As investigações da Polícia Federal estão revelando que o putsch ultradireitista fracassado em 08.01 no Brasil foi singular na história do golpismo mundial.
Motivo: nunca houve outro em que os planejadores e executantes deixassem tantas provas contra si pelo caminho, como se a intenção secreta deles fosse:
— a descoberta da trama;
— a tomada de providências para evitar o seu êxito;
— o desfecho ridículo da tentativa; e
— a prisão e condenação dos principais envolvidos.
Evidentemente, isso tem muito a ver com a personalidade do chefe da organização criminosa que tentava virar a mesa para alterar o que as urnas haviam decidido: talvez o orgulho impeça o réu nº 1 de escolher o melhor caminho para evitar a prisão, mas se a defesa de Jair Bolsonaro alegar insanidade mental, terá ótimas chances de ser bem sucedida.
Tão disparatado e inconsequente como o Bozo, mas inofensivo ao invés de totalmente nocivo, o personagem Brancaleone de Nórcia (Vittorio Gassman) é uma brilhante criação do cineasta e co-roteirista Mario Monicelli, um dos gigantes da comédia italiana no século passado.
Inspirado obviamente no D. Quixote, ele é outro nobre sem fortuna nem noção, inconformado com a decadência da cavalaria medieval. Suas peripécias, contudo, conseguem ser bem mais hilárias que as do personagem imortal de Miguel de Cervantes.
O Incrível Exército Brancaleone (1966) é simplesmente um filmaço, que nada perdeu do seu vigor e do seu encanto após tantas décadas. Assistam e constatem!
Não canso de admirar a versatilidade e excelência de Gassman, o maior ator daquela fase dourada do cinema italiano, mesmo correndo na mesma faixa dos superlativos Marcello Mastroianni e Ugo Tognazzi.
Não fosse Gassman o filme, apesar de todos os seus predicados, jamais seria a obra-prima que acabou se tornando. Atuação inesquecível.
Destaque também para a bela Catherine Spaak e para um Gian-Maria Volonté a caminho do estrelato. E a trilha sonora de Carlo Rustichelli é outra pérola, notadamente o tema principal, utilizado com a impagável animação do início do filme. (por Celso Lungaretti)
3 comentários:
Como disse o ministro Ayres Britto: 'o que foi planejado para dar errado, e deu errado, deu certo'.
Os minilitares brazucas são de tradição badercaserneiras
Bora ver se dessa vez teremos, nos acordos de bastidores, lei da anistia versão 2.0: prenda o fujão e preserve a alta patente.
Mourão fala...Mourão muda discurso, afasta ruptura e se diz legalista...i.é lengalengalista
https://www.youtube.com/watch?v=HpeKVQMlFyQ
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