quarta-feira, 19 de julho de 2023

FERNANDO HADDAD E A IDIOTICE TECNOCRATA

 
Sempre que vejo a cara de Fernando Haddad passa em mim um misto de sono e ódio. Sono porque ainda deverá surgir sujeito mais sonífero na política nacional e raiva porque ele realmente acredita nas inutilidades que fala e faz, como se estivesse fazendo de fato alguma diferença no mundo. 

O pior tipo de indivíduo é o crédulo, aquele fielmente crente em estar fazendo alguma diferença, quando na realidade é apenas mais um impotente à serviço de forças cujo entendimento ele não domina. Tal como o personagem Cândido, de Voltaire, essa figura segue firme a filosofia de seu Pangloss e acredita estar no caminho certo para melhorar o mundo enquanto tudo apenas desaba ao seu redor. Haddad é um desses tipos, alguém que se leva à sério quando é apenas mais um inútil peão do capitalismo. 

Assim, não poderia ser surpresa o rasgado elogio de um burguês ao Ministro: "O empresariado está em total apoio a Haddad. Tinha uma preocupação antes, quando foi escolhido, mas isso deixou de ter. De zero a 10, é 10. Tudo o que ele tem feito é com coerência, inteligência, persistência". Com um elogio rasgado desses de um capitalista - o mesmo que até poucos meses atrás jurava amor eterno a Bolsonaro - é possível acreditar em Haddad, ou mais propriamente, no governo Lula para mudar minimamente a situação deplorável do Brasil? Não mesmo!

Mas o ex-prefeito deve acreditar piamente estar trilhando um caminho revolucionário. Possivelmente se olha no espelho toda noite e enxerga não um pequeno intelectual, mas uma espécie de cruzamento entre Bismark e Keynes, a capacidade política do primeiro e a perspicácia econômica do segundo. De fato, contudo, é apenas um Guedes com diploma e piorado. 

O ministro do ex-presidente fujão, pelo menos, tinha noção de sua inutilidade. Sabia que o capitalismo brasileiro é irremediável e que tudo o que se pode fazer é partilhar do saque generalizado. Não tentava se fingir de intelectual, se orgulhava de sua ignorância sistemática e falava abertamente o programa da burguesia nacional de espoliar o país. Em resumo, sabia viver no fim dos tempos e que o importante era se dar o melhor possível, bem ao espírito bolsonarista. 

Já Haddad acredita que Reforma Tributária e calculozinhos aqui e ali vão fazer efeito e reverter o quadro bárbaro em que o Brasil está. Ele acredita na racionalidade econômica e na  capacidade estatal de intervir no curso dos acontecimentos, sendo sua patética seriedade originada daí. Nisso, se assemelha a um padre cuja insistência na realidade da transubstanciação só pode ser patética diante da generalizada incredualidade dos fiéis há muito céticos sobre aquela doutrina. 

Em época de Cracolândias, Milícias, Desemprego Crônico, Fome generalizada e Guerra Mundial, soa abertamente ridículo o discurso empolado e tecnicista de Haddad. O ministro muitas vezes se parece mais a um alienígena caído na Terra e totalmente ignorante da vida dos comuns terráqueos. 

Por isso, Haddad é um ministro muito pior que Guedes. Mas a crua sinceridade bolsonarista em certa medida é mais necessária que a enganação lulopetista. Seja como for, caminhamos para dias difíceis e a candidez do ministro de Lula só serve para alimentar ainda mais a voracidade das contradições do capitalismo brasileiro nesta quadra do século. (por David Emanuel Coelho) 

2 comentários:

Anônimo disse...

Junte-se a isso tudo o mais recente livro do Fernando Haddad
"O Terceiro Excluído: Contribuição para uma antropologia dialética"
Só mesmo uma elite intelectual para ler!
E estamos lascados!

Anônimo disse...

https://gilvanmelo.blogspot.com/2023/07/claudia-safatle-senado-fica-responsavel.html
Valor Econômico
Grupo de especialistas faz críticas à versão aprovada e diz que é ‘uma das piores’ da história do país

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