 05/05/ 2025, foi dia do clássico Django, de 1966 (com Franco Nero), no Telecine Classic. Hoje é dia da Sessão faroeste, as 21:00, na Rede Brasil de Televisão.

SF disse...

Assisti no telão quando passou na minha cidade.
Depois, no VHS.
Hoje já não me empolgo. Acho que as verdadeiras vítimas são os tubarões.
Estive na praia de Tamandaré, 1980, e éramos contra a construção do porto de SUAPE (acho q era este nome), justamente porque iria destruir regiões de manguezais.
Hoje os tubarões atacam banhistas em Boa Viagem.
Parabéns aos envolvidos.

celsolungaretti disse...

Hebert, o "Tubarão" sempre me faz lembrar um episódio inusitado. Eu e a minha menina fomos na última sessão do domingo, na semana de estreia, mas a sessão estava lotada, mesmo o cinema sendo enorme. Fomos noutro cinema lá perto.

Ao voltarmos, vimos a sala do "Tubarão" toda iluminada e estranhamos. Resolvemos verificar o que estava acontecendo. Tinha tanta gente querendo assistir que improvisaram uma sessão da meia-noite em pleno domingo. Acabamos vendo o filme que queríamos.

Naquele tempo existiam filmes comerciais com bom nível, o grande público não era tão primário como é agora. Os westerns e as comédias maliciosas dos italianos às vezes calhavam de ser muito bons; os policiais franceses, idem.

Por causa da concorrência europeia, até os estadunidenses subiram um pouco o nível, deixando de lado aqueles códigos moralistas rançosos das décadas anteriores. A grana falou mais alto.

Hoje o cinema produzido para o grande público virou terra arrasada. Não se salva quase nada.

celsolungaretti disse...

Companheiro, não dá para ter pena de um peixe que nunca dorme e fica o tempo todo caçando os outros peixes. O tubarão é o anjo exterminador dos mares.

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