Agora, só por milagre Bolsonaro estará em liberdade quando da realização do próximo pleito e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, grande vencedor das recentes eleições municipais, tende a consolidar sua hegemonia no campo da direita, pondo fim ao extremismo bolsonarista que, por tornar muito ruim o ambiente para os negócios, vinha sendo esvaziado pelo grande capital desde o manifesto dos notáveis da sociedade civil em setembro de 2022.
Inicialmente apoiado pelos maiorais do PIB, Bolsonaro perdeu a confiança deles com a condução caótica da política ao longo de todo seu governo, gerando acentuada insegurança econômica. Então, na reta de chegada da eleição de 2022, o cérebro do capitalismo brasileiro deu um basta ao Bozo!, expressando enfaticamente sua vontade de ver-se livre das estridências bolsonaristas.
Esta guinada explica não só a vitória de Lula nas urnas, como o fracasso do putsch com que os adoradores de pneus tentaram reverter o resultado eleitoral. O poder econômico, como sempre no Brasil, falou mais alto.
Agora, o péssimo desempenho tanto de Bolsonaro quanto do Lula nas eleições do mês passado revelou que o tempo da polarização entre ambos terminou definitivamente, com a política brasileira marchando para a consolidação centro-direitista. O resultado está aí, com a Polícia Federal dando o tiro de misericórdia no bolsonarismo.
Quanto à esquerda institucional, que tentava sobreviver como alternativa à barbárie ultradireitista, já não poderá mais apoiar-se nessa muleta e vai ter de reconfigurar-se por completo.
Salta aos olhos que, se não resgatar a combatividade perdida e tornar-se atrativa para os excluídos deste novo banquete capitalista, se condenará à irrelevância por bom tempo. (por Celso Lungaretti)
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