sábado, 5 de dezembro de 2020

O ESTADO É UM ENTE INSTITUCIONAL EMINENTEMENTE OPRESSOR, FUNDADO NUMA RELAÇÃO SOCIAL ESCRAVISTA – 3

(continuação deste post)
3
. 
inflação em alta e salário minimíssimo
 – Como resultante da emissão de moeda sem lastro e aumento da dívida pública para cobrir o necessário auxilio emergencial, veio o aumento da inflação, atingindo em cheio a população de baixa renda.

É o que sempre acontece nos processos inflacionários: muitos ricos ficam ainda mais ricos graças a ela e aos mecanismos que lhe são inerentes e imanentes. Desta vez, para piorar o péssimo, tal aumento se deu principalmente nos preços dos alimentos, maior faixa de gastos dos pobres. 

Aumento de consumo sem produção causa inflação, diz a rima da lei capitalista da oferta e da procura. Mais uma vez é os coitadezas, que se deslumbram com genocidas apenas por receberem míseros R$ 600 ou R$ 300 mensais; são os que mais sofrem com a inflação e ainda beijam a mão do seu pseudo-benfeitor, na verdade carrasco... 

O aumento do salário-mínimo anunciado pelo (des)governo, mesmo diante do crescimento da inflação, foi de apenas 4,02%, indo de R$ 1.045,00 para R$ 1.087,84; segundo o Dieese, deveria ser de R$ 5 mil mensais. 
É o próprio presidente (?) quem, num involuntário sincericídio, atesta a submissão dos governantes à ditadura das regras impostas pelo capitalismo, ao assim justificar a
impossibilidade de elevar o mínimo de forma mais equilibrada:  
"[O aumento do mínimo] reflete diretamente nos [ganhos de] aposentados e pensionistas. Reflete no pessoal do BPC [Benefício de Prestação Continuada]. Não sei o montante, mas são dezenas de bilhões de reais que se gasta com isso".
Tal afirmação confirma aquilo que venho dizendo em tantos artigos: o governante não governa soberanamente, mas é governado pelo poder econômico ao qual serve. 

Qualquer um, da direita ou da esquerda, governará com maior ou menor sensibilidade para o drama social e, obviamente, com reflexos mais ou menos intensos na vida da população, mas estará sempre preso à forma vertical cobradora de impostos e indutora do crescimento econômico segregacionista. 

O Estado é um ente institucional eminentemente opressor, fundado numa relação social escravista: eis a sua definição conceitual. 

Tal ocorre com os governantes e políticos em geral não apenas por jurarem respeito à Constituição (o conhecido ajoelhou, tem de rezar), ordenamento legal capitalista definidor da exploração imanente aos seus regramentos, mas, principalmente, pela ditadura da lógica econômica capitalista que enquadra a tudo e a todos. 

Precisamos nos libertar do Estado, e não reafirmá-lo ou tentarmos transformá-lo por dentro (algo impossível de se fazer).    
4. aumento do número de desempregados – segundo o IBGE acaba de divulgar, o número de desempregados com carteira assinada subiu para 14,6 milhões de trabalhadores aptos neste terceiro trimestre de 2020.

Isto sem levar em conta aqueles desempregados crônicos, que estão fora do mercado de trabalho há algum tempo e já desistiram de arrumar novo emprego – os trabalhadores informais. Acrescentado este outro contingente, chegaríamos a mais de 30 milhões de desempregados. 

Uma tragédia humana que transforma em pedintes desesperados cidadãos(ãs) brasileiros(as) pais de famílias em sobreviventes precarizados do capitalismo, muitos deles vivendo abaixo de que se chama
linha de pobreza e em condições subumanas de vida social. 

Aí vem o ministro Paulo Guedes, o mercador de ilusões, a nos dizer pela televisão que os meses de outubro e novembro trouxeram uma melhora do nível de empregabilidade (o que é verdade), mas omitindo que durante tais meses tradicionalmente há uma elevação na oferta de empregos em razão da produção industrial e agrícola visando às vendas do Natal. A carruagem torna a ser abóbora em dezembro (mês de vendas, sem produção) e a taxa de desocupação da mão-de-obra volta a seu patamar real. 

As projeções para o ano vindouro também não são animadoras, apesar do anúncio de produção das vacinas que deverão salvar milhões de vidas no Planeta (se os terraplanistas empoderados deixarem...)..

Mas mesmo que se consiga a volta para a normalidade das relações de circulação, os ensinamentos advindos do uso da computação e comunicação eletrônica como ferramentas de trabalho residencial (o work home, como vem sendo chamado) representará uma nova etapa das relações outrora existentes de fluxo de circulação de pessoas, e isto deverá representar uma redução irreversível nas relações de produção e consumo, ainda maiores do que as que estão em curso pelas questões estruturais já explicadas. 

O mundo clama por soluções estruturais transformadoras de um sistema colapsado, e tal condição exige de nós posturas que estejam à altura da dimensão deste momento histórico. 
(por Dalton Rosado) 

Um comentário:

Júnior disse...

Olá, Dalton

Você realmente acredita que seja possível alcançarmos uma sociedade sem classes ?

Saudações
Júnior

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