Ao que parece, podemos estar assistindo ao início da prisão de Jair Bolsonaro. Por óbvio, o Brasil é a terra onde pingo d'água tem nós, então a cautela é absolutamente necessária, mas o circo do Bozo está claramente desmoronando.
Não poderia ser mais simbólico o motivo da tempestade a se abater sobre o ex-presidente fujão. Tudo começou com seu ímpeto assassino de matar o máximo possível de brasileiros durante a Pandemia de Covid-19. Brandindo o puríssimo chorume anarcocapitalista, defendia o direito do brasileiro de adoecer e ir a óbito em nome da liberdade do capital. Para dar o exemplo, nunca se vacinou, apregoando aos quatro ventos sua decisão.
Contudo, muitos não acreditaram totalmente na história e passaram a cobrar que ele apresentasse o cartão para efetivamente comprovar sua recusa à vacina. Pressionado, e para não aparecer frente aos seus apoiadores pelo que é, um covarde, Bolsonaro autorizou em vídeo o acesso a seu cartão de vacina, dizendo:
"Não existe nenhum decreto meu decretando nada no tocante a sigilo. Nada. Zero. O que tem é uma lei de 2011, que eu sou obrigado a cumprir leis, que os assuntos de natureza particular eu não preciso ceder à lei de acesso à informação. [...] Da minha parte não tem problema nenhum alguém pegar o meu cartão de vacina e mostrar por aí. O que tem de pessoal até hoje, que a imprensa pediu e eu neguei, pelo que eu me lembre, cartão de vacina. Da minha parte aí, já falei para a assessoria, quem quiser o meu cartão de vacina, pode olhar. De certo, pessoal, eu entendo como a lei permite não mostrar. Se ela permite, eu posso mostrar, não tem problema nenhum"
De fato, a lei citada por ele, a 12527, conhecida como Lei de Acesso à Informação, impõe o sigilo de cem anos a informações de cunho pessoal. Ocorre que tal lei também autoriza a divulgação dessas, caso expressamente autorizado pelo interessado, fato feito por Bozo no citado vídeo. Ora, se ele anuiu à divulgação desde que autorizado pela lei, e essa autoriza, não haveria mais argumento para manter o sigilo.
Com base nessa premissa, alguns indivíduos - entre eles este escrevente - entraram com pedido junto ao Ministério da Saúde para o esclarecimento, afinal, se Jair Bolsonaro havia ou não tomado vacina contra a Covid e, em caso positivo, que fossem revelados local, data, fabricante e lote do imunizante utilizado.
O Ministério negou o acesso em todas as instâncias e, apenas após recurso à CGU - Controladoria Geral da União - é que o sigilo enfim foi derrubado. Mas aí veio o grande mistério: constava, de fato, uma vacinação de Jair Messias Bolsonaro nos bancos de dados do Ministério da Saúde, mas tal dado fora excluído misteriosamente. A CGU iniciou investigação para apurar o fato, a Polícia Federal entrou também e o resultado vemos hoje.
Ao que tudo indica, o ex-presidente fujão teria incumbido seu ex-assessor, o Tenente-Coronel Mauro Cid, a arquitetar um plano criminoso para inserir fraudulentamente seus dados e de seus familiares, além dos do próprio coronel e de seus familiares, no sistema do Ministério da Saúde, forjando, assim, um Certificado de Vacinação. Para isso, teriam utilizado vários funcionários da prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Após a inserção e tendo obtido o certificado, teriam apagado os dados alegando lançamento equivocado.
Qual finalidade teria Bolsonaro nessa ação? Ainda é incerto, mas especula-se que seria para garantir acesso aos EUA, possivelmente visando uma estadia mais longa, após o fim do período garantido pela condição de chefe de Estado. Já na época de Trump, o acesso ao país passou a ser possível apenas com certificado de vacinação, excetuando-se as autoridades, mas, não tendo sido reeleito, em algum momento o fujão teria de apresentar o documento para garantir sua permanência, caso contrário seria convidado a deixar a terra do Tio Sam.
Fato é que os crimes são graves. Fraude processual, falsificação, associação criminosa e até corrupção de menores, pois a família Bozo falsificou o cartão da filha, mas não teve a responsabilidade de vacina-la. Fraudar o sistema do Ministério da Saúde é grave até pelas repercussões internacionais, pois é ele o responsável por atestar uma série de vacinas exigidas por outros países em seus processos de imigração. E se os países passarem a considerar o sistema brasileiro sem confiança, o que acontecerá? Em termos mínimos, mais burocracia e discriminação ao viajante; em máximos, podem chegar mesmo a negar o acesso aos brasileiros. Além de outros fatores importantes ligados à saúde de milhões de pessoas que podem ver remédios, exames, laudos, diagnósticos, etc., tudo corrompido pela ação de alguém inescrupuloso.
Um comentário:
É cedo para se tirar conclusões, há muita coisa a ser esclarecida:noticias.uol.com.br
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