sexta-feira, 22 de outubro de 2021

RIA, PALHAÇO! RIA E MORRA ENGASGADO COM SUAS GARGALHADAS INSENSÍVEIS!

ricardo kotscho
ACUSADO DE CRIME EM SÉRIE CONTRA O PRÓPRIO POVO, A GARGALHADA DE FLÁVIO BOLSONARO
20 de outubro de 2021: um dia de horror e vergonha que não vamos esquecer tão cedo. 

De todas as barbaridades e atrocidades do presidente da República durante a pandemia, denunciadas no relatório final da CPI da Covid, a mais revoltante do dia aconteceu pouco antes de começar a leitura pelo relator Renan Calheiros, quando perguntaram ao senador Flávio Bolsonaro qual seria a reação do pai dele.
"Eu acho que ele recebeu da seguinte forma: você conhece aquela gargalhada dele? Hahahahaha! Que não tem o que fazer de diferente disso".
Essa seria a cena final de um filme sobre os seis meses da CPI que revelou ao Brasil e ao mundo o conjunto da obra sinistra de um governo, que praticou crimes em série contra o seu povo e a humanidade, como está no relatório, com mais de mil páginas de provas testemunhais e documentais: 
— seja, no início, negando a gravidade da pandemia;
— seja, depois, gargalhando ao imitar pessoas que morriam asfixiadas com falta de ar em Manaus, por falta de oxigênio;
— seja, mais tarde, debochando dos maricas que usavam máscaras e mantinham o isolamento social;
— seja espalhando o tempo todo fake news contra as vacinas, com a ajuda dos filhos; e
— ainda,  desfilando em motociatas, palanques, churrascos e jet skis, enquanto o povo morria nos hospitais superlotados, deixando um rastro de mais de 600 mil vítimas pelo caminho. 

Ao mesmo tempo em que era lido o relatório no Senado, como se não tivesse mais o que fazer, Bolsonaro prosseguiu em sua campanha reeleitoral discursando em Russas, no interior do Ceará, onde teve a coragem de dizer o seguinte sobre a CPI: 
"Nada produziram, a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós. Mas sabemos que não temos culpa de absolutamente nada, fizemos a coisa certa desde o primeiro momento"
Se e quando for levado aos tribunais, para ser julgado pelos nove crimes de que é acusado, dentre os quais infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular e emprego irregular de verbas públicas, não sei se Bolsonaro dará a famosa gargalhada, imitada com orgulho pelo filho mais velho. 

Flávio, aliás, também indiciado, junto com os irmãos Carlos e Eduardo, como integrantes do núcleo de comando da produção e disseminação de fake news durante a pandemia. 

Segundo levantamento feito pelo UOL, o presidente poderá pegar até 40 anos de cadeia se for condenado por todos os seus crimes que constam do documento. 
"Madeira de dar em doido/ vai descer até quebrar:/ é a 
volta do cipó de aroeira/ no lombo de quem mandou dar" 
O relatório final não trouxe nenhuma novidade com relação a tudo que já sabemos desde a primeira sessão da CPI, em abril, com transmissão pela TV, mas ouvir durante mais de duas horas o relator encadeando os fatos que levaram a essa grande tragédia humanitária, foi devastador e me deu uma tristeza profunda. 

Como foi possível tudo isso acontecer no nosso país, durante quase 20 meses, sem que as instituições e a sociedade civil fossem capazes de conter a tempo esse morticínio planejado no Palácio do Planalto pelos jagunços da catedral da morte (nas palavras de Renan Calheiros)?! 

Como é que temos ainda 2 em cada 10 brasileiros apoiando este governo demente e desumano, e indo às ruas para defendê-lo? 

Bolsonaro conseguiu, ao mesmo tempo, multiplicar as mortes na pandemia, ao combater as medidas de isolamento social, as vacinas e o uso de máscaras, e arrebentar a economia, com a ajuda do aloprado Posto Ipiranga, que está mais preocupado com o mercado e as off shores do que com a fome que grassa no país. 

Nunca tinha visto em minha já longeva vida pessoas correndo atrás dos caminhões de lixo para pegar restos de comida e fazer filas nos açougues em busca de ossos de boi e carcaças de frango.
"A risada dos presentes, pelo amor de Deus,/ traz o sono a minha
gente, pelo Zebedeu/ e eu encerro a cantoria, pelo amor de
Deus,/ mandando vocês à merda, pelo Zebedeu!"
Só se via isso em países que estão em guerra, como aconteceu com minha mãe, nos anos 30 e 40 do século passado, quando ela recolhia cascas de batata e outras iguarias nos lixões para fazer sopa nos bunkers da Alemanha nazista, em luta contra o resto do mundo. 

Aqui, vivemos uma insólita guerra de um desgoverno contra o seu próprio país, como a CPI mostrou, com abundância de provas e fatos reais jogados na nossa cara. A gargalhada de Flávio Bolsonaro, imitando o pai, foi um tapa na minha cara e, imagino, de todos nós. Não vai dar para esquecer. 

Com a palavra, a Justiça! 

Vida que segue. (por Ricardo Kotscho)

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