O VAR do blog fez uma cuidadosa verificação de traços coincidentes e múltiplas analogias... |
Passados 77 anos após ter sido derrotado nos campos de batalha, o fascismo está mais vivo do que nunca.
Não apenas tem conquistado inúmeros governos pelo mundo, o que é mascarado pela mídia ao tratá-lo com a designação incorreta de populismo, como agora volta a governar até mesmo seus berços históricos, vide a vitória dos seguidores de Mussolini na Itália.
Não é mais possível fingir: a nova premiê italiana é militante histórica de um partido fundado pelos remanscentes do grupo do duce e que perserverou ao longo das décadas até conseguir eclodir novamente em plena luz do dia. Com o apoio de outros setores da extrema-direita e da burguesia italiana, este grupo agora retorna ao comando, cem anos após a marcha sobre Roma.
A pergunta a ser feita é como foi possível o retorno do fascismo após tanto tempo? A resposta é simples e também complexa, pois o fascismo é fruto da crise aguda do capitalismo, tendo ascendido nas décadas de 1920-30, na esteira da 1ª Guerra Mundial e da crise de 1929.
Ao mesmo tempo, o fascismo é uma reação ao movimento revolucionário, à possível saída revolucionária da própria crise capitalista. A chave, portanto, está na crise capitalista, que aponta tanto para uma nova forma de sociedade – o comunismo – quanto para a continuidade da sociedade de classes, mas por via de ditaduras sanguinárias.
...chegando à irrefutável conclusão de que a Meloni é mesmo fascista. |
Ou seja, a crise do capitalismo coloca na mesa tanto a potencialidade da revolução quanto a necessidade do fascismo, sendo exatamente por isto que não podemos derrotá-lo meramente pelo voto, ou mesmo pelas armas. No fim, é a estrutura social que condiciona seu aparecimento, portanto, caso esta não seja modificada, o fascismo sempre ressurgirá.
Comunismo ou fascismo. Socialismo ou barbárie. A disjunção está presente na própria estrutura social capitalista e não pode ser apagada eliminando quem defende um lado ou outro, pois as ideias são à prova de balas: surgem do solo das disputas entre as classes e não de concepções pairando nos céus.
O fascismo é a válvula de emergência do capitalismo, a ser acionada diante de uma situação crítica; e isto tem ocorrido cada vez mais nos 14 anos transcorridos desde a crise de 2008. Pela tendência atual, deverá piorar muito no futuro próximo.
Neste sentido, as eclosões populares têm se tornado cada vez mais comuns e, mesmo sem um direcionamento revolucionário, podem colocar a perder o edifício capitalista. Daí a ressurgência do fascismo, inicialmente ainda fantasiado de democrata, mas cada vez mais assumindo sua real personalidade ditatorial.
A boa noticia é que a revolução igualmente está na mesa, também pode eclodir, mas aí será preciso uma esquerda minimamente organizada e consciente de seus objetivos para intervir na realidade social.
Sem isto, estaremos condenados a ver as ebulições sociais se transformarem em novas marchas sobre Roma. (por David Emanuel Coelho)
2 comentários:
Muito Boa noite David, e Celso. Aqui é o Hebert, tudo bem por aí?
Lendo sobre isso, e acompanhando outras fontes de informação,
deixo aqui este vídeo do Canal Esquerda Autocrítica,
recomendado pelo escritor e jornalista Alexandre Figueiredo
(blog Linhaça atômica e TV Linhaça).
Forte abraço, saúde e ótima semana!
O Socialismo morreu, conheça o Social Liberalismo
https://www.youtube.com/watch?v=6flYBNDbABM
Valeu, meu caro, um forte abraço!
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