Em junho de 2020 o Bozo se rendeu ao Centrão, trocando a quimera do autogolpe pelo fortalecimento de suas defesas contra o impeachment e os processos que rondam a ele e seus filhos por cometimento de crimes nos quais a culpa deles todos é indiscutível.
A recente derrota eleitoral de Donald Trump confirmou que a onda ultradireitista morreu mesmo na praia, pulverizando quaisquer esperanças que o genocida ainda pudesse ter de adiante poder exumar a pauta golpista.
E, em 21 de fevereiro de 2021, ao negar apoio ao deputado bolsonarista (um louco furioso!) num episódio que poderia inclusive desembocar no novo AI-5 que ele sempre defendeu, o palhaço sinistro arrancou de vez a máscara, assumindo-se como a rainha da Inglaterra que será daqui em diante, com permissão para praticar suas bufonarias em áreas tidas como secundárias pelos poderosos, mas tendo de submeter-se a eles, sem chiar nem bufar, naquilo que para os donos do PIB realmente importa.
O Centrão deu formidável demonstração de força, pois dele dependeu que o episódio do vídeo de esgoto não terminasse num conflito entre Poderes, mas sim no apaziguamento geral, com a Câmara Federal aceitando entregar a cabeça do deputado bolsonarista.
Com isto, o Supremo pôde recuperar um pouco de sua desgastada imagem, que piorara ainda mais por ter vindo a público que ele amarelara vergonhosamente em 2016, curvando-se às pressões e ao blefe dos fardados.
Então, o jogo termina com o Centrão dominante, o Bozo dominado (uma megera domada!), o STF dependendo da boa vontade de corruptos com carteirinha assinada para ganhar uma parada crucial para um mínimo resgate de sua credibilidade e os bolsonaristas-raiz, órfãos inconsoláveis e incontroláveis, prometendo provocar muitas encrencas daqui para a frente.
Mas, o novo pacto dos poderosos não tirará tirará o Titanic da economia brasileira do rumo que a encaminha diretamente ao encontro do iceberg: a pandemia acabará sendo controlada, embora com enorme atraso e um excesso monumental de mortes evitáveis que não terão sido evitadas; mas, da depressão econômica que nos castigará impiedosamente, devendo atingir o auge lá pela metade deste ano, não há saída possível ou imaginável sem o apoio das economias mais avançadas.
Parece-me bem difícil que EUA, Europa e China perdoem para valer o amadorismo delirante com que foram conduzidas nossas relações exteriores em 2019 e 2020. Então, para um país que necessitará desesperadamente de boias para não ir a pique, só uma rápida substituição do maluco sem beleza por um presidente de verdade garantirá que o socorro chegue em tempo de evitar o pior.
Então, ou reaprende que sua força não está nas urnas, mas sim no povo na rua e na disposição de lutar por uma nova ordem econômica e social, ou se tornará cada vez mais impotente e irrelevante, como vem sucedendo desde 2016. (por Celso Lungaretti)
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