segunda-feira, 5 de julho de 2021

O BOZO PODE ENTRAR, COM LOUVOR, PARA O ROL DOS GENOCIDAS RECONHECIDOS EM TRIBUNAIS INTERNACIONAIS

ruy castro
A COBRAR DE BOLSONARO UM DIA
Se ficar provado que Jair Bolsonaro, por omissão ou cálculo, foi responsável por cerca de 400 mil das quase 530 mil mortes até agora pela Covid no Brasil, ele entrará para um rol de que talvez se orgulhe: o dos genocidas oficialmente reconhecidos pelos tribunais internacionais. 

Fará companhia nos livros de história a, entre outros, o ugandense Idi Amin Dada, o iraquiano Saddam Hussein e o sudanês Omar al-Bashir. 

Já é possível, aliás, que estes, somados, tenham matado menos que Bolsonaro.

Mas a contabilidade de um genocídio comporta outros números a apurar. Há que saber, p. ex., quantos infartos, tumores e tromboses levaram pessoas a óbito porque elas não tinham condições de sair para exames que talvez os prevenissem ou foi impossível atendê-las nos hospitais superlotados. 

Quantos tratamentos não foram interrompidos com resultados fatais?

Quantos infelizes não agonizaram em casa, sozinhos, e só foram encontrados pelos vizinhos dias depois? 

Como avaliar as doenças provocadas pelo estresse oriundo da pandemia? 

Ao ver Bolsonaro na TV cuspindo na nação, como conter sentimentos de medo, raiva ou tristeza, causadores de depressão, úlceras, inapetência, insônia? 

Quantos não aumentaram seu consumo doméstico de álcool por terem agora mais tempo e pretexto para beber e menos compromissos que os obrigassem a moderar? 

Quantos casamentos não terão acabado por súbita apatia sexual?

Sem playground, parquinho ou pracinha para brincar, quantas crianças não estão confinadas em casas ou apartamentos e perdendo oportunidades de socialização em períodos decisivos de sua vida? 

Por causa das aulas online, quantas não estão sendo submetidas ao suplício de uma câmera que talvez não se sintam à vontade para encarar?

Bolsonaro pode não estar em pessoa por trás do drama ou tragédia de cada brasileiro. Mas, de fato, está. Sua maldição paira sobre tudo isso –e sobre todos nós. (por Ruy Castro)

4 comentários:

Anônimo disse...

Ruy denonstra que não há mais tempo para humorismo
Mais que a citada 'maldição paira sobre tudo isso -e sobre todos nós",
temos uma longa tradição:
https://2001-2009.state.gov/r/pa/ho/frus/johnsonlb/xxxi/36291.htm

celsolungaretti disse...

Discordo. O Bozo sempre foi medíocre e patético, então desde antes de ele ser eleito eu já advertia que ele tinha de ser impedido, mas nunca deixei de fazer galhofa com ele. Não dá para levar a sério tamanho demente.

Muito menos agora que ele já fracassou e está a alguns meses (talvez semanas) de ser definitivamente atirado na lixeira da História.

Quanto aos EUA, o mundo dá muitas voltas e, neste exato instante, se ele jogar seu peso para favorecer um lado, será o nosso.

Não moverá uma palha para evitar a queda do genocida. E verá com muitos bons olhos sua substituição pelo Mourão.

Não é a solução ideal, mas cada dia que o Bozo se mantém no poder é contado em cadáveres. Se não o conseguirmos remover sozinhos, que venham os EUA nos ajudar e que venha o Mourão.

A prioridade máxima neste instante é o descarte do genocida. Se os tucanos quiserem contribuir, devemos tratá-los como nossos amigos desde criancinhas. Doido fora, claro, a coisa mudará de figura.

Anônimo disse...

Obrigado por discordar!
Tenho horror ao Mourão: índio auto-discriminado, maçom, linguarudo!
Se tiver eleição, ele também sai! Diz que quer ser Senador! Santos, Cruz, credo!!

celsolungaretti disse...

Como os roteiristas de cinema gostam de botar na boca dos gangstêres, "não é pessoal, são negócios". O vosso ad hominem não leva em conta como realmente são os picados pela mosca azul do poder institucional burguês; eu, quando trabalhava na imprensa do Palácio dos Bandeirantes, os conheci de perto. Nenhum princípio é mais sagrado para eles do que o de manterem e, sempre que possível, aumentarem a sua esfera de influência.

O Mourão é mentalmente são, portanto, para chegar ao poder, fará o que o sistema lhe determinar e depois terá de pagar o preço.

Erra quem pensa que a burguesia propriamente dita queira mesmo é essa destruição sem nexo que o Bozo está causando. Os que estão com ele são os vira-latas da burguesia. Os sofisticados não queimam dinheiro.

De resto, com seres racionais, por piores que sejam, é sempre possível chegarmos a algum lugar.

Já o Bolsonaro é um louco furioso, então continuará matando brasileiros com seus desvarios alucinados mesmo que isso afunde cada vez mais seu governo.

Evidentemente, será preferível se conseguirmos afastar o Bozo graças a nossas próprias forças.

Mas, se falharmos em entregar a lição de casa, então qualquer ajuda serve, desde que o genocida vaze o quanto antes.

A conta de cada dia em que ele continua com a faixa presidencial é paga em cadáveres.

Daí o nojo que me causam, p. ex., os negaceios do Lula, que quer mesmo é que o bota-fora do palhaço sinistro ocorra apenas quando mais lhe convém, depois das eleições, e danem-se quantas centenas de milhares (ou milhões) de brasileiros morrerem até lá!

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