Por exemplo, jamais pensei que veria o Estadão incluir em editorial, 33 dias antes de uma eleição presidencial, comparação tão favorável ao Lula e tão desfavorável ao principal adversário do Lula quanto esta:
"...os benefícios de uma empreiteira, entregues na modalidade de reforma de um imóvel na praia e reconhecidos numa delação, suscitaram a prisão de Lula, prisão esta que Bolsonaro faz questão de relembrar na campanha eleitoral.
A ironia – ou a incrível desfaçatez – é que Jair Bolsonaro e sua família não têm problemas apenas com um único imóvel na praia.
Levantamento realizado pelo site UOL, a partir de dados públicos, revelou que, desde os anos 90, o presidente, seus irmãos e seus filhos negociaram nada menos que 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo. Em valores corrigidos pelo IPCA, o montante pago em dinheiro vivo equivale a R$ 25,6 milhões".É o que todos os perspicazes sabíamos, mas poucos tiveram coragem de dizer ou escrever, como eu fiz.
Lula não era inocente aos olhos da lei, mas cometeu um deslize pouco significativo em contraste com as infinitas (e infinitamente mais lesivas ao erário) maracutaias dos outros políticos profissionais, os de centro e direita.
Deslumbrado, Lula supôs que se beneficiaria de idêntica complacência por parte dos policiais e magistrados. Talvez acreditasse ser mesmo uma metamorfose ambulante, como chegou a afirmar. E, singelamente, forneceu um trunfo formidável para os adversários políticos o crucificarem.
Mas, os piores bandidos eram os outros, como aquele ignorantão capaz de qualificar de presidiário quem nunca esteve cumprindo pena num presídio e que até agora só tem evitado as grades porque compra sua provisória impunidade com cargos e verbas públicas.
Isto ficou totalmente comprovado com as últimas revelações sobre a Família Bolsonaro, que nunca passou da versão mambembe da fictícia Famiglia Corleone. (por Celso Lungaretti)
4 comentários:
https://revistaforum.com.br/politica/2022/8/31/carlos-vacila-perde-dominio-bolsonarocombr-veja-no-que-site-se-transformou-122501.html
É bem divertido:
https://bolsonaro.com.br/ameaca
https://twitter.com/vlwbjsflw/status/1564803786371207168
https://valor-globo-com.translate.goog/politica/noticia/2022/08/31/site-com-nome-de-bolsonaro-publica-imagem-de-presidente-com-smbolo-nazista.ghtml?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=es&_x_tr_hl=es
Já deu no The Guardian
https://www-theguardian-com.translate.goog/world/2022/aug/31/jair-bolsonaro-brazil-website-president?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=es&_x_tr_hl=es
O site é um trabalhão, tem mais de 200 links para matérias de jornais nacionais e do exterior
Bom dia . Concordo com você, jamais com ESTADÃO OU FOLHA DE ESGOTO. Mas lula foi condenado e 3 instâncias. Abraços
Tratalhei três anos e meio na Coordenadoria de Imprensa do Palácio dos Bandeirantes, William. Por pior que fosse a imagem que eu já tinha dos políticos profissionais, o que presenciei e fiquei sabendo lá excedia em muito.
Sei lá desde quando vc me lê, mas eu nunca afirmei que o Lula era inocente. Conheço as leis e a Constituição, então sabia que, sendo ambas seguidas à risca, a condenação do Lula procedia e o impeachment da Dilma também.
Mas, foram casos únicos de um político importante ficar preso mais de 500 dias por receber recompensas de uma grande empresa e presidente perder mandato por maquilar as contas públicas.
Sempre escrevi que ambos não deveriam ficar pleiteando inocência, mas sim aterem-se ao fato de que eram normas jamais colocadas em prática até então. Mas, seguindo o figurino populista da política podre, preferiram contar lorotas do que enfrentar as consequências de suas lambanças.
E é fato que aquilo de que acusaram ele e a Dilma eram insignificâncias perto da corrupção brava do Centrão (que já existia, só não tinha esse nome). Assim como o orçamento secreto é o assalto as cofres públicos mais descarado de que tenho conhecimento, em todos os tempos.
Já sob o ponto de vista da moral revolucionária, o que o Lula e a Dilma fizeram é imperdoável.
Só para dar uma ideia, o Lamarca certa vez nos falou que, se a repressão nos surpreendesse na rua, não deveríamos jamais fugir pelo meio da multidão, fazendo com que ela fosse alvejada, pois aí nos jornais do dia seguinte sairia que tinhamos usado os civis como escudo. Entre desmoralizar nossa causa e fazer o sacrifício final, nosso dever era adotar a segunda opção.
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