terça-feira, 30 de janeiro de 2024

TANTAS O BOZO FEZ QUE O SEU DESCARTE SE TORNOU INEVITÁVEL. E O LULA NÃO DISPORÁ MAIS DE UM ESPANTALHO TÃO CONVENIENTE

A pá de cal na carreira política de Jair Bolsonaro será a atual comprovação, acima de qualquer dúvida e não deixando nenhuma brecha para seu vitimismo habitual, de que ele montou um aparato de espionagem privada a serviço do seu clã, dentro do Estado e bancado pelos contribuintes. 

As investigações da Polícia Federal estão sendo impecáveis e irrefutáveis, de forma que o processo delas decorrente inevitavelmente terminará, no mínimo, com a prisão do chefe da organização criminosa familiar e a de seu filho Carlos.   

O crime no qual as digitais do bando de arapongas trapalhões ficaram impressas com máxima clareza, espalhadas por todos os cantos, é tão grave que virá somar-se aos dois outros potencialmente mais danosos para o palhaço genocida em termos penais: as centenas de milhares de mortes decorrentes de sua sabotagem ao combate científico de uma pandemia letal e a tentativa de golpe de Estado em 08.01.2023.  

E, como gato escaldado tem medo de água fria, até a corja do centrão tende a deixá-lo agora entregue à própria sorte, pois uma das coisas que ela mais teme é esse tipo de arapongagem ampla, geral e irrestrita, que pode colocar nas mãos do mandatário de ocasião trunfos devastadores para impor sua vontade a parlamentares que têm esqueletos no armário (e só pouquíssimos deles não os possuem).
Com Bolsonaro definitivamente fora do jogo, um grande prejudicado será o Lula, cujo governo está perdido no espaço, cedendo a todas as chantagens dos parlamentares fisiológicos e tentando ressuscitar políticas econômicas cujo prazo de validade expirou várias décadas atrás. 

Ele deixará de ser tolerado a contragosto pelos que temem a volta de um presidente que foi pior ainda. Então, se Lula não conseguir fazer o PIB crescer significativamente (3% é pouco após as perdas de poder aquisitivo virem se acumulando desde 2014!), ao mesmo tempo evitando que os poderosos fiquem com quase tudo para si, terá muita dificuldade para concluir o seu mandato. 

Quanto à esquerda complacente, faço-lhe um alerta: se ela continuar servilmente a bordo da barca lulista, correrá sério risco de afundar com ela. 

Está mais do que na hora de resgatar a combatividade perdida e a identidade histórica de antípoda do capitalismo, ao invés de se sujeitar ao melancólico papel de força auxiliar da dominação burguesa, deixando-se cooptar em troca de migalhas de poder.
(por Celso Lungaretti 

7 comentários:

william orth disse...

Bom dia Celso. Muita coincidência. Mas no dia anterior uma live para meio milhão de pessoas. O lula teve 3 mil na despedida. Vamos cair na real. Se não for Bolsonaro a senhora Michelle vai passar o trator . Lula tem de assumir o governo logo. Abraço.

celsolungaretti disse...

William, quem tem como seguidores fanáticos os 10% de eleitores brasileiros quadrúpedes, pode muito bem ter sua live vista por 0,24% da população nacional (214,3 milhões de pessoas). E daí?

Uma vez colocado atrás das grades e descartado até pela direita bípede, seu prestígio evaporará tanto quanto o do Collor depois do impeachment.

E nem de longe ele é um Perón, para ser capaz de eleger sua cônjuge, ainda mais depois de ser desmascarado como ladrão de galinhas e ter decepcionado muitos seguidores ao amarelar nas três vezes em que pretende dar golpe de Estado.

Quanto à Micheque, Deus nos livre! Jamais seria uma Evita, pois seu perfil é muito mais de uma desastrosa Isabelita. Pior para o Brasil (agora que a autodestruição do Bozo se completou e ele não oferece mais nenhum perigo), impossível!

william orth disse...

Celso, essa comparação não é direta mas indireta. Setores da esquerda querem tentar proibir esse tipo de manifestação . A representação proporcional é científica. Não acho o caminho mais inteligente. Abraço.

Henrique Nascimento disse...

Se não for nem o Perón e nem a Evita, há ainda a possibilidade do General Mourão. Pelo menos foi isso que li em um comentário há uns 4 meses atrás.

celsolungaretti disse...

William, pesquisas de opinião serviam nas redações para fabricarmos pastéis de vento, elucubrando sobre o nada para preenchermos as páginas que precisávamos preencher.

Cansei de delas extrair conclusões nas quais nem eu mesmo acreditava, pois era o que os editores determinavam. Só evitava assinar esse tipo de picaretagem respeitável, pois sempre tive brios profissionais.

O que temos de concreto é que a Folha de SP e o Estadão jamais dedicariam tanto espaço à Abin paralela se os poderosos já não tivessem decidido recuar de sua intenção de punir o Bozo apenas com inelegibilidade.

Para quem sabe decifrar o subtexto do que sai nesses dois veículos, fica evidente que já há uma preparação de clima para o processo e a condenação do Bozo. É bem provável que ele passe o próximo Natal atrás das grades.

Quando isto acontecer, surgirão elementos para previsões sobre o que virá em seguida. Agora é prematuro demais e o que rola por aí é mais propaganda do que qualquer outra coisa.

Neves disse...

Caro Celso
Não sinto ódio, mágoa ou ressentimento. É trabalhoso e desagradável. Por imperativo ético espero que os Bozos sofram muito. Entretanto, o nome deles é 'legião', porque são muitos, Nesse satanismo podem muito bem se safar de verde e amarelo.
Ruy Castro é um otimista
https://gilvanmelo.blogspot.com/2024/02/ruy-castro-na-mira-do-araponga.html

celsolungaretti disse...

Éramos pelo menos 2 milhões de manifestantes nas passeatas e protestos que pipocaram por todo o país ao longo de 1968. Na hora do perigo, quantos ingressaram na luta armada, entre combatentes, simpatizantes e aliados? Uns 2 mil.

Quando penso nos companheiros que morreram ou foram detonados nas torturas porque estávamos tão abandonados, em situação de tamanha inferioridade de forças, tenho imenso desprezo pelos que não saíram na chuva para não se molharem. Uma das raríssimas frases do presidente Mao que eu admiro cai bem neste caso: "A revolução não é um banquete".

Nas horas decisivas, pesam muito mais aqueles poucos que sabem o que querem e como devem agir para atingir seus objetivos, do que essas legiões de maria-vai-com-as-outras.

É por isto que eu insisto tanto na gestação de uma nova esquerda, anticapitalista e realmente combativa. Se conseguimos reunir uns 500 companheiros com disciplina e determinação de verdadeiros revolucionários, poderemos ser muito mais decisivos nas refregas que adiante ocorrerão do que todos os homens do presidente Lula.

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