Nesta sexta-feira, dia 05/05, ocorreu um fato histórico. Chega ao fim, por determinação da OMS - Organização Mundial da Saúde - a Emergência Mundial de Saúde devido à Covid-19. Teoricamente, a pandemia continua existindo, pois o vírus permanece sendo uma ameaça concreta e se transmitindo caso não sejam tomadas medidas de proteção, sendo a principal a vacina, mas, na prática, o pior da tragédia passou.
Oficialmente, cerca de 7 milhões de pessoas teriam perdido a vida ao redor do planeta, mas estimativas apontam para mais de 15 milhões. Os números reais nunca saberemos, porém, devem ser em quantidade ainda maior que a estimada, pois o impacto do vírus foi dizimador nas regiões mais miseráveis e populosas do planeta, como a Ásia e a África, lugares onde sequer o censo estatístico possuí poder.
No Brasil, as cifras oficiais apontam para 700 mil mortes, mas calculando em estimativas, tranquilamente o número bateu 1 milhão. Mortes evitáveis, ou seja, que seriam passíveis de terem sido evitadas, são pelo menos 30-40% do total.
Bolsonaro chegou a incentivar a invasão por sua horda de hospitais para provar a falsidade da Pandemia. |
Pois foi em nome da economia que o finado governo do fujão boicotou uma a uma as medidas sanitárias capazes de minorar o quadro drástico vivido no período. A gravidade da doença foi minimizada, fake news foram distribuídas para fazer a população crer que a doença era uma invencionice comunista. Remédios foram receitados sem qualquer evidência científica e, por fim, quando a vacina foi desenvolvida, foi implementada forte campanha para desmotivar o povo a ir tomar sua dose.
Não foram erros, destemperos, ignorância ou mesmo mau aconselhamento, foi um projeto sistemático de aplicar a ideia do cada um por si e de que os verdadeiramente fortes sempre sobreviverão. Tal ideia estava em harmonia com o ideal do bolsonarismo de desregulação total da sociedade, liberando por completo a luta de todos contra todos. O ação governamental na Pandemia não se diferenciou no essencial de sua ação quanto ao meio ambiente, quanto aos indígenas, aos trabalhadores, às mulheres, etc. É apenas outro braço do programa neoextrativista onde regras e restrições só servem para atrapalhar o Empreendedor.
Até quando ele zombará dos brasileiros? |
Por essas ações, Bolsonaro ainda não respondeu. É preciso pressão imensa para que seus crimes não fiquem impunes. O mesmo deve ser dito quanto aos generais, capitães, tenentes e coronéis que participaram no descalabro e hoje parasitam cargos políticos Brasil afora ou estão de volta à ociosidade dos quartéis. O Brasil não pode repetir a Anistia de 1979, sob pena de jamais vir a ser um país minimamente estruturado em sua legalidade. (por David Emanuel Coelho)
2 comentários:
Corruptissima re publica, plurimæ leges.
Tácito.
"Quanto mais corrupto o Estado, maior o número de leis".
Para refletir
https://www-theguardian-com.translate.goog/world/2023/may/06/vive-la-revolution-but-is-france-ready-to-establish-a-sixth-republic?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
El Pais
Brasil: Bolsonaro desmorona entre os seus e revoluciona o mundo político
https://www.4shared.com/s/fChw4am16ge
Peter Burke – As múltiplas faces da ignorância
https://gilvanmelo.blogspot.com/2023/05/entrevista-peter-burke-as-multiplas.html
Bolívar Lamounier* - Um triângulo tragicômico
https://gilvanmelo.blogspot.com/2023/05/bolivar-lamounier-um-triangulo.html
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