Mestre Cartola na comissão de frente da Mangueira, em 1977. |
"A Estação Primeira de
Mangueira
passa em
ruas largas,
ruas largas,
passa por debaixo
da avenida
Presidente Vargas."(Caetano Veloso)
A origem do carnaval perde-se na poeira dos tempos.
Há quem tente remontá-la ao culto agrário praticado por povos que existiram 10 mil anos antes de Cristo: homens e mulheres mascarados, com corpos pintados e cobertos de peles ou plumas, saíam em bandos e invadiam as casas, fazendo terríveis algazarras.
Outros autores lembram as festas alegres do paganismo, como a de Ísis e a do Boi Ápis, entre os egípcios; e as bacanais, lupercais e saturnais dos romanos.
Suetônio, historiador da Roma antiga, refere-se às saturnais como “desenfreada libertinagem, cínica palhaçada”. E diz que, durante esse período “todos pareciam enlouquecer”. Armavam-se grandes mesas à frente das casas para senhores e escravos comerem à vontade, sem distinções. E os escravos tinham o direito de dizer verdades a seus donos, ridicularizá-los, fazer o que quisessem.
A componente libidinosa do carnaval é inegável em todos os textos antigos. Sabe-se, p. ex., que o termo carnaval deriva do latim carrum novalis, designação de um tipo de carro alegórico da Grécia e Roma antigas. Dezenas de pessoas mascaradas caminhavam a seu lado e ele trazia no bojo “mulheres nuas e homens que cantavam canções impudicas”.
Contam alguns textos, inclusive, que os padres, depois de pregarem em vão contra o carnaval, acabavam convidando os fiéis a concentrarem as comemorações na praça da igreja, para que tal logradouro não ficasse desvalorizado...
A Renascença viria libertar os europeus da sensação de culpa que a religião procurava insistentemente associar ao prazer e à alegria. Os distantes e etéreos paraísos prometidos nos púlpitos, bem como as dantescas descrições do inferno que esperava os pecadores, tornaram-se insuficientes para afastar o povo da folia. A grande festa pagã renascia em todo o seu esplendor.
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O MEDONHO ENTRUDO PORTUGUÊS – Para nós interessa, sobretudo, o carnaval português, conhecido como entrudo. Isto porque, até fins do século 19, o nosso carnaval teria as mesmas características do “medonho entrudo português, porco e brutal”, a que se referiu uma historiadora, assim descrevendo-o:"Pelas ruas de Lisboa, generalizava-se uma verdadeira luta em que as armas eram os ovos de gema, ou suas cascas contendo farinha ou gesso, cartuchos de pó de goma, cabaças de cera com águas de cheiro, tremoços, tubos de vidro ou de cartão para soprar com violência, milho e feijão que se despejam aos alqueires sobre as cabeças dos transeuntes..."
A pesquisadora Eneida, em sua História do Carnaval Carioca, relaciona diversos casos para comprovar que, a exemplo do que ocorria na Roma de Suetônio, o carnaval aqui também se constituía no único período em que os escravos desfrutavam de uma certa liberdade.
E conclui: “Parece que uma das características do carnaval é dar aos escravos de qualquer época o direito de criticar e zombar de seus senhores”.
Os limites da democracia, entretanto, sempre foram muito exíguos no Brasil, então houve também medidas caracteristicamente autoritárias. Em 1857, o chefe de polícia do Rio de Janeiro lançou um edital proibindo “o jogo do entrudo dentro do município. Qualquer pessoa que o jogar incorrerá na pena de 4$ a 12$ e não tendo com que satisfazer, sofrerá oito dias de cadeia, caso o seu senhor não o mande castigar no calabouço com cem açoites”. Ou seja, multa para os brancos proprietários; xilindró e chicotadas para os escravos. A relatividade vem de longe...
A agressividade igualmente se evidencia em todos os textos da época. Sabe-se, p. ex., que o único objeto de divertimento do carnaval brasileiro era o limão de cheiro, uma imitação de laranja, com invólucro de cera e água fétida por dentro.
O pintor e engenheiro Jean-Baptiste Debret, que aqui veio com a Missão Artística Francesa em 1818, ficou estarrecido com a selvageria explícita: “Vi jovens negociantes ingleses passearem, com orgulho e arrogância, acompanhados por um negro vendedor de limões cujo tabuleiro esvaziavam pouco a pouco, jogando os limões às ventas de pessoas que nem sequer conheciam”.
Episódios deste tipo o marcaram tanto que um de seus desenhos mais famosos, Cena de Carnaval (acima), mostra uma negra atacada na rua por um crioulo de cartola, que lhe esfrega no rosto um bocado de goma, enquanto o outro negro ensopa o primeiro com água de uma longa seringa.
Apenas no final daquele século a agressividade foi se atenuando e as bisnagas passaram a conter, ao invés de água suja, líquidos menos repugnantes, como vinagre, groselha e vinho; idem os limões de cheiro, cujas águas fétidas e até urina foram trocadas por inofensivos perfumes.
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ZÉ PEREIRA! BUM, BUM, BUM! – O personagem mais característico do carnaval brasileiro surgiu em meados do século 19 e logo se tornou uma instituição popular. Trata-se do Zé Pereira, calcado na figura do sapateiro José Nogueira de Azevedo Pereira.
Português de nascimento, ele um dia entretinha-se com outros patrícios, recordando as romarias, estúrdias e estrondos da pátria distante. A saudade era tanta que eles resolveram sair à rua, ao som de zabumbas e tambores alugados às pressas, para fazer uma passeata pela cidade.
Foi um enorme sucesso, logo copiado por dezenas de grupos semelhantes, fazendo com que o Zé Pereira se transformasse num personagem mística, identificado com o próprio carnaval (“E viva o Zé Pereira/ Pois que a ninguém faz mal/ E viva a bebedeira/ Nos dias de carnaval”).
A historiadora Eneida assim avaliou o Zé Pereira:
"Foi essencialmente o carnaval do pobre. Tão fácil, no meio da miséria reinante, sair à rua com bumbos e tambores, uma camisa qualquer, uma calça de qualquer espécie e fazer barulho, alegrar com um ritmo efusivo as ruas e os bairros!"
Seu desaparecimento, no começo do século passado, é indício de que o carnaval perdia espontaneidade, tornando-se festa opulenta e regulamentada, sem espaço para os improvisos populares.
Mas, a alma do Zé Pereira sobrevive até hoje nos blocos de sujos, que insistem em se formar sem ensaios e mensalidades, para existir num momento e viver intensamente esse momento, na melhor tradição do carnaval.
SAMBA E UMBIGADA – Até o início do século passado samba e carnaval tiveram trajetórias distintas, que foram convergindo no sentido de uma perfeita complementação.
O samba remonta à chegada no Brasil de escravos negros, que logo foram introduzindo seus ritmos, danças, cantigas, costumes e crenças. Assim, após o trabalho exaustivo (ou nos raros dias de folga), eles dançavam e batucavam com seus instrumentos rudes, nos terrenos das fazendas, engenhos e canaviais. Alegria sofrida, ritmo de quem esforçava-se por esquecer a tristeza, as privações e os maus tratos.
O batuque tipicamente africano foi caindo em desuso com o desaparecimento dos nativos daquele continente. Uma variação abrasileirada espalhou-se por todo o País, já com a denominação de samba.
O samba remonta à chegada no Brasil de escravos negros, que logo foram introduzindo seus ritmos, danças, cantigas, costumes e crenças. Assim, após o trabalho exaustivo (ou nos raros dias de folga), eles dançavam e batucavam com seus instrumentos rudes, nos terrenos das fazendas, engenhos e canaviais. Alegria sofrida, ritmo de quem esforçava-se por esquecer a tristeza, as privações e os maus tratos.
O batuque tipicamente africano foi caindo em desuso com o desaparecimento dos nativos daquele continente. Uma variação abrasileirada espalhou-se por todo o País, já com a denominação de samba.
E, na zona rural, o encontro de culturas deu origem a uma derivação pitoresca, os chamados sambas sertanejos, em que homens e mulheres participavam da roda cantando em coro, ao som de instrumentos de percussão e da viola de arame.
Segundo um cronista da época, “os dançadores formam roda e, ao compasso de uma viola, move-se o dançador do centro, avança e bate com a barriga de outro da roda, uma pessoa de outro sexo. Não se pode imaginar uma dança mais lasciva do que esta, razão por que tem muitos inimigos, principalmente entre os padres”.
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LENÇO NO PESCOÇO – A fase heroica do samba foi a da pernada carioca, diversão a que se entregavam os remanescentes dos inúmeros grupos de capoeiristas existentes no Rio de Janeiro em fins do século 19.
Tratava-se de uma batucada braba, na base da pernada e cabeçada, regada com doses cavalares de cachaça (“Samba de negro/ Não se pode frequentá/ Só tem cachaça/ Pra gente se embriagá”).
Segundo um cronista da época, “os dançadores formam roda e, ao compasso de uma viola, move-se o dançador do centro, avança e bate com a barriga de outro da roda, uma pessoa de outro sexo. Não se pode imaginar uma dança mais lasciva do que esta, razão por que tem muitos inimigos, principalmente entre os padres”.
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LENÇO NO PESCOÇO – A fase heroica do samba foi a da pernada carioca, diversão a que se entregavam os remanescentes dos inúmeros grupos de capoeiristas existentes no Rio de Janeiro em fins do século 19.
Tratava-se de uma batucada braba, na base da pernada e cabeçada, regada com doses cavalares de cachaça (“Samba de negro/ Não se pode frequentá/ Só tem cachaça/ Pra gente se embriagá”).
O samba era tido como coisa de pretos, malandros e marginais. A posse de um violão ou qualquer outro instrumento de samba bastava como prova de que o indivíduo era vadio e merecia ser preso. E a brutalidade da polícia Era respondida à altura pelos bambas. Mortes ocorriam de lado a lado.
Foi a época do tipo celebrizado por Wilson Batista, com seu andar gingado, chapéu tombado, olhar dormente, fala cheia de gírias, lenço de seda no pescoço (para proteger-se das navalhadas), camisa listrada, calças largas (boca-de-sino) ou balão (bombacha) caídas sobre os sapatos de bico fino com salto carrapeta (mais tarde, tamancos) e, evidentemente, a inseparável navalha.
Os versos do sambista da Lapa o descrevem admiravelmente: “Meu chapéu de lado/ Tamanco arrastando/ Lenço no pescoço/ Navalha no bolso/ Eu passo gingando/ Provoco desafio/ Eu tenho orgulho de ser vadio”.
Trata-se de uma figura que, como o verdadeiro carnaval, sairia de cena entre as décadas de 1930 e 1940.
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O PINTO E OS ÍNDIOS – O carnaval era uma pedra no sapato dos autoritários de todos os matizes. Os chefes de polícia, desde meados do século 19, lançaram uma interminável série de editais, ora proibindo, ora regulamentando os festejos.
Episódios anedóticos ocorreram aos montes. Um delegado carioca chamado Alfredo Pinto, p. ex., notabilizou-se pela perseguição aos foliões. Em 1909, tentou proibir as passeatas e o Zé Pereira, sendo obrigado a voltar atrás por causa dos protestos da população e da imprensa.
Furioso, voltou à carga proibindo as fantasias de índio, sob a alegação de que os tacapes poderiam ser utilizados como armas. Os blocos contra-atacaram com refrãos provocativos que difundiram por toda a cidade, tipo “Eu vou beber/ Eu vou me embriagar/ Eu vou sair de índio/ Pra polícia me pegar”. Em outros, houve até alusões picarescas ao sobrenome do delegado...
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DOMESTICAÇÃO E TURISTIFICAÇÃO – Nem a polícia do terrível Filinto Müller, durante a ditadura getulista, conseguiu pôr fim aos festejos de Momo. De repente, entretanto, o povo perdeu seu carnaval, que virou um próspero negócio para as escolas de samba e foi alçado a item prioritário da promoção do turismo.
Comemorações rigorosamente planejadas substituíram as iniciativas espontâneas do povão. Os foliões se tornaram passivos espectadores dos suntuosos e multicoloridos desfiles. Sambistas passaram a competir encarniçadamente por classificações espúrias.
Enfim, a festa do congraçamento cedeu lugar à disputa calculista. O que a polícia não conseguiu com seus cassetetes, conseguiram os negociantes com seus talões de cheque.
Como explicar essa transição negativa? Dizer que, com a industrialização, fecharam-se os espaços para a desordem remanescente da sociedade rural? Que o carnaval morreu ao se institucionalizar? Que nosso povo já não tem humor nem revolta? Explicações podem ser alinhavadas às dezenas. Mas, nenhuma servirá como consolo.
O certo é que uma genuína explosão de vida se tornou ritual de repetição. E o povo se conformou em não inventar mais seus festejos nem improvisar seus itinerários, recebendo como contrapartida lugares confortáveis nas arquibancadas dos sambódromos e o direito à licenciosidade em salões sufocantes.
Enfim, foi expulso das ruas e não se dispõe mais a lutar mais por elas.
Observação: esta é uma versão condensada de um texto que escrevi em 1980, para a edição de carnaval da revista Fiesta.
Desde então, voltou a haver mais carnaval nas ruas, contudo o velho espírito libertário e transgressor, este não voltou. Continua sendo uma festa consentida, com a diferença de que hoje se consente mais em alguns dias para que todos suportem engolir uma quantidade maior de sapos nos outros dias. (por Celso Lungaretti)
4 comentários:
Oi Celso, tudo bem por aí? Aqui é Hebert.
Neste Carnaval alguns detalhes chamaram à atenção.
Certos artistas, alguns cantores do típico "samba zona sul"
(ou "samba mauriçola"), Música que engloba canções banais
sobre a rotina de quem só vive na areia ou nas noitadas,
agora querem ser considerados "canções de protesto",
Música que engloba canções com o intuito de chamar
a atenção do ouvinte a um determinado problema no país,
no governo.
Casados, ou enamorados, com influenciadoras,
belas atrizes (embora medíocres), que são rainhas de avenida
(com suas fantasias reluzentes e claríssimas), com luxo
e ostentações, querem ser levados a sério como Porta-vozes
das classes populares. Querem a condição de "voz da senzala",
mas sem abrir mão do tapete vermelho estendido na "casa grande".
Têm uma visão superficial de mundo, assim como são limitados
os seus argumentos cheios de frases "limpinhas" e "cheirosinhas"
quando são pressionados e sentem contrariados.
Cabem algumas questões: Eles sabem que protestar é mais do que
puxar aplausos da plateia para quem eles amam, e vaias para
quem eles odeiam?; Se é como Milton diz: "Todo artista deve
ir onde o povo está", quantas vezes eles frequentam as
Associações de moradores (se é que frequentam), levando suas
ideias e argumentos?; O "Seu Zé das couves" e "Dona Maria do
bairro" (gente do povo), se sentem representados pelos
artistas como foi no passado?; São capazes de recusar
contratos milionários e verbas governamentais
(e até perder amizades), pelo direito de dar sua opinião
sobre política, cultura, música, religião, etc?;
A frase: "Todo artista tem que ir onde o povo está"
ainda se aplica?
Um abraço!!
Meu caro Hebert, a canção NOS BAILES DA VIDA é de um tempo em que alguns artistas queriam mesmo ir onde o povo está: 1981. Hoje querem mais é ir onde a grana está e/ou os holofotes estão.
Aliás, chamá-los de artistas é caridade. Noutro dia mesmo fiquei me lembrando que o Cat Stevens compôs uma música em perfeito latim ("O Caritas"), e os versos, traduzidos, têm tudo a ver, não são apenas reunião de palavras que soam bem juntas mas não fazem sentido (já vi brasileiros comporem músicas em inglês desse jeito, se vc traduz percebe que não fazem nenhum sentido).
Em 1971, o conjunto britânico Procol Harum fez uma apresentação ao vivo de suas melhores canções, acompanhado por orquestra sinfônica e coral. Os arranjos foram todos do seu líder, Gary Brooker, cujo currículo não incluía formação de maestro. Mas, tocando vários instrumentos desde criancinha (era filho de um músico profissional) e tendo estudado um pouco de música, pode ter aprendido a fazer arranjos complexos mesmo sem aprendizado em conservatório.
E o extraordinário trio Cream (Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker) passou meses fazendo apresentações ao vivo nas quais a duração das canções nunca era a mesma. Os três improvisavam sempre, brincavam com as músicas, e seus shows dessa fase foram simplesmente antológicos.
Então, para quem conheceu músicos como esses (eu poderia citar um monte de exemplos semelhantes), os fabricantes de ruídos populares a que vc se refere soam como a quintessência da mediocridade. Como se dizia antigamente, só servem para tocar na rádio patrulha.
Oi Celso, tudo bem por aí?
Além de ótimas dicas de Filmes, ótimas dicas sobre música
e ótimas tiradas!!
Um forte abraço do Hebert, e ótima semana.
PS: Sessão bangue bangue toda a sexta-feira, às 10:00,
na Rede Brasil (@OficialRBTV), canal 13 em SP.
Meio baleado. Tive uma forte indisposição estomacal ontem, o pior já passou mas continuo meio enjoado. Aguentei até os 73 anos comendo o que me dava vontade, mas parece que agora vou ter de me limitar à chamada "comida de hospital".
Outro prazer que se foi são as bebidas alcoólicas. Antes, pagava meu bandejão na faculdade com o que ganhava disputando partidas de xadrez. Antes de cada uma tomávamos um copo de pinga. Deixava-me alegre, mas não me confundia o raciocínio. Agora, tomo o mesmíssimo copo e é como se tivesse tomado água. Só me dá sono.
Nunca esperei nem quis viver tanto. Mas assumi responsabilidades ao me tornar pai idoso e para mim elas são sagradas. Só considerarei cumprida minha missão familiar quando minhas duas filhas (hoje uma está chegando aos 16 anos e a outra acaba de completar 22) estiverem consolidadas na vida.
E há ainda a causa a que me dedico desde os 17 anos. Como o Bolsonaro se considera um continuador da repressão da ditadura militar, só vou considerar cumprido o compromisso que assumi na luta armada quando a porta da cela se fechar com ele dentro.
Mas, claro, vou continuar travando a luta por uma sociedade nova, do jeito que der, até morrer. Temo, contudo, que a meta tenha ficado um pouco distante. Então minha ambição é mais modesta: ajudar a forjar uma nova vanguarda, para substituir a que necrosou (começando pelo PT, hoje mera força auxiliar da dominação burguesa).
Ser um homem de princípios é complicado no mundo atual. Mas, como dizia o Bushido (código dos guerreiros samurais), se você não acredita que tenha um dever, pode agir como bem entender; mas, se tem um dever, será um lixo se não honrá-lo).
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