Apesar de os militares ultradireitistas se proclamarem defensores das heroicas tradições das Forças Armadas, muitos deles não hesitam em isentar-se de suas responsabilidades jurídicas transferindo-as para suas respectivas corporações.
Caso do torturador-símbolo do Brasil, Carlos Alberto Brilhante Ustra, o herói do Jair Bolsonaro. Acusado pelo ex-preso político Ivan Seixas de haver torturado o jornalista Luiz Eduardo da Rocha (que acabou morrendo), Ustra afirmou que quem deveria estar no banco dos réus era o Estado:
"A lei é bem clara a esse respeito, ela diz que se um agente de Estado comete um crime no exercício de sua função, quem é responsabilizado é a Nação, é o Estado. No meu caso, se crime eu tivesse praticado, e eu não pratiquei, eu não poderia estar sentado no banco dos réus. Quem tinha de estar sentado no banco dos réus era o Estado e não eu".
Foi uma das ocasiões em que ele desabafou nas entrelinhas, pois considerava haver cumprido fielmente a missão que o Exército lhe confiara, de comandar um centro de torturas, e sentia-se abandonado pela instituição na hora em que suas ações e omissões estavam sendo amplamente expostas à opinião pública.
Na mesma linha, a defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, que está preso desde novembro último, afirmou em petição recém encaminhada ao Supremo Tribunal Federal que o telefone celular por ele utilizado no plano para sequestrar ou assassinar o ministro do STF Alexandre de Moraes seria, na verdade, um aparelho funcional do Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro.
De resto, no quesito transferência de culpa, Jair Bolsonaro é hors concours: sempre encontra algum nome para apontar como responsável por aquilo de que está sendo acusado.
Antigamente ele seria chamado de anjo da cara suja... (por Celso Lungaretti)
4 comentários:
Boa noite, Celso, tudo bem? Aqui é Hebert.
Algumas dúvidas, sobre as novas da semana.
Procede uma possível greve de caminhoneiros?
E uma tal mainfestação, no dia 31 de janeiro, procede?
Ontem, na Rede Brasil de TV, as 22:00 horas,
foi A dama e o proscrito
(Com Charles Bronson e sua Jill Ireland, claro).
Forte Abraço.
O Carlos Alberto Brilhante Ustra e o Jair Bolsonaro são dois lixos que causaram danos imensos e vergonhosos na nossa história brasileira.
Uma verdadeira mancha que borra horrorosamente o orgulho dos brasileiros que ainda tem equilíbrio mental e são pessoas realmente bem intencionadas, que tanto gostariam de verem um Brasil muito melhor do que o Brasil emporcalhado que temos atualmente.
O Lula só se difere destes dois caras, por ainda não ser um psicopata, mas em matéria de falta de caráter e de não se importar nem um pouco com os cidadãos brasileiros, aí ele passa a se igualar completamente à aqueles dois assassinos.
É uma imensa vergonha e dá uma imensa ânsia de vômito viver num Brasil tão insano e tão desigual em pleno século 21.
Hebert, desconheço preparativos para manifestações, mas tenho o palpite de que os estudantes, voltando das férias, não se conformarão com o aumento das tarifas do transporte público. É bem capaz de ocorrer um novo 2013.
Angelo, ambos imensamente nocivos para os brasileiros, o Bolsonaro e o Brilhante Ustra diferem um pouco como pessoas. O Bolsonaro é um dos seres humanos mais repulsivos de quem já ouvi falar, NADA nele se salva.
De uma mediocridade abissal, trapaceia em tudo porque não tem nenhuma qualidade admirável. Quem o ver sem retoques, vomitará. Então precisa fingir o tempo todo. Inclusive, faz-se passar por machão e é um rematado covarde, que entrega a bandidos moto, pistola e tudo mais que queiram dele, além de agendar três vezes golpes de estado e dar sempre um jeito de não estar no palco dos acontecimentos.
Já o Brilhante Ustra parecia um daqueles réus julgados pelo tribunal de Nuremberg. Pessoalmente não era nenhum sádico empedernido, mas fazia tudo que o Exército mandava, sem jamais se questionar sobre se as ordens recebidas não atentavam contra os mais sagrados princípios e valores da humanidade.
Daí ele ter ficado perplexo ao constatar que havia despertado tanto ódio dos seres humanos normais. Cumprira as ordens mais cruéis e desumanas sem questioná-las, aparentemente ignorando que o julgamento de Nuremberg impugnara para sempre tal obediência cega, determinando que comandantes deveriam, sim, ser punidos quando acatassem ordens que jamais deveriam ter sido dadas nem cumpridas.
Postar um comentário