Doria colheu um resultado frustrante demais... |
Em 2020, quando o presidente genocida tudo fazia para sabotar a imunização dos brasileiros, Doria esmerou-se em descolar vacinas por conta própria, ganhando por goleada a competição com o Ministério da (negação da) Saúde para ver quem vacinava antes, mais e melhor. Humilhou o adversário.
Vieram as pesquisas de intenção de voto com que os feios, sujos e malvados profissionais de política (petistas inclusos) acenaram com o oásis de uma eleição distante para evitar que caísse para os cidadãos comuns a ficha de que deveriam é estar ocupando-se em tempo integral da imediata remoção de um presidente desprovido até de sanidade mental para continuar exercendo o cargo.
Dória não bombou como esperava e ainda hoje permanece patinando abaixo de 5%. O resultado desse banho d'água fria em suas ambições, eu o constatei neste sábado, 26.
Estou com 71 anos, mas não sou nem de longe um idoso que perca o sono por medo de morrer; apavora-me, contudo, a possibilidade de contaminar minhas filhas quando vêm passar os fins-de-semana comigo e consideraria humilhante transmitir a peste para meus vizinhos de hospedaria. Então, por desencargo de consciência, tenho cumprido o calendário vacinal à risca.
Fui, portanto, ao posto de saúde para tomar a quarta dose da vacina, exatos quatro meses depois da terceira. E a resposta que eu recebi foi na linha do devo, não nego, pagarei quando puder.
...para quem sonhava tão alto? |
Ou seja, a funcionária incumbida da triagem confirmou que o correto seria mesmo eu ser novamente vacinado ontem, mas, acrescentou ela, até agora a prefeitura paulistana não tem repassado em 2022 vacinas suficientes para o cumprimento do cronograma. Então, só estão sendo vacinados os imunodeficientes e as crianças.
Orientou-me a aguardar a divulgação de um novo escalonamento da vacinação, isto, claro, quando houver novamente vacinas suficientes. Até lá, conclui eu, só me restará torcer para que o atraso não comprometa a eficácia das doses anteriores.
Por incrível que pareça, o Ministério (da negação) da Saúde continua atuando em ritmo de tartaruga, apesar de estar mais do que comprovado o imperativo da vacinação.
O desempenho recente do Doria, hoje desinteressado pelo que não demonstrou ser um trunfo eleitoral de primeira grandeza, pode ser verificado no site do governo estadual dedicado ao combate à pandemia: nele se percebe claramente a desaceleração da vacinação a partir não exatamente de 2022, mas sim de novembro de 2021!
Ressalve-se, em favor de Dória, que ele se mostrou competente na defesa do seu interesse, algo de que o Bozo, recordista absoluto de tiro no pé, jamais será capaz. Mas a mudança recente de postura diz muito sobre o seu caráter.
O fato é que ele não sabe nem qual o país que pretende presidir, como ficou muito claro, p. ex, quatro meses atrás no município paraibano de Guarabira, quando pediu que levantassem os braços os cidadãos locais que já tinham visitado Dubai (!)...
De tão malsucedido, o plano infalível de 2007 lhe acarretou uma década de ostracismo |
Caso contrário, as intenções de voto no Bozo, só por ter ele tratado o povo a pontapés na pandemia e se tornado o maior assassino de nossa gente em todos os tempos, já teriam caído a zero (isto no caso de suas vítimas e respectivas famílias não o haverem submetido ao mesmo tratamento dado pelos italianos a um de seus ancestrais ideológicos, o Mussolini).
De resto, assim como superestimou a colheita de votos que lhe adviria de ter personificado interesseiramente o governador-modelo em 2020 e 2021, ele também errou por completo nos seus cálculos de 2007, quando acreditou que Lula seria apeado da presidência pelo escândalo do mensalão e tentou pavonear-se com penas que, na verdade, não lhe pertenciam.
Assim, articulou o Movimento Cansei, com a pretensão de reeditar a Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade de 1964; mas, apesar da maciça propaganda na TV, foi um fracasso total, conforme avaliei no meu balanço de então.
Existindo oportunidades, sempre haverá oportunistas dispostos a tudo para aproveitá-las |
O vexame foi tamanho que o manteve durante cerca de uma década no ostracismo, desaparecido da política enquanto tocava suas atividades empresariais.
O impeachment de Dilma Rousseff lhe deu novo fôlego. Aproveitou a maré reacionária para eleger-se prefeito da capital em 2016 e governador do Estado (com apoio do Bolsonaro) em 2018.
Mas, sempre o mesmo afobado comendo cru, quis dar um passo maior do que as pernas, sem perceber que seu cacife só seria suficiente para, no máximo, tentar a reeleição. (por Celso Lungaretti)
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