dalton rosado
GOVERNO DESCONEXO E ANTICIENTÍFICO
A CPI da Covid escancarou que, no governo do Boçalnaro, o ignaro, cada ministério é uma ilha, gerenciados por medíocres cujas posturas ideológicas díspares se digladiam num rumo conservador e retrógrado, tentando agradar a um chefe mais medíocre ainda.O lugar comum contra fatos não há argumentos, nunca foi tão apropriado quanto agora, face aos depoimentos das patéticas figuras que desfilam pelo palco do Senado.
Dizem seus integrantes que o governo é conservador, o que o jornalão conservador O Estado de S. Paulo rebate, definindo-o como meramente reacionário, já que não passa de um amálgama de posturas anticientíficas (principalmente relação à medicina, num momento de pandemia), misturadas com visão de mundo:
— fundamentalista religiosa;
— antiecológica;
— economicamente contraditória (por tentar ser, ao mesmo tempo, nacionalista estatizante e liberal privatista);— antiglobalista (num mundo no qual qualquer desequilíbrio econômico regional impacta alhures); e
— com ilusões golpistas (sem levarem em conta que as cúpulas militares sabem dos percalços da economia e da insatisfação popular daí decorrente, daí não estarem propensos a acompanhar os desvarios de ex-subalternos que outrora expeliram do seu convívio). — os piores índices de combate à pandemia do mundo (maior número de infectados per capita e de mortos, caminhando para a admissão oficial de meio milhão de vítimas fatais, marca já superada há bom tempo segundo as mais renomadas instituições do exterior, segundo as quais a subnotificação de óbitos está na casa de 30% a 40% dos falecimentos ocorridos);
— baixo índice per capita de vacinação (não temos vacinas em quantidade necessária, num mundo que ora as disputa freneticamente);
— falta de equipamentos médicos de urgência (cilindros de oxigênio, intubadores, sedativos, etc.)
— queda no ranking das economias mundiais;
— queda acentuada na renda per capita de sua população, maior que a de outros países;
— auxilio emergencial insuficiente para o custeio da população de baixa renda (ou renda nenhuma) atingida pela pandemia;
— subida da inflação (já projetada para 5,5% a.a), o que sacrifica substancialmente os assalariados, mormente os de baixa renda, de vez que os alimentos são as mercadorias que mais sobem de preço;
— desmatamento da nossa floresta amazônica em ritmo recorde mês após mês, havendo constantes denúncias de liberação de extração e exportação ilegal de madeira, com o beneplácito de quem deveria combater tais crimes;
— total submissão ao chamado centrão, cujo fisiologismo prevalece sobre os interesses populares mais imediatos e o combate à corrupção, pois até as pedras da rua sabem como são feitos os contratos de obras das verbas parlamentares;
— política externa ideologizada e preconceituosa que contraria os mais elementares princípios da diplomacia, área na qual o Brasil teve sempre competentes e cultos representantes mas agora nos expõe ao escárnio mundial (quando, p. ex., o presidente tentou premiar um de seus filhos abilolados com o cargo de embaixador brasileiro em Washington);
— alinhamento cego ao ex-presidente dos EUA Donald Trump, inclusive depois de delineada sua derrota nas últimos eleições estadunidenses, colocando-nos numa saia justa com o vitorioso Joe Biden;
— baixo índice per capita de vacinação (não temos vacinas em quantidade necessária, num mundo que ora as disputa freneticamente);
— falta de equipamentos médicos de urgência (cilindros de oxigênio, intubadores, sedativos, etc.)
— queda no ranking das economias mundiais;
— queda acentuada na renda per capita de sua população, maior que a de outros países;
— auxilio emergencial insuficiente para o custeio da população de baixa renda (ou renda nenhuma) atingida pela pandemia;
— subida da inflação (já projetada para 5,5% a.a), o que sacrifica substancialmente os assalariados, mormente os de baixa renda, de vez que os alimentos são as mercadorias que mais sobem de preço;
— desmatamento da nossa floresta amazônica em ritmo recorde mês após mês, havendo constantes denúncias de liberação de extração e exportação ilegal de madeira, com o beneplácito de quem deveria combater tais crimes;
— total submissão ao chamado centrão, cujo fisiologismo prevalece sobre os interesses populares mais imediatos e o combate à corrupção, pois até as pedras da rua sabem como são feitos os contratos de obras das verbas parlamentares;
— política externa ideologizada e preconceituosa que contraria os mais elementares princípios da diplomacia, área na qual o Brasil teve sempre competentes e cultos representantes mas agora nos expõe ao escárnio mundial (quando, p. ex., o presidente tentou premiar um de seus filhos abilolados com o cargo de embaixador brasileiro em Washington);
— alinhamento cego ao ex-presidente dos EUA Donald Trump, inclusive depois de delineada sua derrota nas últimos eleições estadunidenses, colocando-nos numa saia justa com o vitorioso Joe Biden;
— desmonte das nossas universidades públicas;
— redução de verbas para a educação básica e tentativa de ideologização curricular, a partir de conceitos retrógrados e até caricatos (meninas de rosa e meninos de azul, numa reedição de patriarcalismo que impunha a dissociação de gênero);
— agressão aos nossos verdadeiros heróis históricos como Zumbi dos Palmares, por parte de alguém que, mesmo pertencendo à bela etnia africana, preferiu bajular o Boçalnaro em troca de um cargo ao qual não fazia jus do que honradamente cultuar aqueles que lutaram contra a escravidão negra;
— estímulo a seguidores parlamentares que vivem a proferir bravatas golpistas e misóginas, nas quais se vilipendia a memória de combatentes antirracistas e antimisoginia, como a vereadora Marielle Franco;
— promoção de manifestações públicas golpistas e apologéticas de posturas ditatoriais e anticonstitucionais (e sem as máscaras que evitam a contaminação pelo covid-19);
— integrantes ou ex-representantes do governo que mentem descaradamente quando confrontados com a repulsa midiática ou parlamentar, contrariando as evidências e registros de pronunciamentos feitos sob a conforto das redes sociais da internet;
— descontrole da pandemia que torna o Brasil e os brasileiros alvos de rejeição internacional (por medo do contágio com as novas cepas infecciosas aqui surgidas) e insistência em repulsivas posturas ultradireitistas que acarreta restrições de colaboração conosco, pois passamos a ser vistos não mais como os brasileiros cordiais que encantavam o mundo, mas como párias dos quais deve ser mantida distância; etc.
— redução de verbas para a educação básica e tentativa de ideologização curricular, a partir de conceitos retrógrados e até caricatos (meninas de rosa e meninos de azul, numa reedição de patriarcalismo que impunha a dissociação de gênero);
— agressão aos nossos verdadeiros heróis históricos como Zumbi dos Palmares, por parte de alguém que, mesmo pertencendo à bela etnia africana, preferiu bajular o Boçalnaro em troca de um cargo ao qual não fazia jus do que honradamente cultuar aqueles que lutaram contra a escravidão negra;
— estímulo a seguidores parlamentares que vivem a proferir bravatas golpistas e misóginas, nas quais se vilipendia a memória de combatentes antirracistas e antimisoginia, como a vereadora Marielle Franco;
— promoção de manifestações públicas golpistas e apologéticas de posturas ditatoriais e anticonstitucionais (e sem as máscaras que evitam a contaminação pelo covid-19);
— integrantes ou ex-representantes do governo que mentem descaradamente quando confrontados com a repulsa midiática ou parlamentar, contrariando as evidências e registros de pronunciamentos feitos sob a conforto das redes sociais da internet;
— descontrole da pandemia que torna o Brasil e os brasileiros alvos de rejeição internacional (por medo do contágio com as novas cepas infecciosas aqui surgidas) e insistência em repulsivas posturas ultradireitistas que acarreta restrições de colaboração conosco, pois passamos a ser vistos não mais como os brasileiros cordiais que encantavam o mundo, mas como párias dos quais deve ser mantida distância; etc.
A equipe de governo desconectada, com os ministérios batendo cabeça sob uma desorientação central espantosa, mais parece uma corda de caranguejo na qual todos se mexem sem sair do canto.
O pior de tudo é que ainda subsiste o risco de termos de aguentar tudo isso por intermináveis 19 meses.
O Brasil tem condições para suportar um tão acentuado e prolongado descalabro administrativo? (por Dalton Rosado)
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