sexta-feira, 28 de maio de 2021

O JEITO É ALGUÉM MENTALMENTE SÃO PRESIDIR A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O BOZO, A REPÚBLICA DO PINEL

josias de souza
BOLSONARO PEDE A TODOS QUE SE FINJAM
DE BOBOS PELO BEM DO GENERAL PAZUELLO
T
udo parecia bem encaminhado na manhã de 2ª feira (24/05). 

Em conversa com os repórteres, o vice Hamilton Mourão disse que:
— o general Eduardo Pazuello telefonara para o comandante do Exército;
— reconhecera que errou ao participar de comício ao lado de Bolsonaro, no Rio; e
— colocara a cabeça no cutelo, à espera de uma punição. 

De repente, Bolsonaro interveio: Comício? Que comício?  

Reescrever o roteiro do último final de semana é uma barbada para um capitão que diz:
— que 64 não foi um golpe;
— que o torturador Ustra é um herói; e
— que os 20 anos de ditadura foram um mal-entendido. 

Mourão insiste na tese da punição de Pazuello. É para evitar que a anarquia se instaure dentro das Forças Armadas, ele explica, como se o fato tivesse alguma relevância. 

Bolsonaro dá de ombros. Fato? Que fato? Não houve comício no Rio.  

O que aconteceu foi um encontro que não teve nenhum viés político, até porque eu não estou filiado a partido político nenhum ainda, explicou o capitão. Foi um movimento pela liberdade, pela democracia e de apoio ao presidente.

Mais um pouco e Bolsonaro chega à amnésia absoluta. Pazuello? Aquele magrinho? 

Todo brasileiro deveria desfrutar da experiência de viver como Bolsonaro, sem dar importância demais aos fatos. 

Não faz sentido, p. ex., viver atormentado com a memória dos 7 a 1 da Copa de 2014. A autoestima nacional merece uma reação. 

Apagando os fatos, o Brasil poderia humilhar os alemães e despachá-los de volta para casa. Não dá para vencer a Copa. Mas livra o país da goleada mais constrangedora da história. 

Bolsonaro pede pouco aos brasileiros. Deseja apenas que o país faça como ele, fingindo-se de bobo pelo bem da pátria e do general gordinho

Pazuello já está convencido. Apagou da memória o erro que Mourão disse que ele tinha admitido. 

O Exército flerta com a anarquia. Mas Pazuello, livre da culpa, já está se sentindo mais leve. 

O general recita o CPF e o RG diariamente diante do espelho para ter a certeza de que continua sendo ele mesmo. (por Josias de Souza)

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