Cristiano Zanin, o primeiro ministro do STF indicado pelo Lula no atual mandato, parecia ter dado xeque-mate na revisão da vida toda, pela qual o INSS teria de corrigir uma terrível injustiça remanescente dos pacotes econômicos do século passado, que sempre tungavam os trabalhadores para estabilizar a economia.
O imbroglio começou em dezembro de 2019, quando uma decisão do Superior Tribunal de Justiça determinou o reconhecimento do direito dos aposentados e pensionistas a terem acrescidos aos cálculos de seus benefícios o universo de suas contribuições ao longo da vida, as quais não mais ficariam restritas àquelas feitas de 1994 em diante. Aí, um ano depois, o STF validou a revisão dos benefícios por 5 votos a 4.
Mas, tal assunto voltou agora a debate no plenário virtual do Supremo. E Zanin, herdeiro da cadeira do ministro Ricardo Lewandowski (que se aposentou em abril último), não honrou o voto do seu antecessor, pois se posicionou contra, invertendo o placar de 2022.
Agora são estes que querem poupar recursos para os gastos políticos... |
Então, quando tudo se encaminhava para o escolhido por Lula ser o responsável pela deplorável manutenção desse esbulho dos direitos de trabalhadores, eis que Alexandre de Moraes, egresso do tucanato, novamente se mostrou mais petista (do passado) do que o próprio PT (do presente).
Ele pediu destaque nesta 6ª feira (1º), fazendo com que o julgamento, iniciado no plenário virtual, recomece do zero no plenário físico. Ou seja, mesmo quem já se manifestou antes será obrigado a fazê-lo novamente, podendo, inclusive, mudar seu posicionamento.
Tal hipótese é bem plausível, de vez que o voto traíra do Zanin repercutiu horrivelmente entre a esquerda (inclusive nas próprias fileiras do PT, cujos bastidores andam fervendo).
Ademais, se no plenário virtual inexistia debate entre os ministros, no plenário físico haverá. Ou seja, o que disserem e fizerem repercutirá muito mais e os aposentados ficarão sabendo bem melhor quem considera aceitável sacrificar seus direitos para sobrarem mais recursos para as maracutaias da política.
Por mais que os petistas detestem tal constatação, é incontestável que, durante 2023, o Alexandre de Moraes tem feito muito mais pelas bandeiras de esquerda do que o Lula.
Inclusive, a esperança de vermos Jair Bolsonaro atrás das grandes, após a sucessão interminável de crimes de responsabilidade que cometeu no seu catastrófico mandato (alguns dos quais gravíssimos, como o genocídio durante a pandemia e a tentativa de golpe em 08/01) repousa sobre os ombros de Moraes.
Está cada vez mais evidente que, se depender do Lula, o palhaço assassino escapará apenas com a inelegibilidade, uma pizza com a qual o controlador do PT teria, dizem, se comprometido antes mesmo de iniciar seu terceiro mandato presidencial. (por Celso Lungaretti)
2 comentários:
Caro, CL
O Lulopetismo sempre escamoteou a luta de classes e dá um passa-moleque nos trabalhadores.
E essa sabotagem da emancipação da consciência de nosso povo sofrido cevou a extrema direita.
Se pararmos pra pensar, desde a redemocratização, com a CF/88, as favelas aumentaram junto com a pobreza e os aposentados estão na rua da amargura.
E lá se foram 13 anos de PT e agora o Lula 3.
Companheiro Túlio, só me resta repetir o que escrevi no meu penúltimo post, quando qualifiquei o Lula de um "conservador enrustido e dissimulado que agora está saindo do armário".
Desde o início ele foi uma desgraça para a esquerda brasileira.
Esta, contudo, acumpliciou-se com a própria desgraça ao atirar no lixo suas bandeiras anticapitalistas, trocadas pela compulsão de obter poder a qualquer preço, ainda que fosse um poder ilusório sob a prevalência da dominação burguesa.
E ainda que tivesse de apostar, como chamariz para a caça aos votos, num sujeito que sempre detestou os militantes e os ideais esquerdistas.
Lula é um monstro. E o dr. Frankenstein que o criou foi a esquerda que, após a derrota da luta armada, decidiu ser boazinha para sempre, conformando-se com as migalhas que caírem da mesa do banquete capitalista.
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